Homenagem da madruga

Morreu nesta quarta-feira, depois de longa convalescença, Manoel Fernando Jucá Neves, o popular Nevasca. Maior ponta (caía mais pela esquerda, mas o vi jogar muitas vezes – e bem – pela direita) do futebol paraense em todos os tempos, Neves foi titular de grandes times do Remo, desde 1963 até 1974. Em 1972, formou no time que disputou o Brasileiro, ao lado de Dico, Alcino, Mesquita e Aderson. Exímio driblador e especialista em cruzamentos curtos, foi vencido pela boemia. Se tivesse uma vida de atleta, de maior dedicação aos exercícios, talvez jogasse por mais tempo. O que importa é que foi bom enquanto jogou, fazendo a festa do torcedor com dribles e gols. Sua identificação com a torcida era tão forte que se elegeu, com grande votação, vereador de Belém. Além do Remo, teve passagem pelo Fluminense.

10 comentários em “Homenagem da madruga

  1. GERSON:
    Houve um tempo nesse país e em nosso Pará que a discussão era se haveria ou não pontas. Nevasca viveu nesse tempo. Apesar de opositor ao time dele, como admirador do bom futebol não podia deixar de ficar embasbacado com seus dribles. Só não conseguiu driblar a Morte.
    Mas seus gols e zagas deixadas no chão ficarão na memória.

    Abraços e boas blogadas!

    1. Caro Alfredo,
      Você tem razão. Neves pertence à chamada época de ouro do nosso futebol, quando boleiros ainda não usavam essas chuteiras (na época, dizia-se chancas) coloridas e cheias de fricotes. Driblava muito, sabia cruzar muito bem. Nos dias de hoje, provavelmente seria contratado por um dos grandes do sul maravilha. Que Deus o tenha.
      Abs.
      (e não faça cerimônia, apareça!)

    1. Amigo Tonico,
      Obrigado pelas palavras generosas. Conto, desde já, com sua afiada verve para incrementar o blog.
      Abs.
      Gerson

  2. Salve, companheiro.
    Quem sabe, com o teu exemplo, eu também não me animo e entro em campo?
    Obviamente, para teu blog bombar de cara, notícias sobre a Tuna terão de ser diárias. Magnânimo, e contribuindo para bater logo de cara nos cem mil acessos, em decorrência do eletrizante assunto, desafio-te a escalar a onzena invencível e não não menos inesquecível da gloriosa Tuna campeã de 1970.
    Aquele abraço, e boa sorte no mar em que te lanças navegante,
    Elias Ribeiro Pinto

    1. Grande Elias,
      Como diria o oriximinaense Guerreirão, creio que notícias da Águia do Souza serão fundamentais – decisivas mesmo – para fazer esta cangula pegar vento. Venha sempre.
      E deixe de preguiça, tá na hora de um blog seu.
      Gerson

  3. Diria como o Poeta Armando Nogueira para o Gerson:

    – “O jornalismo esportivo nos reserva o privilégio de conviver, nas quadras, nas pistas, nos campos e nos vestiários, com os sentimentos maiores e menores do ser humano.”
    Aqui, teremos o privilégio de conviver com o Gerson,com o chute preciso da paixão, a simplicidade de fazer gol em palavras,o drible na mentira.E nesse campo de letras: esse craque das letras saberá ser feliz ( sem precisar que os outros não sejam)
    com as vitórias botafoguenses.

    Abraços do seu sempre amigo, Ronaldo Franco.

    http://ronaldofranco.blogspot.com/

  4. Olá, deveria agradecer todas essas homenagens feitas ao papai há muito tempo, mas com a vida corrida que é, o tempo foi passando e hj aqui estou sentada no computador lendo essas palavras lindas. Com certeza, ele está muito feliz com todas essas palavras. Muito obrigada !

    1. Cara Livea,
      Vi seu pai jogar muitas vezes, embora fosse quase um pirralho nessa época. E confesso que poucas vezes tivemos em campo, no Pará, jogador tão habilidoso. Outro ponto admirável era sua simplicidade, razão, a meu ver, de tamanha identificação com o torcedor da arquibancada. Parabéns a você pelo pai que teve e que Deus o tenha em bom lugar. Abraços.

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