Boto surpreende o Papão

POR GERSON NOGUEIRA

A segunda rodada do turno começa a se desenhar como a mais trepidante da competição. Depois da derrota azulina em Tucuruí (fato nem tão surpreendente assim), eis que o bravo Tapajós dobra o Papão da Curuzu, que já começava a despontar como grande favorito desta fase após a goleada aplicada ao Gavião em apenas 45 minutos.

O futebol tem dessas coisas que garantem o seu fascínio incontestável. Quando se começa a acreditar muito em algumas evidências, bate uma pancada de vento e muda todas as convicções. Até ontem, com base na já citada acachapante vitória na estreia, ninguém botava em dúvida a capacidade que o Papão tinha de ir a Santarém e trazer mais três pontos.

Fato amplificado pelas dificuldades vividas pelo representante tapajônico, que até a quarta-feira tinha apenas 12 atletas regularizados para a partida, além de quatro lesionados, um suspenso e um atacante (Wélton) liberado para ir jogar em Portugal.

unnamedFoi a bola rolar e todas as cartas se misturaram. O Papão esbarrou na firme determinação dos defensores do Tapajós, exercendo eficiente marcação a partir da linha de meio-campo. Rogerinho usava de toda a sua habilidade para tentar mudar o panorama, buscando alguns lances individuais para furar o bloqueio, mas o fato é que os bicolores pareciam não esperar tamanho grau de dificuldades no Barbalhão.

Do lado tapajônico, Wendel regia a orquestra, com simplicidade e alto sentido coletivo. Rápido no estilo e na maneira de pensar, o camisa 10 lançava seus companheiros e ditava o ritmo na meia-cancha. Sempre de cabeça erguida, como rezam os manuais de etiqueta do futebol.

A ajudá-lo um trio igualmente ágil: Moisés, Adriano Miranda e Patrick. Na ala, Felipinho, um velocista que pensa. E foi justamente o quinteto citado, mais o goleiro Jader, o responsável pelo justo triunfo do Boto santareno.

O gol logo aos 13 minutos (Patrick) premiou a distribuição de jogo e a ousadia do Tapajós. A partir daí, a equipe adquiriu mais confiança, passando a correr ainda mais. Esteve perto de marcar pelo menos mais dois gols.

O técnico Sidney Moraes, tão surpreso quanto seus jogadores, demorou a fazer as mexidas que se impunham desde o primeiro tempo. Leandro Canhoto, que entrou bem, podia ter sido lançado antes mesmo do intervalo, tamanha era a confusão tática reinante no setor de criação. O empate obtido no início do segundo tempo (Dão, aos 9) trouxe a ilusão de uma reviravolta, mas o Tapajós seguiu mandando no jogo.

O ataque do Papão refletia a falta de aproximação dos setores. Apenas a movimentação de Pikachu (e Rogerinho, em menor intensidade) não foi suficiente para estabelecer uma ligação plena.

Diante disso, Leandro Cearense foi o principal prejudicado pelo isolamento. Perdido entre os zagueiros, pouco fez no primeiro tempo e sumiu de vez na etapa final. Bruno Veiga reapareceu, mas também foi vitimado pelas circunstâncias, embora tenha características que permitem recorrer a iniciativas individuais.

Enquanto os bicolores não se entendiam quanto à melhor maneira de enfrentar o dono da casa, o Tapajós foi lá e beliscou o segundo, com Júnior, aos 12 minutos. E esteve perto de fazer o terceiro, pecando no arremate final.

Um ponto deve ser considerado: ao contrário de outras jornadas, os volantes do Papão saíram pouco, permanecendo muito presos à proteção dos zagueiros. Um equívoco, pois nem protegiam e também não participavam da troca de passes mais à frente, na zona onde tudo se define.

Como recebem muitas bolas, os volantes não podem ficar distanciados dos meias e alas. É fundamental que saiam para o jogo e se ofereçam como opção, permitindo-se até aparecer como elemento surpresa diante de bloqueios defensivos bem armados, como o do Tapajós.

O lado positivo para o campeonato é que há um novo animal a participar da festa. Pelo destemor demonstrado, ninguém mais pode alegar desconhecer o Boto tapajônico.

A derrota do Papão pode ser analisada como um alerta para os que já davam o time como pronto e o elenco como ideal. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

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Direto do blog

“Uma vergonha. Bando de pencas, começando pelo treinador. Time sem padrão de jogo. O placar dessa partida era pra ser no mínimo com diferença de dois gols pro Tapajós. Ainda bem que dar tempo de cair na real e contratar jogadores que realmente venham fazer a diferença, pois este plantel dar pra tirar no máximo dois ou três jogadores para disputar a série B.”

De Fernandes Filho, decepcionado com o fraco desempenho do Papão no Barbalhão.  

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Quando a ressaca antecede a festa

A quinta-feira foi um dia de festa para os azulinos. O clube de Periçá completou 110 anos de fundação, marca que evidencia sua importância e peso no contexto do futebol brasileiro. Pena que os torcedores tenham amanhecido de ressaca pelo revés em Tucuruí.

Durante o dia, os boatos se multiplicavam quanto a mudanças em consequência do segundo tropeço e do quadro espinhoso que se desenha para o time no turno do Parazão.

Falou-se em dispensa de jogadores, renúncia de dirigentes e até na substituição de Zé Teodoro. Talvez em função da data especial nada disso se confirmou. Uma reunião tensa discutiu alguns pontos e sacramentou a permanência da comissão técnica.

Prevaleceu o entendimento de que, a essa altura, o recomeço da programação seria ainda mais danoso ao clube. Foi observada ainda a importância do compromisso diante do Rio Branco, marcando a estreia na Copa Verde.

O caminho é o da recuperação, mas algumas questões internas precisam de urgente alinhamento, sob pena de novos dissabores para a torcida azulina.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 06) 

Esclarecimento aos comentaristas

Por problemas de ordem técnica (dificuldades de acesso à internet desde o começo da noite), não pude publicar o tradicional post dos comentários para o jogo Tapajós x Paissandu. Conto com a compreensão e agradeço a participação de todos os amigos comentaristas.

Tapajós coleciona problemas para a estreia

Com várias baixas no elenco, o técnico Victor Hugo terá dificuldades para montar o time do Tapajós para a estreia diante do Paissandu nesta quinta-feira à noite. Até anteontem, ele dispunha de apenas 12 jogadores regularizados. Para piorar, perdeu jogadores de meio, como Barbosa (com sarampo), Amaral (suspenso) e Boquinha, lesionado. A carência fez com que o treinador testasse o zagueiro Tiago Costa (ex-PSC) como volante, ao lado de Negueba, enquanto o reserva Evair assume um lugar na zaga, ao lado de Hélder.
O Tapajós também tem problema no ataque. Welton, atacante titular desde a primeira fase do Parazão, viajou para fechar contrato com o Nacional da Ilha da Madeira (Portugal). Para substituí-lo, Adriano Miranda deve ser efetivado. Revelado pelo Remo e ex-jogador do Paragominas, Miranda teve como último clube o Sliven, da Macedônia.
Outra baixa importante é o meia Jênison, um dos destaques do time. Ele deixou um treino nesta semana queixando-se de dores. Depois de examinado, ficou constatada fratura da clavícula. Em tratamento, só deve voltar a treinar no começo de abril.

Futebol em números

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Neymar (aniversariante do dia) pelo Barcelona na temporada 2014/15:

26 jogos

22 gols

4 assistências

Papão joga sem desfalques em Santarém

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O goleiro Andrey e o volante Augusto Recife, que estavam lesionados, ganharam condições de jogo e enfrentam o Tapajós na noite desta quinta-feira, em Santarém, pela segunda rodada do turno. O Papão tenta conquistar mais três pontos, depois da goleada sobre o Gavião na estreia. Conhecedor do público santareno, Djalma (foto) prevê jogo difícil. “Vai ser um jogo difícil, com uma torcida muito ‘chata’ em um campo grande. Vai ser pressão e dificuldade desde o começo, mas nós estamos tranquilos. Vamos jogar da mesma forma que jogamos no segundo tempo contra o Gavião e vamos em busca do resultado”, observa.

Djalma segue como titular no meio-de-campo, ao lado de Rogerinho, Elanardo e Recife, apesar da contratação de Radamés. Quem espera repetir o resultado do primeiro jogo é o atacante Leandro Cearense. Empolgado com o primeiro gol marcado pelo Paissandu, Cearense atribui ao bom entrosamento com a dupla Rogerinho e Pikachu sua rápida adaptação ao esquema de Sidney Moraes. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

O passado é uma parada…

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Anúncio da Coca-Cola nos EUA, em 1890.

Leão festeja 110 anos, lança uniforme e 2ª fase do ST

Com programação prevista para 19h30, na sede social, a diretoria do Remo realiza nesta noite uma festa pelos 110 anos de fundação do clube, um dos mais antigos, populares e tradicionais do futebol brasileiro. Durante o evento, será apresentado o novo uniforme do clube e lançada a segunda fase do programa Sócio Torcedor.
“Vamos lançar o novo manto azulino, e já garantimos a pré-venda de 13 mil peças para o comércio. Além disso, vamos entregar simbolicamente a Camisa 33 para a torcida que leva o mesmo nome. Nenhum jogador vestirá mais esse número. O tabu ficará por conta dos torcedores”, explicou o diretor de marketing, Zé Lucas. A nova camisa oficial azulina deve chegar às lojas com preço entre R$ 125,00 e R$ 160,00.
A camisa leva a marca da fábrica inglesa Umbro, que confecciona os uniformes desde 2014. Vem no estilo alfaiataria inglesa, o que facilita a transpiração e se modela ao corpo. O uniforme 1 lembra a primeira bandeira azulina de 1905, todo em azul marinho com grafismo, já o segundo será branco com uma faixa transversal azul marinho. Os dois modelos possuem gola “careca”.
A segunda fase do programa Sócio Torcedor será lançada hoje, com grandes expectativas da diretoria. Os executivos Edu Pesce e Marcus Prestes, que trabalham no ST do Internacional (RS), cuidam da supervisão geral do programa.

Nas redes sociais, facções de torcedores têm se mobilizado para protestar contra a atual situação do futebol do clube. Um ato público foi marcado para a frente da sede do clube, na avenida Nazaré, na hora da festa. Ontem à noite, o ônibus da delegação foi acompanhado por veículo ocupado por integrantes de uma facção organizada, que não deixou que os jogadores tivessem sossego durante a travessia por balsa na rodovia Transcametá.

Legendas do mundo da bola

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Kevin Keegan, ídolo e titular da seleção inglesa. Em Wembley, 1976.

Guia para identificar e debater com reacionários

POR DUDA RENOVATIO

Se você já perdeu tempo tentando discutir política com reacionários, deve ter percebido que existem tipos diferentes desses indivíduos, cada um com um estilo particular de “argumentação”. Nesse artigo bem humorado tentaremos desvendar os sete tipos de reacionário, o que há de errado com eles e como devemos agir. “Quem são os reaças? Onde vivem? De que se alimentam?” (Sérgio Chapellin, sobre reacionários). Começaremos pelos mais inteligentes e depois seguiremos em direção aos de comunicação mais difícil.

Reacionários educados

Esses são os mais raros. Eventualmente você esbarra em um em público ou num fórum on-line. Podem ser os mais difíceis de lidar. Eles aprenderam tudo o que há pra se aprender sobre suas posições (de uma perspectiva reacionária). Educaram-se sobre todas as razões que justificam seus posicionamentos como corretos, mas não estão interessados em nada que contradiga suas crenças.

O problema: Qualquer um com internet e cinco minutos livres consegue encontrar algo que descredite completamente sua versão dos “fatos”. Mesmo quando rebatidos, continuam a voltar aos argumentos iniciais, tentam mudar o assunto para algo onde se sintam mais confortáveis ou começam a expressar opiniões sem mérito factual.

Debatendo: Mantenha-os no assunto. Não deixe que ignorem seus contrapontos e mudem o assunto para você. São mestres nisso, mas se você conseguir mantê-los no assunto, começarão a expressar opiniões para as quais você poderá dizer “você tem fatos ou estatísticas que sustentem essa opinião?”.

Reacionários “globais”
Estes estão entre os mais raivosos. Assistem aos jornais da Globo ou outras mídias de massa burguesas, lêem a Veja e acreditam que isso os faz especialistas em política (do mesmo modo que acreditam que assistir ao jogo os faz técnicos e assistir à missa os faz santos). O único conhecimento político que apresentam é uma papagaiada sem base. Quando você os contrapõe, te chamam de “esquerdopata”, “comuna”, “socialista”, etc. Eles acham que todo revolucionário é um socialista que quer tirar seu dinheiro e entregar para pessoas que não merecem.

O problema: Eles não têm ideia do que estão falando. Geralmente estão repetindo coisas ditas pelo Arnaldo Jabor ou, com mais azar, pelo Olavo de Carvalho. Eles acreditam que movimentos anticapitalistas querem roubar sua liberdade (toda a liberdade que o dinheiro possa comprar), mas não compreendem o conceito de capitalismo, nem reconhecem como esses movimentos foram cruciais para que ele tivesse os direitos que têm hoje. Eles acham que o PT é comunista, e se você discorda dizem que você é um leitor da Carta Capital. Dizem que você é uma ovelha, mas esperam que você aceite cegamente tudo o que dizem, sem questionar.

Debatendo: Mantenha-se pedindo fatos e comprovações para as afirmações que fazem até que se desesperem e te chamem dos nomes já citados. Peça-os para enumerar quais os direitos que os movimentos anti-capitalistas já o roubaram (talvez eles digam que perderam o “direito de proibir a união homossexual” ou coisa do tipo, mantenha-se cobrando fatos). Eles tendem a ser violentos, então se estiver cara-a-cara, fique de olho em suas mãos.

Reacionários cristãos
Estes reacionários são hipócritas. Eles fazem tudo em nome de Jesus, enquanto simultaneamente agem da maneira mais anticristã humanamente possível. Defendem armamento da população, são pró-militares, contrários à igualdade de direitos entre os sexos e à emancipação feminina e, principalmente, ignoram todos os trechos da bíblia que demonstram que Jesus era um personagem revolucionário (e libertário). As partes que mais esquecem são as de “amar o próximo como a si”, “não julgar” e a em que joga filhos contra pais e pais contra filhos. Porque o patriarcado não pode ser agredido, não é mesmo? Eles também acreditam que países em guerra estão assim por falta de Deus no coração, mesmo que quase a totalidade desses países seja de religião abraâmica e siga essencialmente o mesmo deus (com mais rigor!)… E eles odeiam os gays, claro.

O Problema: Eles fazem coisas horríveis em nome do Senhor. Eles acham que aqueles que discordam estão condenados ao inferno, porque são pessoas más. Eles acreditam que somos uma nação cristã, mesmo com uma influência inegável de cultos indígenas e afro-brasileiros em nossa cultura. E eles dizem defender a liberdade religiosa, mas condenam tudo o que não é cristão como “demoníaco”. Ah, eles também negam a evolução…

Debatendo: Insista na mensagem de “amor” cristão. Jesus os orientou a amar incondicionalmente e não julgar. Pergunte como eles acreditam que Cristo agiria no mundo de hoje frente à desigualdade social, e o que ele pensaria do dízimo que se paga às igrejas caça-níqueis. De qualquer forma, eles responderão com citações aleatórias e mostrarão que esse debate em específico é uma perda de tempo.

Reacionários “contra a corrupção”
Aqui estão os coleguinhas que vão aos protestos de branco, com a cara pintada de verde e amarelo, cantando o Hino Nacional ou a clássica do Geraldo Vandré. Eles querem um movimento bonito, higiênico, pacífico e, principalmente, passivo. Querem ir às ruas pra protestar por seus direitos, mas não conhecem seus direitos e menos ainda seus deveres. Acham que a polícia tem que sentar a borracha nos “vândalos” do Black Bloc, que eles nem sabem o que é. Dizem que a culpa do tráfico é do usuário, gostam de filmes como Tropa de Elite (alguns até citam Capitão Nascimento). O mais importante: defendem o fim da corrupção. Que corrupção? Não sabem. Mas quando dá preguiça de “vem pra rua”, eles ficam de “luto”.

O Problema: Esses indivíduos defendem pautas vazias. Aliás, eles querem enfiar essas pautas em qualquer lugar onde estejam, dizendo que as pessoas precisam ter foco (nas pautas vazias). São a pior praga dentro da Anonymous. Reproduzem-se como coelhos. Vão tentar levar qualquer debate para o eixo PT/PSDB, vão criminalizar movimentos sociais populares, mas vão defender reforma tributária (ignorando a transferência do poder do estado para o setor privado) e a reforma política (mesmo sem especificar o que é isso, significando, na prática, nada).

Debatendo: Peça que ele defina os conceitos que apresenta. Pergunte a que corrupção se refere, que reforma pretende. A melhor arma contra estes é a história. Tudo aquilo que eles almejam, na prática, até hoje foi conquistado com as práticas que eles condenam. Quando ironizarem o assistencialismo, traga estudos acadêmicos sobre seus resultados e deixe claro que esse é um pilar do capitalismo, para que ele mesmo não desabe em crise. Quando ele disser que o usuário financia o tráfico, pergunte se ele concorda que quem usa gasolina não é igualmente culpado pela guerra por petróleo no Oriente Médio.

Reacionários xenófobos
Nessa categoria, incluem-se os que pensam que São Paulo é a locomotiva do Brasil, que defendem que o Sul se separe para formar um país de melhor IDH, que chamam tudo o que vive nas regiões Norte e Nordeste de “baiano” e os culpam pela crise urbana no Sudeste e, claro, as patricinhas e os mauricinhos que vão a aeroportos vaiar médicos cubanos. Esse tipo é complicado, porque é do tipo que tem medo de perder o pouquinho que tem pra “esses pobres”.

O Problema: Eles vão defender a superioridade de suas categorias. São meritocratas quando lhes convém, acham que um diploma te faz uma pessoa mais íntegra, mas colam em provas e compram carteiras de motorista. Eles acreditam que o êxodo rural encheu a cidade de gente “vagabunda”, mas dependem do serviço desses “vagabundos” até pra fazer um almoço. Quando você os contrariar, vão tentar te associar ao crime organizado ou ao terrorismo. E também vão dizer que “se usa chinelo não é índio”.

Debatendo: Desse grau pra baixo vai ficar difícil debater, já avisamos. Felizmente, as estatísticas atuam contra esses reacionários, assim como a política internacional, mas essas são esferas que eles não compreendem. E como eles também nunca “sentiram na pele” os problemas sociais, você vai ter que usar metáforas. Só não faça ironias com “Playstation” e “iPhone”, porque isso os deixa fora de controle.

Reacionários racistas e sexistas
Esses vêm quase por último por uma razão. Sabemos que racismo e sexismo não são exclusividade de reacionários. Sofremos muito com isso mesmo dentro dos grupos que se afirmam revolucionários. Mas essa junção funesta gera um dos piores tipos: o fascistóide. Eles não odeiam a Dilma pelas contradições de seu governo, mas essencialmente porque ela é mulher. Eles acreditam que liberdade de expressão é poder praticar ódio e discriminação sem sofrer consequências. Eles acreditam numa diferença “natural” fantasiosa entre homens e mulheres, entre brancos e negros, e entre heterossexuais e homossexuais que está muito distante da realidade científica. E por conta disso eles são máquinas de agressão e opressão, ainda que alguns de modo inconsciente.

O Problema: Eles são preconceituosos e discriminadores, mas quando você apontar isso, alegarão perseguição. Eles vão dizer que o dia da consciência negra e as cotas nas universidades é que são racistas, porque desprezam a história e a cultura do país, se pautando num silogismo pobre. Eles não sabem diferenciar a violência do opressor e a resistência do oprimido. Acima de tudo, eles não conseguem compreender porque as pessoas os chamam de machistas, racistas ou homofóbicos quando eles abriram um discurso com “eu tenho vários amigos gays, mas…” ou “eu respeito muito minha mulher e minhas filhas, mas…”. Pra finalizar, eles não entendem que democracia é o governo do povo. Todo o povo, e não só a maioria do povo.

Debatendo: Não se debate com fascistóides. Se os expurga. Você teria mais trabalho tentando convencer algum desses chucros sem educação do que são direitos humanos do que se tentasse convencer uma macieira a dar laranjas.

Reacionários mal educados
Esses reacionários são reacionários porque se acham descolados. Eles têm amigos economistas, ou assistiram a uma meia dúzia de vídeos do Olavinho ou do Daniel Fraga, então eles pensam que sabem do que estão falando. Eles têm uma gramática horrível, ignoram pontuações e têm uma tendência a escrever tudo em caixa alta (caps lock) e com vários pontos de exclamação, ASSIM!!! ACORDA BRASIL!!! ESSE É O PAÍS QUE VAI SEDIAR A COPA!!!???!!!. Irritante, não? Eles também esperam que você acredite em tudo o que eles dizem, só porque estão dizendo. E também citam vídeos de opinião quando você pede fontes que comprovem o que eles dizem.

O Problema: É difícil categorizar problemas num debate de ogros que não sabem se comunicar. Eles mal compreendem qual é seu posicionamento político, só repetem o que ouviram de um amigo ou viram num vídeo. Eventualmente, publicarão essas correntes mentirosas, com casos de um “famoso professor” que nunca existiu, ou do “grande economista” que nunca disse aquilo. Eles são 100% cegos aos fatos e só dão atenção ao que reforça suas crenças irracionais.

Debatendo: Não há lógica ou fatos que os vá convencer de nada. Você pode ser doutor na área, eles vão inventar uma desculpa do tipo “seu professor de história mentiu pra você” ou “esquerda e direita é coisa do passado”. No lugar de discutir com eles, tente explicar álgebra ao seu animal de estimação. Há mais chances de sucesso.

Esperamos que esse informativo lhes seja útil, ou ao menos que tenha servido como um desabafo coletivo. Lembrem-se disso antes de entrar em debates incansáveis nas redes sociais, pois nem sempre vale a pena. E saiba que esses grupos de reacionários reproduzem entre si e evoluem, como pokémons, então você poderá encontrar híbridos ou formas muito extremas de qualquer um deles.

Este artigo da @AnonymousFUEL foi inspirado no artigo “The 7 Types Of Republicans and How To Debate With Them”, de Matthew Desmond, na AddictingInfo. http://www.addictinginfo.org/2013/08/01/the-seven-types-of-republicans-and-how-to-debate-them/

http://pastebin.com/bZFzRmwa

Tribuna do torcedor

POR RONILSON ODIR TRINDADE MORAES

Após mais um vexame estou muito chateado e irritado com a mediocridade do time do Remo. É inadmissível ver esses jogadores sem garra, sem vontade de vencer. Parece que o time já entra em campo derrotado todos os anos. O Remo está se apequenando cada vez mais e fico preocupado porque ninguém faz nada e não sei onde isso vai parar. Cadê os grandes remistas Antonio Carlos Teixeira, Jones Tavares, Ronaldo Passarinho, Ubirajara Salgado, Sérgio Cabeça, Israel Vasconcelos, Sergio Dias, Roberto Porto e outros? Pelo amor de Deus não deixem o Remo acabar, pois é isso mesmo: o clube está se acabando aos poucos. É só ver que há 8 anos estamos nessa agonia e nada dá certo, chegou a hora da volta do “Cinturão de Aço” pra comandar o clube novamente. Por isso proponho uma grande reunião entre diretoria atual, Conselho Deliberativo, Comissão Técnica atual, jogadores, torcida e até membros da imprensa para, em conjunto, avaliarmos a situação atual do clube e decidirmos o que fazer para o soerguimento do clube com todos ajudando em conjunto com harmonia, com alegria, e principalmente com amor ao clube. A Comissão Técnica e os jogadores têm que participar, que é pra verem e sentirem o que é treinar e jogar no Remo.