Festival Facada Fest é proibido por fazer crítica e escracho ao governo Bolsonaro

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A polícia impediu a realização na noite deste sábado do III Festival Facada Fest. Segundo denúncia dos organizadores e músicos, a proibição teria partido do deputado federal Eder Mauro. O Facada Fest é um evento de rock conhecido pela irreverência, com letras anárquicas e recheadas de críticas políticas a cada edição.

Há um mês, quando o cartaz do festival foi divulgado, o delegado-deputado – da bancada de apoio ao presidente Jair Bolsonaro – se manifestou nas redes sociais, prometendo agir contra os jovens caso o festival fosse realizado. O motivo da irritação foi um desenho do palhaço Bozo no cartaz do festival. O apelido “Bozo” é amplamente usado para nominar o presidente pelos partidos e grupos de oposição.

Pelo visto, o parlamentar falava sério e cumpriu a ameaça. A proibição causou revolta, tumultos e protestos no centro de Belém no sábado à noite.

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Indignados com a censura sem motivo justificado, os roqueiros fecharam ruas aos gritos de “Bolsonaro cheira pó!”, “Censura não nos cala” e “Abaixo a ditadura!”. Depois de criado o impasse, a situação acabou gerando um ato público de protesto em torno do Palácio Antonio Lemos, organizado por estudantes e participantes do festival. Barricadas e fogueiras foram acesas durante a manifestação.

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O blog se posiciona contra qualquer forma de censura ou intolerância a atividades culturais. O precedente é extremamente perigoso para a liberdade de expressão. Pela Constituição, nenhum ato cultural ou manifestação política pacífica pode ter sua realização proibida. E, cá pra nós, que raios de governo melindroso é esse que não resiste a protestos e críticas de um festival de música?

5 comentários em “Festival Facada Fest é proibido por fazer crítica e escracho ao governo Bolsonaro

  1. “Temos que impedir este tipo de censura, na época da ditadura era assim,nós não tínhamos o direito de nos manifestar e a liberdade de expressão era proibida,livros sobre filosofia eram queimados,sofremos muitas injustiças, estou muito triste com todo este retrosceso, temos que lutar,lutar e lutar”!!!”

  2. Caro jornalista, depósito esperança que o governo do estado, a frente um membro da família Barbalho, não permita que a polícia aja fora da lei. Se há algo que não se pode atribuir aos Barbalhos é a tolerância e a permissividade com abusos policiais. Quem governa o Estado do Pará e, por conseguinte comanda as polícias, é o governador Elder Barbalho e não o ex-delegado, deputado inexpressivo e colérico citado na matéria.

  3. Estudantes? Oque tinha ali era uma cambada de vagabundos maconheiros que estavam fumando e se drogando na praça após a saída da polícia. E outra, o local não tinha alvará de funcionamento, portanto, a polícia agiu corretamente e fechar o local.

    1. São acusações graves, isoladas e sem provas. Eram estudantes, sim, e mesmo que não fossem não há justificativa para o uso de palavras tão agressivas e preconceituosas. Ninguém foi preso ou mesmo indiciado por uso de drogas em público. A revolta dos estudantes tem a ver com a ameaça feita, semanas antes, por um delegado de Polícia e deputado. As informações são de que o cancelamento do evento está sendo apurado pela Secretaria de Segurança. Quanto ao conceito de vagabundagem, qualquer pessoa com um mínimo de tutano sabe que anda bastante esgarçado no Brasil atual. O blog mantém a posição de defesa da realização do evento. É muita falta do que fazer atacar um evento por fazer críticas a uma autoridade. A Constituição permite manifestações, desde que pacíficas.

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