A frase do dia

“Nunca fui tão humilhado. Aos 39, não precisava passar por isso. Fui duas vezes para o aquecimento na esperança de entrar e ele não me colocou. Mereço respeito. Nunca vi na minha carreira um time perder uma chance dessas de ser campeão. O jogo estava nas nossas mãos. Eu poderia ter entrado e acalmado os companheiros, mas não tive a oportunidade”.

De Rivaldo, mordido por ter sido barrado por Paulo Cesar Carpegiani no jogo contra o Avaí.

Perguntinha do dia (48)

É justo que o goleiro reserva Ney tenha salário superior ao titular absoluto do Paissandu, Alexandre Fávaro, melhor goleiro do campeonato?

Coluna: Meu torneio preferido

Jogos da etapa de quartas-de-final da Copa do Brasil, disputados nesta semana, confirmam a impressão de que o torneio é o mais interessante realizado no país hoje. De certa maneira, chega a ser mais empolgante que a Libertadores, por expor algumas rivalidades domésticas e movimentar torcidas muitas vezes ausentes das grandes decisões.
Como torneio de tiro curto, a Copa BR tem regulamento centrado no “mata-mata”, que faz de cada jogo uma verdadeira final, com requintes de emoção que fogem à cautela irritante dos torneios de pontos corridos. Os confrontos de ida e volta se transformam em partidas de 180 minutos e, de fato, só os times que sabem fazer a leitura correta dessa modalidade de disputa é que se saem bem.
Não cabe aqui comparar a Copa BR com o Campeonato Brasileiro, cuja essência é a regularidade e a premiação ao mérito das equipes. São torneios quase complementares no calendário, com duração e objetivos diferentes. Quem valoriza a qualificação de jogadores e times certamente dedica mais atenção ao Brasileiro.
Por outro lado, os fãs das surpresas e duelos encarniçados preferem obviamente a Copa, que tem ainda o atrativo de ser a competição mais democrática do nosso futebol. Somente na Copa BR é possível ver a ascensão e chegada às finais (e ao título) de equipes emergentes e do chamado terceiro escalão. Criciúma (1991), Juventude (1999), Santo André (2004), Paulista (2005) e Sport (2008) já experimentaram essa glória.
Na atual edição, três clubes do bloco intermediário chegaram às semifinais: Coritiba, Ceará e Avaí. Vários favoritos naturais tombaram pelo caminho. O Flamengo, cotadíssimo desde sempre, não conseguiu passar pelo representante cearense após dois embates sensacionais.
O mesmo ocorreu com o São Paulo, batido categoricamente ontem pelo Avaí. Das agremiações mais tradicionais, somente o Vasco permanece vivo na disputa. De qualquer maneira, a Copa terá neste ano um campeão inédito, valorizando sua fórmula de disputa, que permite exposição e bom faturamento a clubes de segunda, terceira e quarta divisões.
O Brasileiro é formatado em dois turnos, premiando ao final o time de maior pontuação, como nos campeonatos europeus. Tecnicamente, não há o que discutir, mas é inegável que o torcedor se ressente da ausência de uma decisão de verdade, à moda antiga, daquelas de tirar o fôlego. A Copa do Brasil cobre, com sobras, essa lacuna.
 
 
Levantamento atualizado da promoção É Goool!, da Caixa Seguros, tem Paissandu e Remo em posições honrosas, com 3.046 e 2.923 títulos vendidos, respectivamente. Quem informa é o desportista Ubirajara Lima, observando que nossos clubes exibem a força popular de sempre, posicionando-se à frente de agremiações como Atletico Mineiro, Atlético-PR, Sport-PE e outros. “Imaginemos, se os clubes estivessem em situações confortáveis, qual o lugar que estaríamos ocupando, já que quem dá o tom são as torcidas”, projeta Bira, com plena razão.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 13)