Ligações perigosas no mundo do futebol

Por Wagner Patti

A imprensa italiana divulgou, nesta sexta, algumas fotos encontradas em batidas policiais contra chefes da Camorra, a cruel máfia napolitana. Algumas delas trazem mafiosos ao lado de jogadores de futebol. Entre eles Cannavaro, Hamsik e Roberto Carlos. O retrato com o brasileiro teria sido feito num restaurante de Madri – a Espanha é solo fértil para atividades criminosas. A Camorra surgiu no século XIX, em Nápoles, Campânia. É também conhecida como Bella Società Riformata. Hoje, existem mais de cem clãs camorristas, totalizando cerca de oito mil membros.

Os tentáculos se infiltram em agiotagem, extorsão, contrabando, coleta de lixo, tráfico, prostituição, fraudes, jogo, lixo tóxico e construção civil – vai tentar subir um prédio em Nápoles sem o ‘aval’ dos caras… A organização teve, inclusive, influência na criação do Primeiro Comando da Capital, o PCC, uma espécie de sindicato do crime em São Paulo. O ‘modus operandi’ das famílias veio à tona com o livro ‘Gomorra’, de Roberto Saviano, que virou filme – por conta do sucesso de bilheteria, o escritor tem a cabeça a prêmio e vive sob vigilância policial 24 horas por dia.

Domenico Pagano, que aparece em foto ao lado de Hamsik, jogador do Napoli, é o ‘boss’ por trás da guerra civil deflagrada contra os Di Lauro – está foragido. Claro que os boleiros fotografados apenas atenderam, gentilmente, a um pedido para posar ao lado dos chefões. Antes de condená-los moralmente, deixo a pergunta: Você, famoso, deixaria de atender a uma solicitação desse tipo? Eu não arriscaria.
Como esquecer a célebre frase de Don Vito Corleone, em ‘O Poderoso Chefão’: “Vou lhe fazer uma proposta irrecusável”.

5 comentários em “Ligações perigosas no mundo do futebol

  1. As ligações perigosas no mundo do futebol já foram devidamente identificadas e toleradas: Jogo do Bicho, caixa dois de toda espécie, tráfico internacional de armas, lavagem de dinheiro, etc e tal. Esse é o futebol negócio!

  2. Na época que jogava no Nápoli, houve quem falasse que o Maradona tinha livre, consciente e voluntário trânsito na máfia italiana e que a derrocada de sua imagem, mediante a sistemática exploração negativa de sua dependência química, teria decorrido d’uma dissidência lá com os Chefões. Minha tendência é achar que dita versão não passa de mito. Mas, nunca se sabe.

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