Por Leandro Fortes
O pré-sal trouxe um problema extra de longo prazo à oposição, sobretudo para os tucanos, cuja sobrevivência política está cada vez mais ameaçada pela falta absoluta de um discurso capaz de se contrapor ao Palácio do Planalto. Até a descoberta das reservas de petróleo do pré-sal, ainda era possível ao PSDB e a dois de seus mais importantes satélites, DEM e PPS, enveredarem-se no varejo das guerrilhas midiáticas montadas sobre dossiês e grampos fajutos. Havia sempre a chance de desconstruir as políticas sociais do governo Lula a partir da crítica fácil (e facilmente disseminada por jornalistas amigos) ao Bolsa-Família, descrito, aqui e ali, como uma fábrica de vagabundos, de jecas tatus preguiçosos e indolentes, sem falar no estímulo à ingratidão de domésticas mais interessadas – vejam vocês! – em criar os filhos do que esquentar o corpo no fogão a troco de um salário mínimo. Agora, o espaço para esse tipo de manobra tornou-se diminuto, para não dizer irreal.
A capacidade futura de gerar recursos do pré-sal, contudo, é circunstancialmente menor que o seu atual potencial político e eleitoral, e nisso reside o desespero da oposição. Há poucos dias, o governador de São Paulo, José Serra, do PSDB, chegou ao ponto de se adiantar ao tempo e anunciar futuras mudanças no marco regulatório do pré-sal, falando como presidente eleito, a um ano das eleições. O senador Álvaro Dias, tucano do Paraná, livre de todos os escrúpulos, admitiu estar atrás de uma empresa americana do setor petrolífero para juntar munição contra a Petrobras.
No Senado Federal, um dia depois do anúncio oficial do pré-sal, um grupo de senadores se revezou na tribuna para choramingar contra o projeto eleitoral embutido no evento, quando não para agourar a possibilidade de todo esse petróleo ser usado, como quer Lula, para combater a pobreza no Brasil. E é nisso, no fim das contas, que reside a tristeza tucana e de seus companheiros de infortúnio.
Manter o pré-sal sob responsabilidade exclusiva da Petrobrás, como quer o governo, confere à opção uma cor, digamos, chavista, no melhor sentido da expressão, por deixar ao arbítrio do administrador da riqueza mineral em questão o poder de utilizá-la em programas voltados para o bem estar social, principalmente, nos setores de educação e saúde. Esse poder, que na verdade é do Estado, carrega consigo um óbvio e incalculável potencial eleitoral do qual Lula, que nunca foi bobo, não irá abrir mão.
Não por outra razão, ao discursar sobre o tema, em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente deu uma cacetada nos tucanos ao lembrar ao distinto público da sanha do PSDB, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, em privatizar a Petrobras (chamada pelos tucanos de “último dinossauro” estatal) e rebatizá-la de Petrobrax – uma designação tida como “mais internacional” por mentes notadamente sub-colonizadas.
A perspectiva de utilização de recursos petrolíferos em programas sociais, calcada no modelo adotado por Hugo Chávez, na Venezuela, é a fonte permanente de todo o terror da direita sul-americana, inclusive a brasileira, menos pelo fator ideológico embutido na discussão, mais pelo pavor de deixar nas mãos de um adversário tal instrumento poderoso de financiamento de novas e ainda mais ousadas políticas de distribuição de renda e assistência social. O interessante é que, se tudo der certo, o auge da exploração do pré-sal se dará em 2015, um ano depois, portanto, do mandato do sucessor de Lula.
Ou seja, o desespero da oposição está projetado para uma possível reeleição da ministra Dilma Rousseff, que sequer se sabe se será eleita.
“O senador Álvaro Dias, tucano do Paraná, livre de todos os escrúpulos, admitiu estar atrás de uma empresa americana do setor petrolífero para juntar munição contra a Petrobras.”
Gerson, destaquei o trecho acima pois, ao ler os noticiários sobre o debate em torno do gerenciamento dos recursos do Pré-Sal e a sua destinação, parece até que estamos, guardadas as devidas proporções, naqueles momentos pré -64, quando a direita ajustava suas peças no tabuleiro coma maior cara de pau, invocando sempre em nome de seus atos os interesses da nação (??). A postura de Álvaro Dias é sintomática dessa eterna postura da direita brasileira… depois eles vêm com o maior cinismo afirmar que sempre colocam os interesses do país em primeiro plano.
E não se espante se eles começarem a colocar o dedo em riste, em direção ao governo, acusando-o de “chavismo”, de ser “estatizante” e de estar na contra-mão da modernidade (isso se já não começaram…)!
Daniel,
O Álvaro Dias, um dos mais ativos marqueteiros de meia pataca do PSDB, é useiro e vezeiro em tentar desqualificar qualquer projeto ou ideia oriunda do governo. É o exemplo acabado do sujeito que só critica, sem qualquer critério ou responsabilidade. A direita nacional está confusa, desarticulada (o que é raro) e sem saber que armas usar para impedir que Lula eleja o sucessor – coisa que, a meu ver, é líquida e certa, apesar de todos os ataques de baixo nível. O problema é que a teoria privatizante, tão ao gosto de FHC e assemelhados, mostrou-se falha quando posta em prática. E o caso Petrobras (ou Petrobrax…) é bem emblemático dessa situação.
Além do palanque institucional legítimo, a oposição demo-tucana também está utilizando seus devidos espaços midiáticos generosos, principalmente da imprensa sulista, desfavorável a qualquer concessão para socialização dos recursos a outros entes da federação. Até disso, ” especialistas”, explicitameente ligados à gestão FHC estão sendo convidados a demonstrar suas preocupações nos tele-jornais, além é claro da desobstrução das regras que será feita no parlamento. Gostaria de ver o Bóris dizer sobre isso: É UMA VERGONHA. Não custa muito, o Jô convidará suas meninas para debater sobre a questão.
Aliás, aquele convescote do Jô e suas meninas virou a verdadeira turma da luluzinha, ávida por tricotar contra o governo. Engraçado é que não vi até hoje elas falarem da Yeda Crusius, do Tasso Jatinho Jereissati, do Virgílio Furioso e do escândalo da Alstom em S. Paulo.
Gerson, a Mirian Leitão e a Lúcia Hipólito são viúvas do FHC , todo mundo sabe disso!
Alguns comentários delas chegam a ser hilários, não pelo seus conteúdos, mas simplesmente porque nunca acontecem. Isso com certeza as frustam!!!hehehh!
A Lúcia sempre quer dar uma de super-safa comunicando sempre o óbvio como se nos ouvintes fóssemos retardados.
A Mirian, se contorce de raiva de ver a economia, se não crescendo, se mantendo a patamares toleráveis e sem poder falar mais nada, já que os mercados europeus e americanos estão em franganhos!
Além do mais, todas as comentaristas são do tipo ” quanto pior melhor!” Entende?
Na CBN é a mesma coisa!
Parei até mesmo de assistir o programa do Jô!
Afinal , apesar de ser um programa privado, Tem um quê de peixada no ar, o que pra mim faz perder a credibilidade!”
Quanto ao Executivo Federal, O Governo do Lula tá qualhado de corrupção, todo mundo sabe!! e esse é, ironicamente, o ponto positivo! Diferente das ” Casas da Dindas” e das “Parabólicas alcaguetas”!..Concorda?
Um abraço pra ti!
O sal.
Acho que os deputados e senadores de “oposição” estão em seus papéis. Tanto em seus interesses escusos como em suas mediocridades. Idiota é quem vota neles. E não estou falando de pessoas humildes e iletradas… Falo de pessoas com posses e mesmo assim tapadas, arrogantes e sem visão de mundo. Pessoas que assistem diariamente, e não vêem o verdadeiro interesse que há por trás de um comentário de uma nojeira chamada Merval Pereira, do desespero, pelo vazio de discurso, nas análises nitidamente parciais das Sras. Miriam Leitão e Lúcia Hipólito, bem como o que há por trás daquela palhaçada das 5 meninas (contando com o Jô…).
Míriam Leitão é o que há de mais nocivo em termos de análise econômica… e o que é pior: travestida como o que há de “mais moderno” e “austero” em susa teses…
Sérgio, envia mensagem a meu e-mail, para que eu possa saber o seu: cassioandrade69@gmail.com
Abs.
Não Sérgio, esses eleitores tapados e com posses a quem você se refere, talvez por acharem que ainda estamos nos tempos da Guerra-Fria, ainda possuem uma ideologia (ou mesmo uma anti-ideologia, como uma espécie de reação a tudo que cheira à “partilha” como algo “comunizante”) que vê o mundo separado por uma enorme trincheira entre o Capitalismo e o Comunismo. O problema é que esse pretenso anacronismo ainda pauta a conduta da direita, numa clara demonstração de que, independente do tempo histórico, estes eleitores de direita (e da direita) estão apenas defendendo (mais uma vez) os seus interesses… e os dos seus mandatários.
Pelo que tenho acompanhando vai ser motivo de muita briga e o governo do RJ já se pronunciou a respeito. Agora a demagogia vai provocar enchentes a começar por LULA que já vê no futuro a extinção dos pobres. Que fique claro não dando destino incerto e sim na divisão dos lucros equitativamente. Não ria que não é piada.
Tenho medo é dessa história de que o dinheiro será investido em melhoria das condições de vida da população. Isso tá me cheirando é a PRÉ-SACANAGEM com o povo. Esperem só pra ver!