Regressão começou na ditadura militar

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O filósofo Vladimir Safatle destaca que as declarações do reitor da Universidade de São Paulo, Vahan Agopyan, expressam “uma posição corajosa a respeito da pluralidade e da liberdade inerentes à universidade como projeto”. Para ele, “essa mudança do peso das palavras denuncia como o Brasil conhecerá, a partir de agora, uma batalha ideológica clara capitaneada pelo seu novo desgoverno. Ela está apresentada desde o início, com incitações para que alunos denunciem ‘professores doutrinadores’, com a escolha de entregar o Ministério das Relações Exteriores a alguém que se julga em uma cruzada santa contra o ‘marxismo cultural'”.

“De fato, teremos um governo que procurará levar as pessoas a acreditar que o verdadeiro responsável pela crise nacional – por essa crise social, política e econômica que marca o país – não é o sistema financeiro nem a classe política e seus movimentos suicidas. O verdadeiro responsável pela crise nacional é o professor de história. O mesmo que teria minado os fundamentos da família, dos valores pátrios e das grandes conquistas da civilização brasileira”, avalia Safatle em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo.

Ele relembra que “”quem controla o passado controla o futuro”, escreveu George Orwell em “1984”. Veremos como se tratará a partir de agora de fazer desaparecer as lutas que compuseram nossa história, as resistências violentas que nos marcam. Fazer desaparecer até mesmo uma ditadura corrupta que agora será chamada de “movimento militar” será naturalizada como uma outra forma de governo qualquer. Tudo isso nos mostra como essa regressão que o Brasil vive é o segundo capítulo de uma história que começou na ditadura militar”

Leia a íntegra da coluna.

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