Religião é assunto sempre delicado e a prudência recomenda que se respeite a convicção de cada um, mas algumas entrevistas pós-jogo beiram o absurdo catequético. Depois da bela vitória sobre o S. Paulo, no Morumbi, o goleiro cruzeirense Fábio evitou comentar a parte técnica da partida e caprichou no tom de pregação.
“Deus é fiel, toda glória a Ele e temos que agradecer por ter iluminado o nosso time, nos presenteando com essa maravilhosa vitória. Glória a Deus…” e seguiu nessa linha até o repórter finalmente desistir da entrevista. Tudo muito bem, a fé move montanhas, mas é esquisita a ideia de que Deus só age em favor dos vencedores e vira as costas aos perdedores.
Ainda estão vivas na memória de todos as imagens de Marcelinho Carioca, atleta de Cristo juramentado, com faixa na cabeça saudando Jesus. Baixava o cacete nos adversários, cuspia e xingava deus e todo mundo. Seu único momento de contrição era na hora de ajeitar a bola para cobrar faltas. Quando a bola entrava, lá vinha louvação religiosa em doses cavalares. Quando perdia, saía querendo briga e disparando palavrões contra a arbitragem.
Bem LEMBRADO: As pessoas (ATLETAS OU NÃO) que usam o nome de DEUS em VÃO, normalmente esquecem que a DESGRAÇA e o TRIUNFO devem ser tratados da mesma FORMA, pois ambos SÃO 2 (DOIS) IMPOSTORES. (Do Poema “SE” de RUDYARD KIPLING.).
Fazem propaganda de Franquia das igrejas . sem pagar nada..essa do Deus e’ fiel.. e’ demais!
Embora não seja o mensageiro mais apropriado o jogador de futebol, como o pagodeiro e outros profissionais que fazem fortuna nesse “vale de lágrimas” são presa fácil para os marqueteiros luteranos. O Velho Testamento, aliás, retrata Deus como um aliado dos exércitos (O Senhor Deus do Exércitos) que cometiam barbáries contra, ao que se apregoa, outros filhos do mesmo Deus. Até aonde tenhamos lido não existe exercítos ou povos do Capeta.