Coluna: Ganso, orgulho paraense

No espaço tradicional das terças-feiras, Fernando Maia desfia todos os adjetivos e superlativos para enaltecer Paulo Henrique Ganso, maestro do Santos campeão paulista. “Vi, sem sombra de dúvidas, que o Pará tem atualmente o melhor jogador brasileiro em atividade, o Paulo Henrique Ganso. Não podemos mais dizer que ele é um futuro craque, pois ontem (domingo) deu uma prova de que já é realidade. Mostrou frieza, maturidade, além de uma categoria fora do comum”.
Encantado com as proezas do camisa 10, Maia destaca o passe de letra para Neymar fazer o segundo gol do Santos. Aplaude também a demonstração de maturidade de Ganso, recusando-se a deixar o campo e preferindo liderar seu desfalcado time nos minutos finais da decisão.
“Quando Robinho e Neymar se apagaram no jogo, o herdeiro de Giovanni no alvinegro praiano assumiu a responsabilidade pegou a bola e prendeu no ataque, sofrendo faltas e ganhando escanteios. Quase fazendo um gol de falta do meio de campo, para coroar a sua atuação”, descreve.
Diz, ainda, que alegra-se em ver que Ganso não ficou em Remo ou Paissandu, onde “certamente não iria servir para jogar nos nossos clubes, já que é um jogador da terra, e nós não gostamos disso”. Conclui rogando aos céus que Dunga tenha visto o mesmo jogo e, atendendo ao clamor de milhões de brasileiros, leve Ganso e Neymar para a Copa. 
Ninguém, em sã consciência, haverá de discordar do apaixonado torcedor. Tomo a liberdade de acrescentar que, desde Sócrates no auge, o Brasil não produzia um meia-armador clássico, canhoto, com o talento objetivo de Ganso e sua destreza para os passes de primeira. É uma preciosidade que nenhum time (ou seleção) no mundo pode esnobar. 
 
 
Já Paulo Tarcísio Ponte Souza resolve contestar os dados da explosiva pesquisa Datafolha, que destacou o Paissandu como detentor da maior torcida do Norte. “Curiosamente, essa superioridade não se confirma na presença de público nos estádios paraenses. Segundo o balanço, obtido através dos borderôs no site da FPF, referentes ao campeonato de 2010, o Remo levou a campo 87.700 torcedores e o Paissandu, 68.713 torcedores. A diferença é de 18.987 em favor do Leão”. 

______________________________________________ 
 
Na 3ª rodada da Taça Metropolitana, domingo, na Curuzu, o técnico Nad, do sub-17 do Paissandu, invadiu o campo para protestar pela desmarcação (correta) de um gol pelo árbitro da partida. Descontrolado, Nad e um auxiliar tentaram agredir o árbitro com tapas, chutes e empurrões. A deplorável cena talvez tenha sido inspirada no showzinho de Sandro no último Re-Pa, quando disparou todo tipo de desaforos e ameaças contra o bandeirinha, depois de ser expulso.  

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO, edição de terça-feira, 4) 

38 comentários em “Coluna: Ganso, orgulho paraense

  1. Quanto ao craque paraense um choro de alegria para sua convocação. Quanto a maior torcida, um choro de remista querendo forçar a barra. Quanto a Nad imprudência, mas tem ocasiões que o roubo é tão descarado que não há nervos que se contenham. Que digam os técnicos dos times considerados pequenos no Parazão.

    Curtir

    1. Nesse caso específico, Berlli, não houve roubo. O lance foi anulado corretamente, segundo o testemunho dos presentes. A sensação de impunidade é uma das piores mazelas e isso, infelizmente, contamina também o futebol. E o mais grave é que ocorreu numa competição sub-17, que é uma categoria de formação de futuros atletas.

      Curtir

  2. Gerson,
    Informe ao Paulo Tarcisio, que a pesquisa nao engloba somente o atual campeonato paraense; e se contasse campeonatos paraenses seria maior ainda a vantagem, pois que eu lembre, nos ultimos 10 campeonatos paraenses, o Paysandu levou mais publico em quase todas as ediçoes. Lembre ao carissimo leitor quem tem os maiores publicos do Estado, isso sem contar com a generosa ajuda do Governo Estadual.
    Saudaçoes Bicolores

    Curtir

    1. Pq o Gerson não põe na coluna dele que o campeão de publico do Parazão de 2008 e 2009 foi o Paysandu. Essa vantagem do remo em publico nesse ano se deve muito ao 1º turno, onde o time não jogava uma partida oficial a 9 meses e devido a boa campanha, e esses numeros não comtam os classicos, pois no RExPA a maioria esmagadora era da torcida Bicolor.

      Curtir

  3. Somente para lembrar os “esquecidos”: Em 2005 por ocasiao da serie C, o clube que o leitor torçe, recebeu ajuda do Governo do Estado com a doaçao de milhares de ingressos. Esse foi um dos motivos para que houvesse grandes publicos.

    Curtir

  4. Eu, nunca abriria mão de ter um trio desses em meu time e, melhor, já entrosados, no que pode me tirar de um possível sufoco na copa, num determinado jogo. Robinho, Ganso e Neymar.

    Curtir

    1. Cláudio, essa talvez seja a maior virtude da convocação da dupla Neymar-Ganso: o entrosamento com Robinho. Dunga teria um trio ofensivo prontinho para ser usado em caso de eventuais dificuldades de jogo.

      Curtir

  5. No estilo Dunga, um jogador de armação no time já é muito imaginem dois.
    Considerando que ele já tem o Kaká, titular absoluto, ainda que leve o ganso, vai ser só pra treinar.
    Jogar não joga não.
    Felipe melo, Kleberson, Gilberto Silva, josué, elano e cia têm mais chances de entrar jogando.

    Curtir

  6. Não foram só as doações, como tambem de maquiagem pois, em determinados jogos, tinha menos gente no estádio do que o público pagante. Esta foi manobra política do Janete que pegou corda e quis acertar o Jader através do Tourinho que estava no inferno, então o governo ajudava( via seel) o Remo e nada para o Paysandu alegando que este estava em dívida, aí o tiro saiu pela culatra e a maior torcida deu o troco, quer dizer o candidato Jatene levou farelo.

    Curtir

    1. Otávio, quanto à complexa ciranda político-eleitoral não há como concordar. Aliás, é a primeira vez que ouço essa tese e olha que acompanhei o processo eleitoral de 2006 muito de perto, inclusive quanto às pesquisas de intenção de voto. Garanto-lhe que, em nenhum momento, o fator futebol surgiu como item divisor de águas.

      Curtir

      1. Esse e o verdadeiro choro dos BAMBYS ALVI-AZUIS eles não perdem em nada
        quando perdem e pq deixaram ganhar!
        Em vez de marcar um amistoso com o valência tinha que ser um triangular com santos e barcelona para saber quem é o melhor.

        Te dizer, te falar…

        Curtir

  7. Borderô da FPF ainda é pior que pesquisa Datafolha.
    Só para lembrar, os maiores públicos que o Mangueirão comportou sempre ocorreram em jogos do Paissandu, estréia do Dadá Maravilha e contra o Boca Junior. É só conferir.

    Curtir

  8. Caraca!… O rapaz da “trama política” viajou legal na maionese. Interessante; estive em todos os jogos citados e, a despeito de possuir um relativo envolvimento político e ter alguns amigos e parentes em cargos públicos, nunca ouvi falar em “doações” – claro, além das de praxe! – Muito ao contrário, o que houve muito naquela ocasião foi majoração de preços já nos últimos jogos.
    Mas todo mundo tem direito a espernear.

    Curtir

  9. Gerson, eu vi o jogo aberto de ontem, e estava lá lateral do Santos, Pará, reparei que a falta de profissionalismo do nosso futebol faz com que grandes jogadores da nossa se percam ou se destaquem em outros estados. O mesmo amadorismo que afunda nossos clubes é o mesmo que sucumbi nossos talentos. Quando nossos clubes deixarem de pensar que o “bom vem de fora”, e insvestirem pesado nas categorias de base, não somente ficar treinando, mas dando condiçoes, por exemplo, fazer uma escola de ensino fundamental e medio, é os meninos fossem treinados, alimentados, tivesse uma academia, e desses jovens com certeza poderia tirar grandes atletas para o futebol, natação, futsal, basquete, etc, isso tudo sendo treinado no clube do remo…. as ideias estao ai, so falta vontade, muitos clubes do mundo fazem isso e o retorno é garantido.

    Curtir

    1. Eu acredito que se jogadores do Pará saem e fazem sucesso fora Estado não tem muito a ver com o amadorismo ou coisa do gênero dos clubes daqui.

      Acredito que é coisa do futebol e pronto.

      Certa vez, vi uma reportagem sobre o GrexNal, de onde dos 22 jogadores, apenas uns 4 eram genuinamente gaúchos. Lá tinha muito paulista, carioca, mineiro, paranaense e os gringos de sempre, e não se houve falar que o futebol de São Paulo, Minas, Rio, etc., seja amador.

      E regionalmente temos exemplos de jogadores de fora que não tiveram chances nos clubes de seus Estados, e vieram arrebentar aqui, vide Rubilotta, Bira, Arthur, Zé Augusto, Rogerinho Gameleira, Agnaldo, Robgol, etc., e recentemente o Thiago Potiguar e Álvaro, sendo que com relação a estes já ouvi que a impressa potiguar mete o pau em ABC e América que não viram os caras.

      Além do mais, o Ganso saiu daqui no juvenil, com a proposta de ir pra base do Santos. Trata-se de uma proposta boa, melhor do que ter ficado aqui, da mesma forma como seria se o Barcelona pretendesse tirar um jogador do Santos, mesmo que de base. É tudo uma questão de proporcionalidade.

      Enfim, é impossível para Paysandú e Remo terem ciência da qualidade de todos jogadores que existem nos 160 e poucos municípios do Pará, sejam profissionais e amadores, considerando-se que Pará e Jóbson sairam do sul do Estado e talvez nunca tenham pisado em Belém.

      Curtir

  10. Soeiro, quem viajou na maionese foi o Paulo Tarcísio. Isso se chama no meio jurídico como “juz esperniandis” se não estou equivocado com o latin.

    Curtir

  11. Gerson, realmente agente não deve misturar política com futebol, mas sem citar nomes, vc lembra quem era o encarregado dos ingressos doados pelo governo? Era uma federação amadora, lembra ou não? Sobre os números de torcedores no estádio é só perguntar a um narrador e um reporter da clube que chegaram a comentar, no ar, sobre isso, se não me falha a memória foi no jogo Remo x Abaeté.

    Curtir

  12. Pra encerrar o assunto , de minha parte, não foi trama política, foi uma estratégia errada só isso, por julgarem o o remo tinha a maior torcida. Por isso digo que o tiro saiu pela culatra.

    Curtir

  13. Bom, os números do Paulo Tarcísio são absolutamente reais quanto aos números dos “parazinho” atual. Quanto a pesquisa “databolha”, nem gostaria de retornar ao assunto de tão bizarros são aqueles dados. Tudo bem!… Vale a zoação, mas francamente, acreditar naqueles números… Se eu fosse bicolor (graças a Deus, não!), não ficaria nem um pouco satisfeito se um instituto de pesquisa afirmasse que meu clube só detêm 5,67% (Cinco por cento??!) da população do Pará. Acreditar que Remo e paissandu têm menos torcida que Portuguesa (???!).
    Francamente, sem paixão, nesta pesquisa do Ibope creio que os números estão bem mais reais: http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2004/10/04/ult59u87819.jhtm
    Caso o Datafolha esteja certo, o paissandu perdeu perto de 700 mil torcedores. E pior o Remo, que perdeu 1,3 milhões de torcedores.

    Curtir

  14. Decididamente, não é o parazinho que vai estipular qual a maior torcida e sim aquela que está indo mais ao estádio, portanto, sabe-se que havia um desespero da torcida do remo porque o time não tem divisão e ficou muito tempo sem jogar.

    Pra completar, eles ainda tinham a ilusão de que tinham um timaço. Quando o Paysandu botou os pingos nos is, os remistas deixaram as arquibancadas do baenão à mingua no segundo turno, é ou não é?

    Curtir

  15. Acho que o Diogo está meio certo e meio errado.
    Não precisa ser muito esperto para saber que presença no estádio não determina número de torcedores, mas o argumento do seu segundo parágrafo também não convence.
    Presença de público nos estádios depende exclusivamente de motivação. E esta pode surgir de formas antagônicas, tanto na certeza de ir assistir uma festa do seu timaço, quanto em levar apoio ao seu time num momento de sofrimento do seu timinho. Temos vários exemplos dessas duas situações.
    Minha convicção de que o Remo é mais popular é baseada nos números dessa pesquisa do Ibope de 2004. A meu ver estes números, sim, têm fundamento (só não concordo com o número de torcedores do Atlético-MG. Acho que o Galo tem mais simpatizantes).
    Na verdade nem dou muita importância para isso, haja vista que sou tão tricolor quanto azulino e não tenho nenhum problema em reconhecer que o Flu tem menos torcedores que Flamengo, Vasco e Botafogo. E daí?… Paixão é paixão e fim de papo.
    Para mim, as melhores imagens de paixão clubística vieram mesmo do Nelson Rodrigues. Mas tem uma do escritor Roberto Drummond que é lapidar: “Se houver uma camisa branca e preta pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento.”
    Que dizer mais?

    Curtir

    1. Não só o Data Folha como a pesquisa da Revista Placar por 2 vezes tb deu o Paysandu como maior torcida, mas essas pesquisas a meu ver podem ter erros, mas pra rebater a pesquisa o Diario colocar uma noticia dizendo que o remo levou mais publico nesse parazão tb não dá, pois essa pequena vantagem se deve muito a empolgação remista do 1º turno e não conta o RExPA onde a torcida do Paysandu foi infinitamente maior. E pq o diario não publicou o campeão de publico do parazão de 2008 e 2009 que foi o Paysandu ? De certeza mesmo só os 10 maiores publicos do mangueirão, onde todos são do Papão, o remo só aparece quando é RExPA, e em nenhum jogo o remo colocou sozinho mais de 50 mil torcedores no mangueirão, o Paysandu por 3x já levou mais de 50 mil torcedores, segundo dados do maior pesquisador do nosso futebol, Ferreira da costa.

      Curtir

  16. Se o Dunga convocasse a dupla Ganso/Neymar, forçosamente teria que mudar o esquema (?) de jogo da seleção. E ele não competência, coragem e tempo para a mudança. O que é uma pena.

    Curtir

  17. Retirado do site da GLOBO.
    Delírio de Pelé.
    Dunga levou um susto quando soube da declaração de Pelé à “Folha de S. Paulo”. Em uma entrevista ao jornal, o Rei do Futebol disse que tem conversado com o treinador e que ele teria revelado que Ronaldinho Gaúcho teria mais chances de ser convocado para a Copa do Mundo do que Neymar por ter mais bagagem com a seleção brasileira.

    Em um papo com amigos, Dunga desmentiu Pelé. O treinador revelou que conversou com o Rei do Futebol pela última vez no dia 31 de outubro do ano passado, quando comemorou 47 anos de vida. Na época, Neymar não era titular do Santos e a revelação santista estava longe de ser cogitada para a seleção brasileira.

    Mas como tem um carinho e uma admiração por Pelé, Dunga não pensa comentar o caso publicamente. Assim, evitaria um desgaste desnecessário com o Rei.

    Curtir

      1. Esse é o escudo dos covardes. Por não poder ser desmascardo o meliante age e até encontra apoio nos sósias. Utiliza-se de outras facetas, naturalmente.

        Curtir

Deixar mensagem para Diogo Papão - Melhor do Brasil na Libertadores Cancelar resposta