Do Blog de Wagner Patti
“Che – Os Últimos Dias de um Herói” é considerado o roteiro que mais contribuiu para a consolidação do perfil heroico de Ernesto Guevara.
A verdadeira revolução só se faz dentro do homem. Abaixo o homem lobo, o devorador do próximo. Já é tempo do homem novo. O que trabalha e se dedica em busca de recompensas morais. Sim, a revolução começa dentro de cada um. “Se cada um limpar sua calçada, a cidade toda brilhará”.
A obra em quadrinhos, ilustrada por Alberto e Enrique Breccia, foi lançada, na Argentina, em 1968, apenas três meses depois da morte do guerrilheiro, e colocou a ditadura militar no encalço do autor – o conteúdo representava perigo à paz do país.
O verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de amor… Todos os dias é preciso lutar para que esse amor à humanidade viva e se transforme em fatos concretos, em atos que sirvam de exemplo de mobilização.
A editora foi invadida e os originais destruídos. Cinco anos depois, a circulação estava proibida de vez.
Lembrem-se de que a revolução é o que importa e que cada um de nós, sozinho, não vale nada. Sejam sempre capazes de sentir no seu mais profundo ser qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a qualidade mais linda de um revolucionário.
Anos mais tarde, 1977, os militares cumpriram a missão: capturaram, torturaram e mataram Héctor Oesterheld – ele e as quatro filhas estão entre os 30 mil argentinos desaparecidos à época.
Cada companheiro um mundo. Uma infância, um protesto. E já uma morte solitária em um barranco qualquer. Não, não perderam. Morrer por alguma coisa nunca é uma batalha em vão. Assim como não foi em vão aquela morte na cruz dos escravos, há dois mil anos.
Pela força do texto das citações acima, pode-se ter uma ideia da genialidade do escritor ao retratar o compatriota lendário, personagem que inspirou e inspira muita gente.
O fim… Morrer lutando… A última resistência.
Diego Maradona, revolucionário jogador (em todos os sentidos), por exemplo, tem na pele a imagem de Che – quem sabe o ideal do “morrer lutando” também tenha inspirado o guerreiro Sorín, que pendurou as chuteiras nesta terça. Talvez fosse o caso de El Pibe também tatuar o nome de Oesterheld, verdadeiro Maradona da arte sequencial.
A quem possa interessar, a ‘Conrad’ lançou uma edição encadernada de ‘Che – Os Últimos Dias de um Herói’ – terminei de ler a minha nesta segunda, por isso, o post.
VALEU: Me lembou LUIS CARLOS PRESTES e OLGA BENÁRIO !!!