
POR GERSON NOGUEIRA
O Remo encara hoje um desafio que pode colocá-lo de fato entre os candidatos ao acesso. Contra o Atlético-PR, às 21h35, no Baenão, o time vai entrar com a necessidade de vencer para seguir se aproximando do G4. Caso consiga se impor, ficará a apenas 2 pontos do Novorizontino, que ontem à noite venceu e assumiu a quarta colocação.
As dificuldades são imensas. O Furacão é neste momento um dos times mais competitivos do campeonato, após uma sequência impressionante de sete vitórias seguidas. É verdade que na rodada passada perdeu feio (3 a 0) para o Atlético-GO, mas isso não muda o fato de que é uma equipe perigosa e com chances reais de alcançar o acesso.
Dentro do Baenão, para onde foi obrigado a retornar devido à agenda de shows do Mangueirão, o Remo terá que explorar ao máximo a presença de sua torcida, fazendo valer a condição de mandante. A última atuação no estádio foi diante do Atlético-GO, com sabor amargo para o torcedor. Os goianos levaram a melhor por 1 a 0.
Além do trunfo de jogar sob o incentivo de um estádio lotado, o Remo conta com a volta do artilheiro Pedro Rocha, finalmente apto a atuar após ficar ausente de quatro rodadas. Rocha tem 12 gols no campeonato e é um dos principais atacantes da competição.
Com seu principal jogador em ação, o Leão terá condições de impor pressão ofensiva e fazer o Furacão tremer no caldeirão do Baenão. Não será uma tarefa simples. O visitante tem um elenco qualificado, talvez o melhor e mais caro da Série B.
As vitórias sobre o CRB e o Operário devolveram o entusiasmo ao Remo e valorizaram a presença do técnico Guto Ferreira. A convicção de que só uma sequência de vitórias pode concretizar a arrancada rumo ao G4, é certo que o time vai partir para cima do Furacão desde os primeiros minutos.
Os erros cometidos contra o Atlético Goianiense devem servir de alerta. Na ocasião, o Remo foi excessivamente tímido nos avanços e criou poucas oportunidades de gol. Passou a partida controlando a posse de bola, mas sem transformar isso em vantagem prática.
Hoje, além de Rocha, o ataque terá Diego Hernández e João Pedro. Ao mesmo tempo, poderá contar com o retorno de Cantillo. O volante está inteiramente recuperado e liberado para jogar, podendo se juntar a Panagiotis e Nathan Camargo no setor de meia-cancha.
Marcelo Rangel, apesar do susto diante do Operário, quando precisou ser substituído por Ygor Vinhas no intervalo, está confirmado no gol.
Para o Papão, rebaixamento é logo ali
A matemática ainda favorece os cálculos dos otimistas, mesmo que de forma precária. Nos sete jogos que faltam ao PSC, seis vitórias podem garantir a salvação. O problema é que, a essa altura, só os delirantes ainda acreditam nessa hipótese.
Depois da derrota diante do Botafogo-SP, na terça-feira (8), em Ribeirão Preto, o time de Márcio Fernandes afundou de vez na lanterna da Série B. Com apenas 26 pontos, o Papão está a cinco pontos do 19º colocado (Botafogo) e a 10 do Athletic, primeiro posicionado fora do Z4.
Diante do tricolor paulista, o time não demonstrou apetite ofensivo, preferindo ficar tocando bolas improdutivas no campo de defesa a partir para o ataque em busca do gol. Em boa parte do confronto, o PSC estranhamente parecia querer apenas empatar.
A única oportunidade criada no 1º tempo resultou em cabeceio torto de Diogo Oliveira, aos 7 minutos, após cruzamento de Edilson. Como o PSC se limitava a trocar passes lá atrás e o Botafogo praticamente não ameaçava, o jogo foi se arrastando sem emoções.
A única da etapa inicial foi a canhestra tentativa de simulação de pênalti por Edilson no minuto final. Caiu espetacularmente na área, mas a malandragem não resistiu à análise do VAR.
Na etapa final, já sem Garcez e Diogo, que saíram lesionados, Márcio Fernandes recorreu às alternativas de sempre, sem alterar a maneira frouxa de atuar. Rossi, Peterson, Ramon e Carlos Eduardo nada acrescentaram ao apático desempenho do time.
O castigo pela falta de agressividade veio aos 43 minutos do 2º tempo. Uma lambança junto à lateral, envolvendo Edilson, Rossi e Thalisson, deu ao Botinha a única chance de chegar ao gol. Jefferson Nem entrou na área e tocou para Carrillo marcar. Como se sabe, a bola pune os que dormem.
Márcio põe culpa no gramado, mas a verdade é outra
Há nove rodadas na lanterna e há 28 na zona da degola, o PSC não tem mais como esgotar a paciência de seu torcedor. A sete rodadas do final da disputa, precisando desesperadamente vencer, o time caprichou na lerdeza contra o apenas esforçado Botafogo-SP.
Ao final do confronto, Márcio Fernandes surpreendeu pela explicação buscada para o novo revés. Culpou as condições do gramado da Arena Nicnet, em Ribeirão Preto. Disse que o campo interferiu na qualidade do jogo, prejudicando o PSC.
O gramado é meio careca, de fato, mas esteve longe de ser a causa da desventura bicolor. Márcio não disse, mas ao PSC falta qualidade, volúpia e fôlego para buscar vitórias. O elenco, reconhecidamente limitado, se traduz numa equipe fraca e sem convicção.
Bryan Borges foi mais certeiro na análise: disse que o time teve uma atuação horrível. Simplificar é sempre o melhor caminho.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 09)