Por Kiko Nogueira, no DCM
Quando perguntarem por que Maradona era tão amado, basta lembrar de um janeiro de 1985. O caso ocorreu em Acerra, perto de Nápoles.
Maradona se cobriu de lama, debaixo de um temporal, numa partida beneficente contra um time modesto, o Acerrano, para salvar a vida de um menino que precisava de uma operação urgente.
Corrado Ferlaino, presidente do Napoli, acabara de pagar a transferência milionária do Barcelona e não queria danos ao produto que adquiriu.
Pietro Puzone, meio-campista do Napoli, estava preocupado com um conterrâneo de Acerra cujo filho estava gravemente doente e propôs ao clube que o ajudasse com um evento beneficente.
A direção se recusou, com o argumento de que a seguradora se recusaria a pagar o dinheiro investido em Maradona. O argentino, porém, disse a Puzone: “Foda-se o Lloyds de Londres”.

No dia 25 de janeiro, após ter derrotado a Lazio na véspera, a equipe titular se apresentou no pequeno estádio Nuevo Comunale. Em um dos gols do Maradona, a torcida adversária invadiu o lodaçal para abraçá-lo.
O Napoli venceu por 4 a 0, mas o dinheiro arrecadado não foi suficiente para a operação. Maradona completou do bolso.
Jogou como nunca, brilhou como sempre, como se estivesse na favela da Villa Fiorito — de onde nunca saiu, na verdade, para alegria de todos e felicidade geral das nações.
MARADONA foi um grande jogador de futebol e um grande homem que se preocupava com as causas sociais da humanidade, principalmente na América Latina, diferentemente dos jogadores brasileiros que não estão nem aí para os mais necessitados.
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