Desafio de manter a chama acesa

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo alcançou a primeira parte do esforço para chegar ao G4. Conquistou três vitórias consecutivas, acumulou nove pontos em três rodadas e ficou a dois pontos do 4º colocado. Parecia uma missão improvável, mas o começo de trabalho de Guto Ferreira trouxe os resultados necessários para turbinar a campanha.

Por todos os pontos de vista, a caminhada é desafiadora, repleta de complicações. Junto com o Remo estão na luta direta pelo acesso mais nove times – Coritiba, Goiás, Criciúma, Chapecoense, Novorizontino, Athlético-PR, Atlético-GO, Cuiabá e CRB.

É importante observar que algumas equipes deram um salto na tabela a partir de sequências impressionantes de vitórias. Foi assim com o Criciúma (5 vitórias) e Athlético-PR (7). O Remo está diante da possibilidade de igualar essas arrancadas, desde que supere PSC e Athletic, duas partidas que serão realizadas em Belém diante da torcida azulina.

A competição é difícil por natureza, mas há uma complexidade maior para os que duelam na primeira página da classificação. São as 10 equipes que se distanciaram na pontuação e estão de fato acima das demais.

O Remo renasceu depois da saída de Antônio Oliveira. Questionado pela torcida, principalmente pelos maus resultados em casa, o técnico foi mantido até perder para o Atlético-GO no Baenão.

Nas três partidas no comando do time, Guto Ferreira fez renascer o entusiasmo que tomou conta da torcida nas 11 primeiras rodadas do campeonato, quando o comandante era Daniel Paulista. Era um Remo que explorava a transição rápida, marcava forte e era mortal nos contra-ataques.

Mesmo sem contar com o artilheiro Pedro Rocha contra o CRB e o Operário, o time marcou cinco gols nos dois jogos, sendo que três deles em lances de contra-ataque, exatamente como no início da competição. Até os problemas de desgaste físico foram sanados.

O desafio agora é manter o time com o mesmo nível de competitividade nas sete partidas que restam, justamente as mais difíceis do campeonato. O alto índice de baixas por lesões registrado durante a gestão de Antônio Oliveira já não castiga tanto o elenco.

Cantillo, Pedro Rocha, Reynaldo e Sávio estão recuperados. São jogadores importantes, como titulares efetivos ou como opções para mudanças no decorrer das partidas. A missão é duríssima e Guto Ferreira vai precisar do grupo completo e em condições de utilização.

Pelo que se observa nas atuações individuais, há uma recuperação visível de alguns jogadores. Marcelinho, que havia perdido espaço com Oliveira, volta a jogar em alto nível. Nathan Camargo, esquecido antes, virou titular. Kayky, que entrou e saiu do time, agora é peça destacada.

O caminho para o sucesso passa pelo funcionamento pleno de todos os setores e a qualidade do elenco será testada a cada jogo. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em destaque, a 31ª rodada da Série B e as projeções para o clássico Re-Pa de terça-feira. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Um clássico para reanimar a Fiel Bicolor

O torcedor alviceleste anda cabisbaixo, e não é pra menos. Na era dos pontos corridos, nunca o PSC esteve tão mal representado na Série B. A campanha é pavorosa – 5 vitórias, 11 empates e 15 derrotas. O time ocupa a zona de rebaixamento há 28 rodadas.

É um quadro assustador e que põe à prova a lealdade do torcedor. Ao longo das últimas partidas em Belém, a Fiel compareceu em peso, sem se abater pelo peso implacável dos números.

Apesar disso, a diretoria já decidiu sair da Curuzu e voltar a mandar jogos no Mangueirão. Por dois motivos. O hotel do clube será utilizado durante o período da COP30 e há o fundado receio de que eventuais maus resultados gerem tumultos no velho estádio do centro da cidade.

Enquanto isso, a torcida tenta buscar forças na tradição do clássico para voltar a apoiar o time que marcha rumo ao rebaixamento. Entre a revolta e a desesperança, a Fiel espera a terça-feira chegar com a esperança de que os deuses da bola lhe garantam pelo menos uma alegria nesta Série B.

Seleção cresce com Rodrygo motivado e alegre

Um dos melhores jogadores brasileiros da atualidade, o meia-atacante Rodrygo andava meio distante da Seleção. Ironicamente, desde que Carlo Ancelotti assumiu. Em baixa no Real Madrid, onde não é prioridade para Xabi Alonso, ele reassumiu seu papel de protagonismo no escrete diante da Coreia da Sul, nesta sexta-feira (10).

Marcou dois gols e contribuiu decisivamente para a troca de passes e avanços em velocidade do time. Ao lado de Estevão, foi um dos melhores em campo, garantindo à Seleção sua melhor atuação neste ano.

Não é pouca coisa. Rodrygo é um jogador que se adapta a diversas funções a partir da linha de meio-campo. Pode tanto ser um articulador quando um atacante de lado, revezando-se com Vini Junior nesse papel, para alegria da torcida e desespero dos adversários. Seu retorno em grande estilo foi a melhor notícia para a Seleção desde a contratação de Ancelotti. 

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 11 e 12)

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