POR GERSON NOGUEIRA
Irmãos siameses, Remo e PSC costumam estar juntos em situações de aperreio. Raro é vê-los irmanados quando o momento é de glória. As agruras da fase decisiva no Brasileiro da Série C flagram, outra vez, ambos estão muito próximos. A essa altura, tanto um quanto outro têm chances de seguir na competição. Quanto a uma classificação em dose dupla, a situação já é mais difícil de acontecer.
A dois jogos da definição da classificação à próxima etapa – o mata-mata do tão sonhado acesso à Série B -, um ponto separa os velhos rivais na tabela. O Papão tem 24 pontos e ocupa a quinta colocação. O Leão tem 23 pontos e é o sexto colocado. Ambos estão, neste momento, fora da zona classificatória.
Para voltar ao G4, e lá permanecer, ambos precisam vencer seus próximos jogos – Luverdense x PSC e Remo x S. José – e contar com a mão do destino para chegarem ao Re-Pa de 25 de agosto precisando apenas de um empate. Não será tão simples assim.
Vamos por partes, como diria Jack.
O PSC tem, teoricamente, mais probabilidades de alcançar seu objetivo. Caso supere na quinta-feira o desesperado Luverdense, ameaçadíssimo de rebaixamento, vai a 27 pontos e fica quase garantido, esperando o clássico para sacramentar posição.
Já o Remo precisa passar pelo S. José na próxima sexta-feira para alcançar 26 pontos, ficando a partir daí com a obrigação de pelo menos empatar o clássico. Ainda assim, não estaria plenamente garantido.
É claro que, caso tropecem na 17ª rodada, situação possível pela inconstância dos dois, correm o sério risco de morrer abraçados na confrontação final. É preciso levar em conta, também, que o Juventude já está praticamente classificado. Tem 27 pontos, com 7 vitórias e 7 gols de saldo.
Na comparação direta com os outros times que buscam a classificação, disputando vagas com Ypiranga (25 pontos), S. José (25) e Volta Redonda (24), a dupla Re-Pa tem que torcer para que o Volta Redonda não vença mais na competição. Um empate em casa com o Juventude e outro com o S. José (em Porto Alegre) deixaria o Voltaço com 26 pontos.
Com derrota em Belém diante do Remo e empate com o Volta Redonda, o S. José (25 pontos) também estancaria nos 26. É a única combinação possível para que Remo e PSC se classifiquem com empate no clássico, mas isso cai por terra se, na rodada final, houver um vencedor entre S. José e Voltaço.
A classificação do PSC, sem depender de ninguém, seria com vitórias sobre o LEC e o Remo. O time de Hélio dos Anjos fecharia esta etapa com 30 pontos e 7 vitórias. Para os azulinos, a situação é igual: precisa derrotar São José e PSC, indo a 29 pontos e 7 vitórias.
Existem outras combinações possíveis e intrincadas. Vamos lá:
PSC empata com o Luverdense e vence o Re-Pa. Caso perca para o LEC e vença o clássico, vai a 27 e precisa torcer para que o Remo vença o S. José e que o Voltaço empate com Juventude e S. José. Caso empate os dois próximos jogos, termina com 26 pontos e a definição será pelo número de vitórias, saldo de gols e quantidade de gols marcados, mas as chances se reduzem drasticamente.
Já o Remo, se empatar com o S. José, precisa forçosamente ganhar o clássico, para somar 27 pontos – vale o mesmo para a hipótese de vencer o S. José e empatar o Re-Pa. Em caso de revés contra o S. José, estará praticamente eliminado, pois com 26 pontos (vencendo o Re-Pa) pode ser ultrapassado no saldo de gols e número de vitórias.
Outra possibilidade (remota) de vermos a dupla Re-Pa no mata-mata é se o Ypiranga perder em casa para o Boa Esporte e não vencer o Juventude. O atual vice-líder ficaria estacionado nos 26 pontos, abrindo outra vaga no G4 final. O problema aí é acreditar na zebra monumental que seria um triunfo do errático Boa dentro de Erechim.
Óbvio que tudo isso seria dispensável se PSC e CR tivessem feito o dever de casa. O PSC jogou pela janela 11 pontos preciosos diante de Juventude, São José, Luverdense, Ypiranga e Boa Esporte. O Remo pisou na bola diante de Juventude, Luverdense, Ypiranga e Boa Esporte, desperdiçando 9 pontos caseiros.
Fora de casa, ambos também vacilaram em jogos que podiam ter vencido, como o PSC diante do Juventude e o Remo contra Tombense e Boa Esporte. Como o “se” não é parte da regra escrita do futebol, a luta agora é para errar o mínimo possível.
Resumindo. Tudo pode acontecer até a última rodada.
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Analisando a tabela, o Remo apesar do grau de dificuldade nos dois últimos jogos, é o único que não precisa viajar.
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Ou seja, menos desgaste e tempo para preparação, favorecendo para possíveis vitórias nos confrontos.
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Do jeito que as coisas têm acontecido não é difícil o último clássico não passar de um mero amistoso.
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Como diria o Guerreirão “tudo pode acontecer, inclusive nada”.
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Tem essa vantagem, que pode pesar na balança na rodada final.
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