Botafogo contrata jogador oriundo do Pará

Um garoto que viveu no Pará desde os 8 anos é o principal reforço do Botafogo para o Brasileiro da Série A. O meia Elkeson foi apresentado pelo clube na tarde desta quarta-feira, depois de ter seus direitos federativos adquiridos junto a Vitória (BA) e Benfica. O meia assinou contrato de quatro anos com o Alvinegro e já treina com o time para o jogo de domingo diante do Santos, no Engenhão. “Estou muito feliz e orgulhoso de estar no Botafogo. É uma satisfação muito grande vestir essa camisa, que tantos grandes jogadores já usaram. Felizmente, deu tudo certo. Agora, quero mostrar meu futebol e fazer o meu melhor pelo clube”, afirmou Elkeson.

O Fluminense também tinha interesse em Elkeson, mas os dirigentes baianos fecharam acerto com o Botafogo. que pagou cerca de R$ 4,7 milhões pelo novo reforço. O Vitória recebeu R$ 2,3 milhões e o Benfica levou R$ 2,4 milhões. Além da quantia, o clube baiano também ganha três jogadores do atual elenco alvinegro em troca.

Como Jobson, Elkeson de Oliveira Cardoso vem da região de Carajás. Apesar de maranhense de nascimento, o meia de 22 anos passou a maior parte de sua vida morando em Marabá, com os pais. É outro que sai direto do Pará para outros centros, sem passar pelos clubes da capital.

Remo acerta contas com heranças de AK

Equipe jurídica do Remo, chefiada por Ronaldo Passarinho, fecha acordo na Justiça do Trabalho com Luiz Julio Lima, ex-gerente de materiais (que diabo é isso?) na gestão Amaro Klautau e que foi árbitro de futebol. Lima, também conhecido como “Pirão”, exigia indenização de R$ 73 mil, mas levou R$ 30 mil, divididos em 9 parcelas. (Com informações do repórter Michel Anderson)

A morte de um símbolo da luta na floresta

Por Karina Miotto, d’O Eco da Amazônia

Quando o conheci, no TEDxAmazônia, evento que aconteceu em novembro, em Manaus, Zé Claudio contou um pouco do seu dia a dia. Era um homem simples. Naquela tarde ele vestia calça jeans e uma camiseta, era tranquilo, de fala mansa. Extrativista, vivia em Nova Ipixuna, no sul do Pará e sua rotina era marcada por uma luta quase corporal pela castanheira, árvore da qual tirava seu sustento. Às dez horas da manhã de hoje (24), foi morto a tiros em uma emboscada, no ramal que levava à sua casa. Morreu também sua mulher, Maria do Espírito Santo da Silva.

Graças às denúncias de José Cláudio Ribeiro da Silva, pelo menos 10 serrarias de castanheiras foram fechadas no ano passado na região, cinco delas em Nova Ipixuna. As árvores, protegidas por lei, têm sido insistentemente derrubadas por madeireiros e carvoeiros para produção de madeira e carvão vegetal. Serrarias já foram autuadas pelo Ibama por beneficiar madeira retirada ilegalmente do assentamento Praia Alta da Piranheira, onde ele morava. Não fica difícil concluir o tipo de pessoas que há tempos o ameaçavam na tentativa de calar suas denúncias. Após os tiros, disparados desde uma moto, cortaram um pedaço de sua orelha, em uma demonstração além de crueldade, “prova” do pistoleiro ao mandante que o “serviço foi cumprido”, algo comum no violento Pará.

“Já chegaram a oferecer 200 reais pela árvore da área dele, mas ele disse que não, que preferia continuar sobrevivendo dela em pé”, conta Felipe Milanez, jornalista que viajou até Nova Ipixuna para falar com Zé Castanheira, como também era conhecido. “Sou ameaçado de morte. Hoje estou aqui falando com você, amanhã posso não estar”, me disse em Manaus. “E o senhor tem medo?”. “Às vezes eu tenho, mas fazer o quê. Não posso deixar derrubar castanheira, ela é a minha vida”. Meses atrás ele chegou a dizer que quando morresse, que seu corpo fosse cremado e enterrado aos pés de Majestade, maior castanheira de seu jardim, com 11 metros de diâmetros.

A pedido de Dilma Rousseff, o crime está sendo investigado pela Polícia Federal. Zé Castanha comparava sua luta a de Chico Mendes e, assim como ele, entrará para a história da Amazônia como um belo exemplo de coragem pela vida da floresta.

Perguntinha do dia (51)

Há, além de Robinho, algum outro jogador que mereça o título de craque do Campeonato Paraense 2011?

Até tu, Messi?

Por Rodrigo Bueno

Pelo corpo mirrado e pela personalidade amena, Messi sempre cultivou a imagem de bom menino, garoto que superou problemas hormonais e cresceu o suficiente para ser, com seu talento, o melhor jogador do mundo. Mas nesta temporada ele mudou. O craque argentino, aos 23 anos, passou a exibir uma barba não tão bem cuidada, posou para fotos ousadas, envolveu-se em escândalos com mulheres, acirrou rivalidade e apimentou sua fala. A Copa do Mundo, na qual naufragou com a Argentina na condição de grande astro, talvez tenha marcado bem o final do Messi pacato, avesso a polêmicas e confusões. Em outubro, ele virou garoto-propaganda da marca italiana Dolce & Gabbana, que explorou com sucesso a imagem do “bad boy” Cristiano Ronaldo. Logo imagens de Messi de cueca se multiplicaram em comerciais.

O jogador disse que “sempre teve preferência pelo estilo elegante e pela imagem sofisticada”. O quase nada badalado namoro com a amiga de infância Antonella Roccuzzo deu lugar a manchetes sobre casos com modelos. Andrea Rincón, integrante do Big Brother argentino, contou que teve relação com Messi quando ele foi ao país jogar contra a Espanha em amistoso. Tanto Andrea quanto o craque estavam comprometidos na ocasião. Depois, foi a vez de Sabrina Ravelli divulgar imagens de conversa com Messi por MSN e Twitcam. A ex de Neri Cardozo diz não ter atendido a pedidos mais salientes do astro maior do Barcelona. No ano passado, falou-se do interesse de Messi em Claudia Ciardone, outra modelo argentina. O astro teria enviado intermediário para conquistá-la. Ele só negou mesmo rumores de que teria se aproximado de Cheryl Cole, ex-mulher de Ashley Cole.

No último mês, Messi exibiu sua nova faceta em ensaio para revista italiana GQ. Usando até gravata borboleta, o outrora simples boleiro é vendido como “o maior”.

Barcelona envolvido em factóide ao tucupi

A história é meio sem pé, nem cabeça, mas já está nas ruas. O estádio Edgard Proença teria sido cogitado pelo Barcelona para o amistoso com o Corinthians no Brasil. A mirabolante proposta seria de R$ 6 milhões, bancados pelo governo do Pará, para que o time de Lionel Messi se dispusesse a jogar em solo brasileiro em comemoração ao centenário corintiano. Chama atenção o valor da proposta e a escolha de Belém para uma partida em homenagem ao tradicional clube paulista. Mais que isso: a fantasia envolve um suposto emissário do Barça fazendo contatos com a Seel para saber das condições do gramado do Mangueirão. É o chamado quase-evento, algo entre a célebre batalha de Itararé e a Viúva Porcina, aquela que foi sem nunca ter sido.

Os 70 anos do grande bardo do rock

Por Mauricio Stycer

Sobre Bob Dylan, arrisco dizer, já foram escritos mais livros do que sobre qualquer outro músico nascido no século 20. No momento em que se comemora o seu 70º aniversário, cinco novos volumes juntam-se à biblioteca. Apenas um deles, mas justamente o mais importante, está saindo no Brasil. Trata-se de “No Direction Home – A Vida e a Música de Bob Dylan” (Larousse, 784 págs., R$ 90), de Robert Shelton. Publicado originalmente em 1986, o livro acaba de ganhar uma segunda e definitiva edição. Dylan tinha 20 anos, em 1961, quando Shelton, então crítico do “New York Times”, o ouviu cantar num pequeno clube no Village, em Nova York. Impressionado com o que ouviu, escreveu uma crítica no jornal.

Este texto, hoje histórico, é considerado fundamental para a carreira do músico. Tornou-o conhecido e levou a gravadora Columbia a assinar um contrato para a gravação do seu primeiro LP. Shelton virou amigo de Dylan. Entrevistou-o dezenas de vezes ao longo de uma década. Dedicado a escrever sobre o artista, batalhou durante anos para conseguir publicar o livro do jeito como imaginava. A obra acabou saindo em 1986, com muitos cortes em relação ao texto original. Esta primeira edição nunca foi publicada no Brasil.

Agora, um calhamaço de quase 800 páginas faz justiça ao projeto de Shelton, morto em 1995, aos 69 anos. “No Direction Home” é o mais detalhado relato sobre os primeiros anos de Bob Dylan, a infância, as influências musicais, os primeiros passos em Nova York, os primeiros romances (com Suze Rotolo, Joan Baez), a guinada na carreira em 1966. Não a toa, Martin Scorsese batizou o seu ótimo documentário sobre os primeiros anos da carreira de Dylan com o nome do livro de Shelton. “No Direction Home”, o filme, lançado em 2005, concentra-se justamente neste episódio-chave da carreira do músico: a decisão de largar o violão e adotar a guitarra elétrica, deixando para trás o posto que o consagrara, como cantor de protesto.

Vício em heroína
Na véspera do 70º aniversário foi divulgada uma entrevista inédita de Robert Shelton com o músico, realizada em março de 1966, na qual Dylan admite ter usado heroína e pensado em suicídio. O relato feito por Dylan a Shelton dentro de um avião, logo depois de um show, não foi incluído em seu livro. Por duas horas, o músico falou sem parar e revelou que, no início dos anos 60, viciou-se em heroína, mas conseguiu abandonar a droga.