Cifras e dúvidas do negócio imobiliário da década

É um negócio sensacional, coisa de pai para filho, o que a diretoria do Remo pretende fechar ainda nesta semana com a construtora Agra (Leal Moreira) em torno do estádio Evandro Almeida. Uma alteração no esquema de liberação do dinheiro foi divulgada nos últimos dias: os R$ 14 milhões, que se destinariam à compra do terreno da futura Arena e pagamento das dívidas trabalhistas, agora estão claramente divididos: R$ 6 milhões para o terreno e R$ 8 milhões para quitar o passivo trabalhista.

Os números do negócio são grandiosos. A área do Baenão tem 24 mil metros quadrados, pelo qual a construtora propõe dar R$ 33,2 milhões. O futuro estádio, que a construtora promete aprontar, sem local definido até o momento, terá capacidade de 24.500 torcedores, com estacionamento com 700 vagas para torcedores; centro de treinamento completo com 2 campos; mini-shopping (tendo como âncora a já mui conhecida Remo Store); 20 cabines de imprensa; 2.000 cadeiras cativas; 20 camarotes para 150 pessoas.

Entusiasmado com os efeitos da ameaça da Justiça Trabalhista em relação ao estádio Evandro Almeida, possível alvo de leilão, os cartolas contabilizam as cifras do negócio. Os R$ 33,2 milhões seriam assim distribuídos: R$ 18 milhões para construção do novo estádio, R$ 6 milhões para comprar o terreno, R$ 8 milhões para sanear dívidas trabalhistas e R$ 1,2 milhão em patrocínio, pagos em 2 anos (parcelas de R$ 50 mil). O projeto arquitetônico será executado pela construtora, que poderá construir seus espigões no terreno do Baenão assim que entregar uma banda da futura Arena, parte do estacionamento, academia de ginástica, cabines e tribunas, além da estátua do leãozinho.

Até o momento, a comissão de conselheiros que analisa a proposta está esperando pelo detalhamento técnico da proposta e questões jurídicas relativas ao terreno do Evandro Almeida. Os locais visados pela construtora Leal Moreira para erguer o futuro estádio seriam, segundo fontes da diretoria, um terreno existente em Icoaraci, outro na Alça Viária e um terceiro em Marituba.

Uma dúvida intrigante ronda o Conselho Deliberativo do clube, que se reúne para discutir o assunto nesta sexta-feira: de quanto será a comissão a ser paga, como é praxe nesse tipo de transação imobiliária, pela construtora. E quer saber ainda quem será o destinatário da referida gratificação, cotada entre R$ 3,3 milhões e R$ 6,6 milhões, grana suficiente para enriquecer (e eleger) muita gente.

33 comentários em “Cifras e dúvidas do negócio imobiliário da década

  1. Algumas conclusões:

    1) Fica claro que é tudo pela comissão. Não entendo por que AK desde o início vem conduzindo o negócio quando o certo era se abster e deixar tudo a cargo do Conselho. Mais obscuro ainda é o fato de não ter anunciado em campanha que pretendia vender o imóvel…

    2) Dá para construir estádio + CT completo c/ 2 campos + Sala de musculação + estátua gigante do leão + estacionamento com o dinheiro anunciado? Mirabolante.

    3) Os locais para a construção do estadio são os piores possíveis (Icoaraci, Alça Viária e Marituba). As empresas que tiverem lojas na Arena estão fadadas ao prejuízo devido ao baixo padrão de vida do local. O torcedor também terá sérias dificuldades para o deslocamento, principalmente em jogos quarta-feira à noite.

    4) Só vejo dois homens de imprensa contra: Gerson Nogueira e Rui Guimarães (que foi muito lúcido hoje na hora do almoço, questionando por que o Remo não vende a inútil sede social ao invés do estádio). No mais, vê-se uma total ausência de questionamento e a aprovação cega e irresponsável do negócio.

    Dúvida: a comissão é paga pela construtora ou descontada dos R$ 33 milhões? Na segunda hipótese, haveria grande prejuízo ao clube.

  2. O que mais me preocupa é aonde vão comprar o terreno para construção do estádio,acho que o local mais adequado seria na Augusto montenegro.

    Na Br 316 penso que só seria interessante um terreno antes do viaduto do coqueiro,quem pensou na Alça Viaria é louco,fico imaginando um jogo a noite entre remo e ananindeua na Alça Viaria,outros lugares que não dariam certo é Artur Bernades e Mario Covas.

    Quanto ao preço do terreno,recentemente eu li que o terreno do exercito que fica ao lado da Basilica de Nazaré e que a Arquidiocese de Belém pretende adquirir custa 30 milhões.Qual vale mais o do Baenão ou do Exercito?.

  3. Apesar de saber do posicionamento do amigo Gerson, mas vejo nesta empreitada, o engrandecimento do Remo, após 105 anos. Sinceramente, vendo um projeto desse, agora sinto orgulho de ser Remista, apesar que, no futebol, ainda sofrerei, e muito, só espero que não seja por todo esse tempo. Parabéns ao Amaro Klautau e seu vice Orlando Frade que, na minha opinião, deveriam passar pelo menos mais 4 anos a frente, APENAS, da Administração do Leão, visando, ainda mais seu engrandecimento, desde que, efetivassem Antônio Carlos Teixeira, como seu Diretor de Futebol para, aí sim, o engrandecimento total do Leão.

  4. Eu também concordo com a venda. Se realmente for o que estão falando, o remo só tem a ganhar.

    Os saudosistas devem herdar as fotos e vídeos do local para mostrar para posteridade o quanto os torcedores sofriam para assistir a jogos no Baenão.

    O mesmo se pode dizer da Curuzu que é mal planejada e não tem mais para onde crescer.

    Os estádios de hoje tem que evoluir de acordo com a demanda e de acordo com as novas exigâncias de segurança e bem estar para o torcedor.

    E entre os torcedores, jamais deve ser esquecido os de necessidades especiais. Curuzu e Baenão ignoram completamente esses consumidores.

    Só pra não dizer que somente esses, mas o nosso estádio maior, o Mangueirão, também está muito aquém nesse quesito.

  5. Vai ter muita gente de olho nessa comissão mesmo. E quanto ao projeto podemos até considerar que seja a salvação do Leão Azul pois, do jeito como anda a corroagem não daria muito tempo para o Baenão ir a leilão já que as dívidas trabalhistas estão cada vez maiores e a Justiça do Trabalho está bloqueando tudo até os patrocínios. Parabéns ao AK pelo projeto inovador, torço para que outros times paraenses tenham a mesma oportunidade pois, acima de ser torcedor do clube do Remo sou torcedor do Pará, do esporte, da cultura desse estado e que essa idéia seja um exemplo a ser seguindo, assim tenho certeza que vamos ter nosso valor reconhecido lá fora e servir de espelho para outros estados, mostrando para os clubes do eixo sul-sudeste que os times deste lugar tem uma torcida que ama seus clubes e torce como verdadeiros loucos, sofrendo com a derrota e pulando de alegria com a vitória mas que seja qual for o momento sempre está ao lodo de seu time onde quer que esteja.

  6. Estou vendo um futuro glorioso ao Leão: o fenômeno azul se dirigindo à Marituba ou à Alça Viária nas quartas a noite para ver os jogos do Remo. Não emito mais opinião sobre essa sandice. Pelo menos, na sexta termina a novela da “Arenga do Leão”. Soa como clichê, mais nadfa como recitar um velho ditado: a história mostrará a verdade. O problema é que ela é implacável, pois não volta atrás nem prevê o futuro…

    1. Cássio: Esta foi minha última manifestação sobre o tema. Encerro aqui minhas argumentações, mesmo sabendo que a venda – apesar do apoio sincero das pessoas bem-intencionadas – serve mais a determinados interesses do que ao clube. Mas, como nosso papel nesse assunto é dos mais limitados, recolho-me e aguardo os próximos passos. Só deixei clara minha posição por uma questão de princípios: jamais compactuei com a omissão. Se tenho opinião formada sobre algum tema, exponho-a livre e diretamente. Criei o blog justamente com essa finalidade. Lamento, sinceramente, que clubes que arrastam multidões e são a alegria de milhares de pessoas estejam à mercê do oportunismo, da ganância e dos projetos pessoais de alguns. Basta, como exemplo, ver a fúria vendedora de Raimundo Ribeiro há três anos: queria vender qualquer coisa que lhe permitisse sair com dinheiro no bolso. Conseguiu, enfim, por vias mais do que tortuosas, negociar (através de um leilão dos mais esquisitos) a sede campestre do Remo, por algo em torno de R$ 4 milhões – nunca se sabe o valor exato dessas negociatas. No final de 2009, chegou a conta afrontosa: o mesmíssimo terreno foi revendido por cerca de R$ 16 milhões. A Justiça do Trabalho tem sido usada como pretexto para forçar algumas transações. A atual diretoria divulga a todo instante que só há uma saída para o Baenão: vender antes que seja leiloado. Não é verdade. Um esforço conjunto, reunindo todas as forças do clube e mobilizando autoridades e parlamentares, permitiria um acordo para que a dívida fosse paga de forma interessante para os lados envolvidos. Advogados e juízes trabalhistas já deram essa sugestão, que a diretoria do clube faz questão de ignorar. O problema, repito, é que há pressa, muita pressa, em “fazer dinheiro”. Alguns obviamente enriquecerão com a venda do velho estádio, mas o clube estará a um passo do fim. O futuro – não muito distante – dirá quem tinha razão. Aguardemos.

  7. Respeito a opnião do sr.gerson, alias,escuto seus cometários durante anos,para saber que não à objetivo de prejudicar o meu amado clube do Remo, mas acredito que a negociação será um passo importante para o Remo,nem me refiro ao estádio mas na estrutura do centro de treinamento que o clube receberá junto,que será muito util no nosso tempo chuvoso, lembrando que muitos clubes só cresceram quando passaram a valorizar estrutura(Cruzeiro,Goias,São Paulo,AtleticoPR)
    espero que a imparcialidade e verdade continuem imperando em seus comentários como todos conhecem bem!

  8. Novamente essa novela. Seria bom que viesse a tona quando realmente o fato se concretizar. Ainda acho que é conversa para boi dormir.

  9. Gerson, depois de pagar as dividas,e comprar o terreno,sobraria 18 milhões para o remo construir a arena com 24 mil lugares,estacionamento para 700 carros,campos auxiliares,mini shoping e etc…
    Só tem um detalhe,o estádio de marabá para 20,000 lugares,foi orçado em 31 milhões,com espaço para 20,000 pessoas ,estacionamento para 1,000 carros e só,bem menor que a arena do leão.
    O remo terá que buscar dinheiro em outra fonte,pois os 18 milhões não serão o suficiente,conforme alguns engenheiros afirmam.
    O que vc acha?

    1. As contas e as projeções da construtora compradora não batem, meu caro Juca. Um terreno ao custo de R$ 6 milhões só será possível nos limites da Região Metropolitana de Belém. Apesar da potoca graciosa de alguns, comparando ao esforço de renascimento do São Paulo (com a construção do Morumbi), quem acompanha futebol em Belém sabe que o torcedor não comparece a estádios fora da região central. Jogos noturnos no Mangueirão dão prejuízo – a não ser que sejam decisivos ou tenham como atração um grande time nacional. Sabemos que a vida não é assim e a rotina será a marcação de jogos contra S. Raimundo, Cametá, Águia, Castanhal, Belém, Santa Rosa etc. Nem Re-Pa será marcado para um estádio tão acanhado. O preço do metro quadrado construído é outra ficção: nenhum projeto de estádio moderno, com os equipamentos prometidos, sai por menos de R$ 1.800,00 o metro quadrado. Com o dinheiro prometido, o metro está cotado a menos de R$ 300,00. Estão brincando com coisa séria.

  10. Cássio, deverias locar teu comentário na matéria “O ÚLTIMO REDUTO DOS MACHOS” seria a terceira concordancia, salvo engano.

  11. De hoje, 17/02/2010, ao Dr. Orlando Frade:

    Cláudio Santos-Técnico do Columbia de Val de Cans disse…
    Dr. Orlando Frade, existe a possibilidade dessa arena ser em Marituba ou na Alça Viária, como estão dizendo, aqueles que são contra essa venda, ou se mantém o que vinha sendo falado: Augusto Montenegro, Av. Independência, Arthur Bernardes, Br(mais próximo de Belém)? Por favor, me tire essa dúvida.

    17 de fevereiro de 2010 17:52
    Orlando Frade disse…
    Ao que parece não.
    Os possíveis locais ja foram indicados pelo nosso Presidente Amaro.

    17 de fevereiro de 2010 19:22

    1. Os de bom senso pensam assim, meu caro Edmundo. Daí o mérito dos dirigentes do Paissandu, os de agora e os anteriores, que jamais – digo isso com base nos meus 32 anos de vivência no meio futebolístico local – ventilaram a hipótese de vender o tradicional estádio Leônidas Castro, o “vovô da cidade”. Mesmo com todos os problemas financeiros, iguais ou mais sérios que os do rival, o Paissandu nunca permitiu que Justiça do Trabalho tomasse a decisão de leiloar seu bem físico mais valioso. Isto é amor ao clube e respeito à sua história. E vem aí uma Curuzu inteiramente remoçada daqui a dois anos, pode aguardar. Um clube que pretende seguir forte não pode abrir mão de seu patrimônio.

      1. É isso mesmo, Gerson…agora essa palavra que vc usou depois de ”E vem aí uma Curuzu inteiramente…..” ficou meio estranho, ah ah ah ah

      2. Os de bom senso são os que pensão assim?
        Se não o negócio for furada, nunca mais entrarei na internet para comentar qualquer notícia sobre futebol.
        Se der, o “Bom Senso” deve recomendar o mesmo aos bons.

  12. Juca;
    Se não estou enganado,
    Estadio Marabá = Lucro da construtora
    Agra + Arena quase pronta = Estadio Baenão

    Ou seja a responsável pela construção da Arena é a Agra então penso que o objetivo deles não é o lucro com a Arena e sim entregar ela pronta para receber o Baenão, logo penso que não haverá valorização (lucrar) do Estadio como houve em Marabá por parte da construtora.

  13. Como azulino quero muito que isso tudo aconteça para o bem do Clube do Remo. Mas, pelo amor de Deus, que esse montante não caia nas mãos de dirigentes, seja ele qual for. Os 18 milhões tem que ser repassados ao Leão Azul na forma de construção da Arena. Para eles, a construtora, 18 milhões é suficiente para isso, ao passo que, se esse montante cair em mãos presidênciais azulina, o inferno que vivemos hoje, poderá ser o paraíso de amanhã.
    – Intenções menos ações é igual a nada. Se você não mudar a direção, terminará exatamente onde partiu. Por isso, todas as boas intenções não significam coisa alguma se não forem acompanhadas por ações que correspondam o seu propósito.
    Repito, 18 milhões é muito pouco para fazer tudo o que dizem, em mãos azulinas, mas, com a construtora, ele será transformado em 36 milhões e, aí sim, é o bastante.

  14. Nem sinal do Gerson. Será que ainda está comemorando a vitória do Botafogo? Mundico, ainda bem que adiaram o jogo e terás tempo de fazer mais estragos no paraense até lá.

  15. Berlli, estou achando que o Gerson foi pagar alguma promessa pela vitória de montem. Qual será? Na minha opinião, ele foi a pé daqui até Baião(ida e volta), por isso anda sumido do Blog.rsrsrsrsr

  16. O Gérson, depois de homenageado no Baile dos Artistas, está prosa e mais ainda, após a zebra de ontem no Maracanã. Desconfio que ele está no Rio de Janeiro, ainda comemorando o campeonato da Tijuca e a vitória do fogão. Se ele voltar a rabiscar hoje, aí, o Cláudio tem razão: está tomando uma “prossaca” (misto de promessa com ressaca). rs.

    1. Não pude ir à homenagem, mas fui representado pelo amigo Luiz Flávio Matta, repórter do DIÁRIO. E estive temporariamente fora do ar devido a problemas do glorioso Velox. Mas já estamos aqui festejando a passagem do Fogão à final da Taça GB.

  17. O Baenao SÓ deve ser entregue após a construtora entregar tudo que faz parte do projeto. Isto tem que fazer parte do contrato. Caso contrário, será apenas um golpe bem dado pela cambada do PSDB

  18. Gerson, à guisa de lembrança. Paulo Castro (filho de Leonidas Castro) quando Pte. do Paysandu cogitou vender a Curuzú apresentando projeto de viabilidade. Os bicolores balançaram. Ainda existe conselheiros vivos que sabem muito mais do que este escriba.

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