POR GERSON NOGUEIRA
A queda de Josef Blatter, na esteira das prisões de altos executivos da Fifa na sexta-feira passada, virou o mundo do futebol de pernas pro ar. Ninguém jamais imaginaria tamanha mudança de rumos em tão curto espaço de tempo.
Poderosa, temida e paparicada, a alta hierarquia da entidade parecia blindada e imune a todas as muitas denúncias surgidas nas últimas duas décadas, com especial destaque para o trabalho investigativo do veterano jornalista britânico Andrew Jennings.
Entidade de caráter privado, encastelada na neutra Suíça, a Fifa sempre prosperou e ganhou poder junto a nações do mundo todo. Em seus tempos de glória, João Havelange orgulhava-se de dizer que a Fifa tinha mais filiados que a ONU.
Quando ontem Blatter admitiu publicamente que renunciava ao cargo por se sentir só resta apenas uma conclusão. A casa caiu, de fato. Tudo o que havia sido edificado em escalas opulentas ruiu como castelo de cartas desde que os agentes do FBI invadiram o hotel de luxo, em Zurique, horas antes da eleição que iria reconduzir Blatter a mais um mandato.
A notícia se espalhou como fogo no arrozal, com interpretações variadas na comunidade mundial do futebol. A maioria acredita, como eu, que é sinal de boas novas. Pelo menos é a chance de reconstrução de uma engrenagem viciada e que nos últimos tempos parecia inteiramente comprometida.
Os frequentes escândalos de corrupção envolvendo presidentes de confederações, quase todos muito ligados ao poder central, indicavam que havia algo de podre no reino suíço do futebol.
Ricardo Teixeira, ex-genro de Havelange, que herdou de presente do sogro o controle absoluto dos negócios do futebol no Brasil, foi um dos primeiros a saltar do barco à deriva, um ano antes da Copa do Mundo de 2014. Após mais de duas décadas de desfrute, renunciou à CBF, viajou na calada da noite e se refugiou no sofisticado bairro de Boca Rattón, na Miami tão adorada pelos novos ricos brasileiros.
A partir de seu bunker na Flórida, continuou gerindo negócios de procedência duvidosa e a manejar os cordões do futebol no Brasil, participando indiretamente (via intermediários) das tratativas para acordos milionários de transmissão das competições oficiais e até mesmo dos direitos sobre a Seleção Brasileira, conforme revelou alentada reportagem de Jamil Chade no “Estadão”, há dois domingos.
Três anos antes da Copa do Mundo, o mesmo Teixeira manobrou suas influências na Fifa para determinar as cidades-sedes do mundial no Brasil. Contrariando toda a lógica que rege o futebol como negócio e esporte, Belém foi alijada do processo.
Não foi uma simples exclusão, teve requintes de sadismo. Capitaneando a comissão de observadores da Fifa, Teixeira reservou pouco mais de três horas para aparentemente vistoriar as condições da capital paraense para receber jogos da Copa. Apressado, com o característico mau humor dos boçais, mal perguntou aos representantes do governo paraense pelos detalhes constantes do caderno de encargos.
Em seguida, partiu para Manaus, onde passou o fim de semana, nababescamente, confraternizando antecipadamente pela escolha da capital baré. Aos mais próximos, segundo jornalistas que cobriam a CBF à época, chegou a admitir que o problema de Belém era que tinha um estádio para reformar. Manaus oferecia um atrativo e tanto: um estádio por construir, movimentando mais dinheiro e gerando mais lucros, para a cúpula da Fifa e seus satélites.
Semanas depois, quando a escolha das sedes foi anunciada, Belém havia sido preterida. Incrivelmente, perdeu a corrida para Manaus, Cuiabá e Natal. Havelange saiu de sua clausura para dizer, em entrevista, de sua alegria pessoal pela escolha da capital do Amazonas, com a qual havia se comprometido. Não explicou (nem lhe foi perguntado) a natureza desse comprometimento.
A saída de Blatter e a derrocada dos sultões da Fifa ajudam a esclarecer agora a declaração de Havelange.
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Papão vence e avança na tabela
A noite começou tensa. Faltou luz e o jogo levou uma hora para começar. No entorno da Curuzu, as gangues organizadas aproveitaram para trocar carícias, pauladas e tiros. Quando a bola rolou, o Papão prevaleceu. Cravou a terceira vitória seguida na Série B, subindo cada vez mais na tabela (já está em sétimo).
O início foi confuso, com muita marcação e ligeiro domínio bicolor. O gol veio aos 33 minutos, marcado pelo zagueiro Tiago Martins. Quando tudo indicava que o Papão ia se tranquilizar, eis que Carlos Alberto cometeu pênalti, cobrado e convertido por Anderson Aquino no minuto final do primeiro tempo.
Atento às dificuldades na criação, Dado Cavalcanti trocou Carlos Alberto por Carlinhos. Deu sorte. Em cruzamento de Capanema, aos 30, o meia se antecipou e cabeceou no canto. Festa dos 10 mil torcedores presentes e certeza de que, meio aos trancos e barrancos, o time está engrenando. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
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A demissão como prêmio
Em desgraça desde que saiu da Libertadores eliminado pelo River no Mineirão, Marcelo Oliveira foi demitido do Cruzeiro depois de dois anos e meio de trabalho, com resultados inquestionáveis. Bicampeão brasileiro da Série A, aproveitamento de 68% nos jogos disputados.
O Cruzeiro dos Perrella repete a prática caduca, tantas vezes repetida no Brasil. Como não pode demitir em massa, manda embora o mordomo, isto é, o técnico. E abre caminho para o sempre disponível Luxemburgo, que acaba de ser dispensado do Flamengo por mau desempenho do time.
Vá entender.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 03)



Que bom termos de volta essa coluna, que sem puxa saquismo , trata-se de uma analise como bem poucos fazem.
Belém sem duvida foi a grande vitima antes da copa, mas hoje Manaus é a maior vitima pós copa.
Viveu momentos inesquecíveis, é verdade, mas hoje herda o maior elefante branco do evento, e ao que parece pro resto da vida.
Em resumo, uma escolha irresponsável, mas como quem planta, colhe, os vagabundos hoje estão pagando pelo mal que fizeram ao povo do Pará, com todo respeito aos amazonenses, é claro.
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Mais 3 pontos pro papão, agora é o 7°, e no sábado se tudo der certo vai entrar no G-4.
Uma vitória apertada ou magra, não importa, o importante é vencer.
No jogo de ontem, o papão teve muitas dificuldades pra sair, o goleiro emerson foi mais usado pra dar chutão pra frente, do que fazer defesas.
Exatamente porque o meio campo foi abaixo do esperado e o ataque muito inofensivo.
Contrariando a muitos, pelo que ví o carlinho só fez o gol, ainda bem, é o que vale, pois entrou muito mal.
O Pikachu como sempre jogando um grande futebol.
Mas o que me alegra no Paysandu de hoje é aquilo que acho que não pode faltar num time competitivo, peças de reposição.
Tanto Misael, e principalmente Edinho, que tiveram seus nomes gritados pela torcida para entrar, se houveram bem.
Dando mais dinamismo ao time.
O Papão tá no caminho certo, precisamos de um 9 urgente, o cearense, verdade seja dita, tá longe de ser o atacante que o papão precisa nesta série B.
Nota 7 pro papão.
Pro santinha dou nota 7 também, jogaram sem medo e se terminasse empatado o jogo não seria de todo injusto.
Arbitragem péssima, juiz autoritário demais. O penal aconteceu, mas ele parava muito o jogo.
Nota 10 pra torcida, que hoje em bom número, e apoiou o time do inicio ao fim.
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Bem lembrado Amigo Edson, o retorno da coluna do amigo Gerson deve ser sempre comemorado pelos participantes do blog.
Sobre o jogo, concordo totalmente com você. Carlinhos não entrou bem, todavia, fez o gol, que é a essência do futebol.
Na verdade, o Paissandu somente melhorou,no segundo tempo, depois do gol, até então, o domínio era do Santa.
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Na verdade a sorte anda bafejando pro Papão, ainda bem! A onzena excetuando-se os zagueiros, o Yago nem se fala, Fael e o Capanema, o restante é sofrível incluindo todo elenco, principalmente, os armadores C. Alberto, Rogerinho e Madureira (que entrou péssimo teve muita sorte no gol, pois não conseguia dominar nem a bola) Torcendo, mas não distorcendo os fatos estamos mal de jogadores. Com relação aos atacantes não podemos reclamar muito…, pois o time não consegue criar nenhuma situação , apesar do Aylon se movimentar bastante, mais é pouco. A salvação continua sendo o Pikachú todos os lances de perigo que o Papão criou foram com ele. Ainda bem que estamos acumulando pontos para permanecer na série B.
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Olhando atentamente na rede ,os noticiários da época e fazendo uma leitura atenta, aqui e ali encontre-se pegadas cabanas. Teixeira não agiu sozinho, os traíras locais deram uma mãozinha .
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Agora os bicolores merecem o assanhamento. Há muito um dos grandes da capital não conquistava tanto pontos assim em um início de nacional na série B.
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Jogo amarrado, como previsto e vai ser assim o tempo todo, na série B é assim com exceção de três ou quatro times o resto está no mesmo nível, o Dado ainda não enxergou que o meia de criação do Paysandu é o Edinho e pronto.
Não foi só a FIFA que vitimou Belém, o dedo do “cabeça de cágado” do Jatene e do seu PSDB também levou Belém pro farelo quando da escola pra ser uma das sede da copa.
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Assim como o Edson, não concordo que o Carlinhos tenha feito um bom jogo como alguns dizem, aliás não consigo ver um bom futebol nele, fez o gol claro, mas não acho que seja um substituto para Carlos Alberto como falou o treinador. Quanto as maracutaias do futebol mundial fico feliz, porque o cerco está fechando e esses safados que tiraram a Copa de Belém vão pagar por isso.
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Essa mucura é um time cagado kkkkkkkkkkkk
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