A vitória dos atacantes

Por Gerson Nogueira

Foi um sábado inesquecível para o Paissandu na Série C 2012. O time superou o Treze da Paraíba (e seu técnico falastrão), deixando para trás a descrença dos próprios torcedores e até um mal-estar de última hora provocado por comida estragada.

A goleada de 5 a 1 fez justiça ao flagrante domínio durante os 90 minutos e o resultado recoloca o clube na briga pela classificação, ocupando agora a terceira colocação. Mais que isso: os cinco gols foram todos marcados por atacantes, situação que ainda não havia ocorrido no campeonato.

O jogo foi inteiramente favorável ao Paissandu desde os primeiros movimentos. O segredo estava basicamente na boa dinâmica do meio-de-campo, principalmente pelo trabalho de Alex Gaibú e a habilidade de Tiago Potiguar, que voltava para ajudar na criação.

Em vantagem no confronto direto com a marcação exercida pelo Treze, o Paissandu desfrutou de boas chances logo de saída, embora permitindo alguns contra-ataques perigosos. Acontece que, ao tomar a iniciativa do jogo, o time de Lecheva intimidava os visitantes, pressionando-o a ficar muito atrás.

Quando Kiros fez o primeiro gol, aos 15 minutos, o Paissandu já era muito superior. Tiago Potiguar era o principal destaque pela velocidade que dava ao jogo e pelos espaços que abria na defesa paraibana. Depois de fazer 1 a 0, o time deu uma aliviada perigosa e chegou a ser pressionado pelo Treze, sofrendo ataques seguidos e até um gol, de Ney Mineiro, que estava impedido.

Mas, aos 43, após bela manobra de Potiguar, surgiu o segundo gol de Kiros, que devolveu a normalidade ao jogo. A convincente apresentação mereceu aplausos da torcida na descida do time aos vestiários, coisa que não acontecia há muito tempo.

Um susto marcou o reinício da partida. Aos 3 minutos, o Treze descontou e fez com que o torcedor alviceleste relembrasse de outros tropeços ocorridos ali mesmo no Mangueirão. Antes dos dez minutos, novas oportunidades desperdiçadas pelos paraibanos fizeram com que Lecheva partisse para mudanças. Leandrinho entrou no lugar de Harison, que teve atuação discretíssima, e logo em seguida Moisés substituiu Potiguar, que reclamava de cansaço – e, de fato, correu muito.

O jogo estava mais ou menos equilibrado quando Rafael Oliveira (que substituiu Kiros) reencontrou o caminho das redes, aos 25 minutos. Com a vantagem de 3 a 1, o Paissandu voltou a se impor em campo. O Treze rondava a área e, aos 30 minutos, assustou com um tiro na trave disparado por Ney Mineiro.

A partir dos 35 minutos, o Paissandu voltou a atacar com quantidade e qualidade, puxado por Rafael e Moisés. Enquanto isso, o Treze parecia desistir de tentar uma reação e se limitava a defender. Aos 43 minutos, porém, Moisés aproveitou cruzamento e mandou sem defesa para o goleiro; Foi seu primeiro gol nesse retorno ao Paissandu.

E o gol que selou o triunfo estava reservado para Rafael Oliveira, aos 47 minutos, fechando a goleada e fazendo a torcida voltar a acreditar no acesso à Série B. Muito criticado pelos próprios torcedores, o atacante comemorou muito (e com raiva) seu segundo gol na partida. Que essa vibração se torne marca do ataque bicolor no restante da competição.

Lecheva, que participou do Bola na Torre de ontem, vive uma situação no mínimo curiosa no Paissandu. Continua funcionário do clube na área gerencial (é uma espécie de supervisor), mas é o técnico-tampão, pronto a assumir missões sempre que alguém é dispensado. E, justiça se faça, tem sido extremamente feliz nessas substituições.

Sob seu comando, o Paissandu havia vencido pela última vez, 2 a 1 sobre o Cuiabá, há dois meses, quebrando o galho após a saída de Roberval Davino. Logo em seguida, Givanildo Oliveira assumiu o barco e passou seis jogos sem vencer. Quis o destino que a nova vitória do Paissandu na competição acontecesse com Lecheva novamente no comando.

Talvez não seja uma simples coincidência. Mais que Davino e Givanildo, Lecheva conhece bem o elenco do Paissandu. A chave de seu trabalho está justamente aí. Adiciona a esse fator um jeito diferente de lidar com os jogadores. Ex-boleiro, é adepto do diálogo e inspira confiança. Com ele, por exemplo, Rafael Oliveira tende a render mais. Por tudo isso, pode-se dizer que Lecheva é o melhor técnico que o Paissandu poderia ter no momento. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

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O Águia saiu na frente, com um gol de pênalti marcado por Flamel, mas acabou cedendo o empate ao Salgueiro.Erros gritantes da arbitragem em dois lances capitais, como o gol de empate do Salgueiro, acabaram impedindo o triunfo marabaense.

O resultado, mesmo fazendo a equipe despencar para o sétimo lugar no grupo, não foi desastroso. A diferença em relação ao Santa Cruz, último do G4, é de apenas um ponto. Na verdade, o Águia briga com Icasa, Salgueiro e Santa pela quarta e última vaga. Está, obviamente, no páreo.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 08)

16 comentários em “A vitória dos atacantes

  1. Apesar de todos estarem com confiança, e torcendo a favor aquele que tem uma uva passa no lugar do cérebro tinha que fazer uma do seu repertório infindável de asneiras, colocou 12 mil ingressos a venda por R$20 para afastar PROPOSITALMENTE o torcedor mas não conseguiu.

    Sinceramente vocês acham que esse energúmeno mentecapto é torcedor do Paysandu?

    R Ramos

  2. Pois é, LOP e muitos não acreditaram no Lecheva, que este deveria ter ficado após o parazão. Mas agora acho que todos concordam que Lecheva é MUITO MELHOR do que o “Divino”. “Divino” só fez afundar o time… e olha que teve até mais de 1 mês antes do início do campeonato.

    E o amigo Cláudio, agora vai ter que engolir o Lecheva, pois é
    técnico local ! rsrs

  3. Excelente coluna escriba-blogueiro,mas acabo de ler nas redes sociais que Diretoria do PAPÃO ainda quer contratar atacantes.Será mesmo que é preciso .Moisés .Helington ambos velozes e Kiros e R Oliveira dão conta do recado , faltava confiança.Guarde-se essa ” grana” para ajudar a pagar a premiação pelo acesso.

  4. Francamente até hoje não entendi a asneira da diretoria, perder o parazão daquela forma não significaria que o trabalho do Lecheva deveria ser colocado de lado para trazer técnicos de “renome”, se é que se pode dizer isto, todos sabíamos que o Paysandú precisava de peças para compor um time melhor, creio que se tivéssemos mantido o Lecheva e providenciado tais peças os nossos resultados seriam outros, mas como diz o velho ditado: “Deus escreve certo por linhas tortas!”.
    EU ACREDITO QUE VAMOS CLASSIFICAR. VAMOS PAPÃOOOOO!

  5. Quer dizer que o Paysandú já ganhou a terceira vaga? O mal de vcs, imprensa paraense, é que vcs se empolgam demais com qualquer feito, por mínimo que seja, de Remo e Paysandú…menos, menos…tá tudo em aberto a 3ª e 4ª vaga…

  6. Eu concordo com o João Guimarães, a vitória de sábado foi incontestável, mas nada foi ganho ainda. O Papão precisa de 6 pontos nestes 9 que serão disputados. Temos que vencer uma fora seja ela contra o Cuiabá, que eu acho mais provável, ou contra o Icasa, este está em ascensão e como será o último jogo vai ser dureza. Bem antes que temos que ganhar do Salgueiro em Belém.
    EU ACREDITO NO PAPÃO!!!!!

  7. – Gerson e amigos, a situação do Paysandu não é nada confortável. – Se o Paysandu perder para o Cuiabá, e Icasa e Águia vencerem seus jogos, mesmo ganhando do Salgueiro aqui em Belém, vai precisar vencer ou empatar(dependendo dos outros resultados) contra o Icasa, para conseguir a classificação, mesmo o Icasa perdendo para o Fortaleza. Por isso digo que esse jogo contra o Cuiabá, o Papão precisará, mais do que nunca da vitória. Caso isso não aconteça, o Icasa ficará com 6 vitórias e o Paysandu, com 4. Aí está o perigo para a última rodada..

    – Digo que o Águia estará classificado com as 2 vitórias em casa, justamente pelo confronto direto entre Icasa e Paysandu, com o Águia também chegando com 6 vitórias e, ainda podendo pegar o Treze, fora de casa, já rebaixado..

    Volto a dizer, por tudo que vejo, analisando a tabela da chave A, são 2 vagas a serem disputadas por 3 times: Águia, Paysandu e Icasa. A não ser que esses times vacilem e abram espaços para Santa Cruz, Salgueiro e até o Cuiabá..

    É a minha opinião.

  8. Futebol é assim: a lógica não dá as caras e acontecem coisas inexplicáveis. Não sei dizer a razão, mas juntei a bandeira que já tinha guardado. Voltei a acreditar por um único fato. Acredito que agora o time vai ganhar seu jogos. Acredito em todos, até do Icasa. O Paysandu jogou bem em quase todos os jogos. Perdeu um caminhão de gols. Agora sinto que acertou o pé. Por que? Não sei. São essas coisas do futebol que não se explica.

  9. O maior problema era os ex tecnicos acharem que o Tiago é atacante, ele é ruim de fazer gols pode pesquisar e o Lecheva está colocando ele para jogar na sua real posição e com isso o seu rendimento aumenta

  10. Amigo Gilvan, nem com Davino e muito menos com Giva, o Thiago Potyguar foi atacante. Talvez você esteja se equivocando, pelo fato de ler nos jornais ou ouvir dos setoristas as escalações e eles, por conta própria, colocavam o Potyguar, sempre ao lado do atacante de área. Davino e Giva deram várias entrevistas, dizendo que o Potyguar era meia e que estava sendo aproveitado na sua real posição.

    – O que acontece com alguns jogadores, por renderem mais, só agora com o Lecheva, é pelo mesmo motivo do jogador Soares só render com técnicos locais, ou seja, eles fazem o que bem entendem e, alguns jogadores gostam dessa falta de responsabilidade, por isso, rendem mais, só não sabemos, até quando.
    Fico na torcida, que esse “encanto” dure pelo menos até o acesso do Papão, até porque, para o ano que vem, com o Vandick,na preisidência, teremos Givanildo Oliveira, iniciando um trabalho e não tentando consertar o trabalho dos outros e melhor, com condições de trabalhar.. Aí, seguuuuuuura o Papãooo

  11. Confesso que o LECHEVA calou a minha boca, e espero que ele continue da mesmo jeito! Tenho humildade o bastante para reconhecer quando erro, mais tenho humildade acima de tudo…Vamos Papão, com o LECHEVA calando ou não minha boca! kkkk

  12. Claudio os ex técnicos podem até dizer que ele atuava de meia atacant, mas na verdade ele era um segundo atacante encostando no homem de referência e esta não é a sua real posição, pelo menos esta é a minha opinião

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