Crise europeia não afeta os grandes clubes

O futebol, pelo menos o dos grandes clubes, não sofre dos males da crise econômica que atinge boa parte da Europa já há alguns anos. A 14ª edição do tradicional levantamento feito pela consultoria Deloitte sobre as finanças dos times europeus, divulgado na quinta-feira, mostra que os maiores times do continente têm descolado suas receitas do cenário econômico de seus países. De acordo com o estudo, nove dos dez clubes mais ricos do continente tiveram crescimento de receitas na temporada 2009/10, bem acima da variação, no ano passado, do PIB dos países em que estão sediados. A única exceção é a Juventus de Turim, que viu suas receitas crescerem 0,9% na última temporada, contra uma previsão de aumento de 1,1% do PIB italiano em 2010.

Pelo levantamento da Deloitte, os outros top 10 do futebol europeu tiveram um crescimento médio de 9,4% de suas receitas na temporada passada, apesar de um cenário de recessão na Espanha (queda no PIB de 0,1%) e de crescimento modesto registrado na Inglaterra (1,4%). Enquanto a economia espanhola declina, o faturamento de Real Madrid e Barcelona, os clubes mais ricos do mundo, cresceram quase 10%, chegando a 438,6 milhões de euros (cerca de R$ 990 milhões), no caso do time da capital, e 398,1 milhões de euros (cerca de R$ 900 milhões) para os catalães. O estudo da consultoria também mostra que o europeu pode ter cortado gastos pessoais por causa da crise econômica, mas não deixou de ir a estádios de futebol.

Na última temporada europeia, o faturamento do Real Madrid na conta “dia de jogos” cresceu 27% em relação ao período anterior. O time ganhou o equivalente a R$ 300 milhões com a venda de ingressos e produtos no estádio em dias de partidas no Santiago Bernabéu. Enquanto isso, as receitas oriundas da negociação de direitos de TV caíram 1%. Os ingleses também consomem mais nas arenas, apesar dos tempos de crise no continente europeu. O Arsenal tem 42% das suas receitas originadas no dia dos jogos, um recorde entre os maiores times europeus. Na Alemanha, um outro fator explica por que o poderoso Bayern de Munique teve um crescimento das receitas (mais de 11%) muito acima da economia de seus país – a Alemanha é um dos poucos países do bloco europeu que já superou a recessão. O clube da Baviera é, entre as grandes equipes do velho continente, o que mais fatura com a venda de produtos com a marca do clube, como camisas e outros objetos. São quase R$ 400 milhões, mais do que o dobro das receitas totais do Corinthians. (Com informações da Folha de SP)

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