A mídia sob análise

Leitor-internauta, preocupado com a violência, critica o endosso de comentaristas à vitória de Machida no vale-tudo.

Foi com surpresa que ouvi os comentários dos apresentadores do programa “Bola na Torre” da RBA sobre a luta de vale-tudo vencida pelo tal Machida. A surpresa está no fato de esportistas apoiarem uma prática que nada mais é do que pura violência. O que se constatou não foi uma disputa esportiva entre atletas, mas tão somente duas bestas-feras se digladiando em um ringue, ovacionados por uma turba de fanáticos sedentos por sangue e brutalidade, seja ao vivo ou via satélite. Se em uma partida de futebol, um jogador pratica uma “entrada” mais violenta, logo é criticado por todos os comentaristas esportivos (com toda razão) pelo seu comportamento violento; no entanto, diante de uma prática de luta-livre, todos se derretem em elogios. Houve até um comentarista que propôs que o pseudo-atleta desfilasse em carro de bombeiro. Seria a consagração da barbárie. O que todos precisam entender é que violência é sempre violência em qualquer situação, e não serão as convenções humanas que mudarão isso. Se já existem estudos que apontam que os videogames violentos influenciam o comportamento de quem joga, imagine o que uma luta de verdade não faz nas pessoas sem uma melhor estrutura psicológica, principalmente as crianças, que acabam absorvendo a violência como uma coisa natural. Depois, quando em um estádio de futebol, a torcida ou os jogadores praticam atos de violência, são imediatamente condenados. Só esquecem de dizer onde toda esse fúria foi incentivada (lógico que as influências são múltiplas). Longe de querer dar lição de moral, o que quero é apenas provocar um pouco de reflexão, para que não se entre em contradição. Acho que os comentaristas esportivos, por serem formadores de opinião, devem medir muito bem seus comentários, antes de apoiarem práticas que há muito já deveriam ter sido banidas de nossa sociedade. Precisamos de bons exemplos e de paz. Um forte abraço.

Ricardo Conduru 

5 comentários em “A mídia sob análise

  1. O comentário do sr. Ricardo Conduru é recheado de preconceitos e desinformações. O Vale-tudo não faz apologia à violência. É um esporte com regras definidas, onde a briga só acontece dentro do ringue ou octagon. Fora isso, há o espírito esportivo e solidário dos lutadores ao final de cada luta. Em todo evento de vale-tudo, para o seu conhecimento, existe uma equipe de médicos preocupados com a integridade física dos lutadores. Se um lutador, no decorrer da luta, não estiver em condições de continuar, é a decisão dos médicos que prevalece, e a luta é encerrada. A vitória de Lyoto Machida deve ser vista com orgulho para nós, pois ele é um cara humilde e guerreiro, além de valorizar o nosso Pará lá fora. E os comentaristas da RBA foram corretíssimos ao valorizar a vitória de Lyoto. O grupo de esportes da RBA está presente aonde o Brasil estiver, não apenas no futebol. Violência são as notícias veiculadas no caderno Polícia, e não nos programas esportivos. O grupo RBA e suas equipe jamais fariam apologia à violência. São profissionais respeitados e qualificados. Não existe nenhuma contradição nisso. Estão destacando uma conquista histórica para o esporte paraense. Se pensarmos dessa forma como o sr. pensa, seu Conduru, deveríamos banir todos os esportes que possuem contato físico, pois, inevitavelmente, mostram algumas cenas mais fortes, ou acabar com as academias que ensinam as artes marciais, pois elas tiram muitos jovens das drogas e da violência, pois valorizam o respeito ao ser humano. Não se tem registro, por exemplo, de nenhuma morte até agora provocada por uma luta de vale-tudo. O UFC, dos Eua, é o melhor evento de vale-tudo do mundo, é ter um paraense como campeão é motivo de orgulho, sim, e não de preconceito e juízos negativos de valor. O Vale-Tudo merece respeito! Parabéns, Machida! Parabéns, comentaristas esportivos do da RBA! Nota 10, sim, pra voçês! Acertaram em cheio!!!!

  2. “Se pensarmos dessa forma como o sr. pensa, seu Conduru, deveríamos banir todos os esportes que possuem contato físico, pois, inevitavelmente, mostram algumas cenas mais fortes, ou acabar com as academias que ensinam as artes marciais, pois elas tiram muitos jovens das drogas e da violência, pois valorizam o respeito ao ser humano.” [2]

  3. Caro Sr. Adriano Costa, primeiramente peço desculpas pela demora em responder suas considerações, por absoluta falta de tempo. Quanto as suas considerações, faço algumas breves considerações:
    1 – não possuo idéias preconceituosas, pois de tudo um pouco procuro me interar antes de emitir qualquer juízo;
    2 – as artes marciais, em seu contexto histórico, tiveram sua razão de ser, isto é, serviram como meio de combate e defesa diante de um inimigo mais poderoso, algumas perdendo seu caráter violento nos tempos modernos. Cito como exemplo o caratê, usado no século XVIII na ilha Okinawa, no Japão, pelos seus habitantes como método de combate, sem armas, baseados em golpes de mãos e pés, contra a opressão do senhor de Shimazu, que proibiu o uso de armas pela população para evitar levantes. Já no século XX, difundiu-se pelo mundo como prática esportiva, mas, por se tratar de luta bastante perigosa, nas competições de caratê, o lutador não pode tocar no adversário. O golpe deve ser detido a poucos centímetros do alvo, sob pena de desclassificação do atacante (quanta diferença da luta – livre não é?). como estamos no Brasil, vamos também citar a capoeira, que nas competições oficiais, tem por finalidade derrubar o adversário tão somente pelo desequilíbrio (nada de golpes, entendeu?);
    3 – você citou outros esportes que possuem contato físico. Vamos exemplificar com o futebol. O objetivo deste esporte é colocar a bola na rede do adversário. O contato violento pode ocorrer, mas é proibido e logo punido pelo árbitro, bem diferente da luta – livre, onde o principal objetivo é massacrar o adversário;
    4 – Você afirma que no vale-tudo existem regras como proibir desferir golpes baixos. Ora, do que adianta isso, se a cabeça, um dos locais mais delicados do corpo humano, pode ser livremente chutada e esmurrada. As conseqüências desses golpes para o cérebro são terríveis, tal qual no boxe, você sabia?
    5 – você afirma que nunca ninguém morreu em luta – livre. Você tem certeza disso? Vou dar nova oportunidade para você se retificar dessa afirmativa fazendo um pouco de pesquisa (dever de casa);
    6 – se a luta – livre não fosse perigosa, porque então todo o aparato médico de plantão?;
    7 – você afirma que a prática da luta – livre ajuda a tirar as crianças do mundo das drogas e da violência, pois valoriza o respeito humano. Ora, como tirar alguém da violência ensinando violência (você não acha isso uma contradição ?). Também, no meu parecer, o tal Machida (ou será máquina?) não teve muito respeito humano com seu adversário, não é mesmo, além do mais, o que tira as crianças do mundo das drogas é a educação e bons exemplos e não a prática de esportes violentos;
    8 – Porque será que nunca ninguém propôs que o nosso padre Bruno, que tanto fez pelas crianças do nosso estado, desfilasse em carro aberto de bombeiro. Ele por acaso não é um orgulho para nosso Estado? Pobre Pará, que necessita de um bárbaro para levantar nosso orgulho (ou melhor, o seu);
    9 – portanto, ratifico tudo o que afirmei. Aproveito a oportunidade para protestar mais ainda: abaixo a luta – livre, abaixo o boxe, abaixo a rinha de galos, abaixo as touradas, abaixo toda forma de violência. Aproveito a oportunidade para agradecer o apoio do Senhor Marco Alencar, isso mostra que você é uma pessoa civilizada. Gerson Nogueira, obrigado pelo espaço!

    Ricardo Condurú

  4. Caro Sr. Adriano Costa, primeiramente peço desculpas pela demora em responder suas colocações, por absoluta falta de tempo. Quanto as suas considerações, faço alguns breves comentários:
    1 – não possuo idéias preconceituosas, pois de tudo um pouco procuro me interar antes de emitir qualquer juízo;
    2 – as artes marciais, em seu contexto histórico, tiveram sua razão de ser, isto é, serviram como meio de combate e defesa diante de um inimigo mais poderoso, algumas perdendo seu caráter violento nos tempos modernos. Cito como exemplo o caratê, usado no século XVIII na ilha Okinawa, no Japão, pelos seus habitantes como método de combate, sem armas, baseados em golpes de mãos e pés, contra a opressão do senhor de Shimazu, que proibiu o uso de armas pela população para evitar levantes. Já no século XX, difundiu-se pelo mundo como prática esportiva, mas, por se tratar de luta bastante perigosa, nas competições de caratê, o lutador não pode tocar no adversário. O golpe deve ser detido a poucos centímetros do alvo, sob pena de desclassificação do atacante (quanta diferença da luta – livre não é?). como estamos no Brasil, vamos também citar a capoeira, que nas competições oficiais, tem por finalidade derrubar o adversário tão somente pelo desequilíbrio (nada de golpes, entendeu?);
    3 – você citou outros esportes que possuem contato físico. Vamos exemplificar com o futebol. O objetivo deste esporte é colocar a bola na rede do adversário. O contato violento pode ocorrer, mas é proibido e logo punido pelo árbitro, bem diferente da luta – livre, onde o principal objetivo é massacrar o adversário;
    4 – Você afirma que no vale-tudo existem regras,.sei que é proibido desferir golpes baixos. Ora, mas do que adianta isso, se a cabeça, um dos locais mais delicados do corpo humano, pode ser livremente chutada e esmurrada. As conseqüências desses golpes para o cérebro são terríveis, tal qual no boxe, você sabia?
    5 – você afirma que nunca ninguém morreu em luta – livre. Você tem certeza disso? Vou dar nova oportunidade para você se retificar dessa afirmativa fazendo um pouco de pesquisa (dever de casa);
    6 – se a luta – livre não fosse perigosa, porque então todo o aparato médico de plantão?;
    7 – você afirma que a prática da luta – livre ajuda a tirar as crianças do mundo das drogas e da violência, pois valoriza o respeito humano. Ora, como tirar alguém da violência ensinando violência (você não acha isso uma contradição?). Também, no meu parecer, o tal Machida (ou será máquina?) não teve muito respeito humano com seu adversário, não é mesmo? Além do mais, o que tira as crianças do mundo das drogas é a educação e bons exemplos e não a prática de esportes violentos;
    8 – Porque será que nunca ninguém propôs que o nosso padre Bruno, que tanto fez pelas crianças do nosso estado, desfilasse em carro aberto de bombeiro. Ele por acaso não é um orgulho para nosso Estado? Pobre Pará, que necessita de um bárbaro para levantar nosso orgulho (ou melhor, o seu);
    9 – portanto, ratifico tudo o que afirmei. Aproveito a oportunidade para protestar mais ainda: abaixo a luta – livre, abaixo o boxe, abaixo a rinha de galos, abaixo as touradas, abaixo toda forma de violência. Aproveito a oportunidade para agradecer o apoio do Senhor Marco Alencar, isso mostra que trata-se é uma pessoa civilizada. Gerson Nogueira, obrigado pelo espaço!

    Ricardo Condurú

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