Tribuna do torcedor – 11

Por Mauro Negrão (helezcallebe@yahoo.com.br)

Gostaria de parabenizá-lo pelas sempre brilhantes assertivas, seja nas suas participações no “Bola na torre” ou em sua coluna no Diário do Pará, da qual sou leitor assíduo e fã incondicional. Entretanto, permita-me fazer alguma indagação e também manifestar minha opinião. 
A propósito do artigo “O pagode do preconceito”, deste domingo (04/04), não sei se o fato de uma pessoa deixar de entrar em uma mesquita, sinagoga, igreja protestante, casa espírita etc. caracteiriza-se por preconceito. No tocante à consciência política e a militância em causas sociais, você mesmo citou nomes (entre outros) que, “a seu modo” desenvolvem algum trabalho nesse sentido… Penso que jogadores são pessoas normais, como advogados, empresários, políticos ou jornalistas, uns fazem sua parte outros nem tanto, mas não se pode generalizar.  
Mas, voltemos ao preconceito! Nestes dias, a mídia de um modo geral tem dado grande cobertura aos festejos alusivos a um grande e ilustre brasileiro, que se vivo estivesse estaria completando um século. Homem comprometido com o bem do seu semelhante, generoso, que quase tudo quanto ganhava dividia com os destituídos de oportunidades, chamado Chico Xavier. Mas, a propósito, você tem notícia de que ele tenha visitado alguma instituição evangélica? Se não o fez, seria por puro prconceito? O que lhe parece ? Outro que me custa entender é que quando algum muçulmano, judeu ou espírita comete algum delito ou algo politicamente incorreto ninguém (leia-se os formadores de opinião) cita a sua religião, mas se for um evangélico o termo em maior destaque é sua religião, e não o fato em si. Por que será? Não estaria enrrustido aí um pouquinho de preconceito?
No caso dos jogadores citados em sua coluna, não resta dúvida de que cometeram um ato falho digno de nosso repúdio. Penso que existem muitas maneiras de manifestar algo que não é muito comum na sociedade moderna, que é a solidariedade humana ou amor ao próximo, sem necessariamente precisar entrar em algum lugar que vá de encontro a princípios que abraçamos. Agora ficar pagodeando enquanto outros se solidarizam… convenhamos, é demais! De fato, preconceito é algo insuportável que não pode nem deve ser tolerado!

13 comentários em “Tribuna do torcedor – 11

  1. Caro Mauro Negrão, respeito a sua opinião e observações a respeito deste fato. O que ocorreu foi pura ignorância e burrice, pois os jogadores do Santos que ficaram no carro, chegaram a comparar a religião espírita com os atos criminosos perpetrado por aquele padastro que enfiou agulhas no corpo de seu enteado. Esta foi a declaração de alguns a imprensa após serem questionados por não entrarem. Se isso não é preconceito, fique com seus conceitos acadêmicos. Eu sou católico praticante e já fui como convidado em igrejas Evangélicas como Batista, Assembléia de Deus e Adventista.Nesta fui padrinho de casamento de uma amiga de minha esposa. Em 1984 fui até uma Sinagoga a convite de um grande amigo de Faculdade.
    Ao saber que a Casa onde iriam, era mantida por instituição Espírita, alguns decidiram ficar no ônibus que os levaram, alegando que era das pessoas que enfiam agulhas nas pessoas. Santa ignorância. Que Deus os perdoem.

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  2. Concordo com a opiniao do Mauro Negrao e verdade quando um ato negativo e praticado por um evangelico sai estampado nos jornais evangelico fez isso ou aquilo com pessoas de outra religiao nao acontece o mesmo ninguem e obrigado a visitar uma entidade que nao queira assisti ontem o mesa redonda da gazeta o presidente do Santos explicou que a visita tinha sido decidida na viagem de volta de uma partida no interior e ninguem sabia aonde seria feita a visita so quando chegou la foi que souberam se tivessem falado antes e consultado nao teria acontecido isso ate porque eles nao seriam obrigados a fazer a visita Gerson no jogo de ontem Bangu x Botafogo teve um gol de um jogador chamado Somalia pergunto quantos jogadores com esse nome temos no Brasil parece-me que o Botafogo tem um jogador com esse nome tambem

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  3. Mas uma ves presenciamos a intolerância religiosa presente em nosso cotidiano, não querer prestar solidariedade ao outro só pelo simples fato de ele ser diferente de você, pode não ser preconceito, mas com certeza é intolerância, é por essa e por outras que em muitos lugares ocorrem matanças em nome de Deus. O ser humano precisa aprender a conviver com o diferente, afinal vivemos em um mundo dialético. Todos saem lesados depois de um ocorrido destes.

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  4. Disso tudo, entendo que falta clareza das ações a praticar, do que se lê na mídia, percebe-se que os cartolas, também gostam de fazer caridade com o boné alheio.
    Sem conhecer nenhum dos envolvidos, tenho certeza. que se antes da execução da tal visita, ocorresse reunião de planejamento, onde seria esclarecido o caráter, não só filantrópico,mas acima de tudo humanitário, se houvesse esclarecimento da nescecidade de suparar barreiras religiosas em prol do ser humano, tal fato, negativo, jamais teria ocorrido.

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  5. Caros, presenciei esse lamentável incidente durante a semana e preferi não opinar até o momento em que vejo este texto postado e o proselitismo oculto no breve comentário do Jorge. Sou pai de uma criança autista e confesso, que fico muito sensível a esse tipo de coisa e até temo expor uma opinião parcial. O que me chateia é esse tipo de proselitismo intolerante que grassa atualmente no meio esportivo, gerando situações como essas. Nada justifica a desumanidade e a falta de amor ao próximo, princípio basilar do amor-ágape das cartas paulinas. Temo que passaremos a fase na história de nosso país a uma nova intolerância e perseguição de culto, da mesma forma que prostestante e judeus sofreram no passado. Acaso Jesus observou a formação religiosa e étnica da samaritana quando lhe pediu água e deu-lhes ensinamentos de tolerância e fé? Não foi por pregar aos gentios que Paulo divergiu de Pedro? Não! Basta a esse tipo de argumentos, por mais fundamentados que possam ser do ponto de vista da doutrina. Tocar pagode para fazer deboche então foi demais, típico dos espíritos das trevas que odeiam a luz e ainda usam Deus como escudo. A ninguém se obriga aderir causas, mas ao cristão verdadeiro, a cobrança por atos virá, pois para um bom cristão “viver é Crsto e morrer é ganho”. Basta de intolerência e sim à fraternidade e ao amor, pois amar o próximo talvez seja fácil. O difícil é amar o outro! Essa verdade, sim, dói…

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  6. A questão transcende a religião meus caros evangélicos, alí estavam seres humanos que nasceram com alguma deficiência, e seria importante para suas autoestimas ficarem perto de seus ídolos do futebol, e garanto que eles não estavam se importando com a religião dos que os ignoraram. Mas falar de religão com alguns evangélicos é o mesmo que falar com pedra.
    E onde fica o maior dos ensinamentos que jesus nos deixou: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. E Jesus se referia a todos nós independentemente de qualquer coisa. Já esqueceram dessa frase? Ou nessas vcs só lembram do que os pastores colocam na cabecinha pequena de vcs?Mas, pra vcs é normal ignorar as pessoas só porque não praticam a mesma religião de vcs. Continuem com esse pensamento e verão o que lhes espera no juizo final. Ainda querem justificar…

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  7. A conversa está descambando!!!
    Só para esclarecer: os atletas não foram convidados a adentrar em um terreiro de umbanda, em um centro espírita, em uma catedral ou em uma sinagoga, tratava-se de uma instituição assistencial -as crianças (naquela condição) não professam religião alguma.

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  8. Fiz um comentário agora há pouco sobre o fato, mas não foi moderado por algum problema técnico no blog. Se entrou, me desculpem a repetição. Caso contrário, ei-lo:
    Meus caros, jurei que não iria comentar sobre esse lamentável episódio, pelo fato de ter um filho autista o que poderia comprometer qualquer reflexão mais serena. Lendo, no entanto o texto postado e a frase curta, mas significativa do Jorge – ao mesm0 tempo provocativa – me sinto à vontade em opinar por respeito à tolerância e à humanidade. Nada justifica a intolerância. Marketing ou não da diretoria do Santos, crianças despossuídas das totais faculdades mentais, jamais deveriam passar por esse constrangimento, resultante de um proselitismo religioso faccioso e perigoso à convivência saudável entre os seres humanos. Por mais fundamentada que seja a doutrina e legítima reivindicação do livre arbítrio, o amor ao próximo é o primado básico do cristianismo, fonte inesgotável à escatologia ágape das cartas paulinas. Um discurso centrado na língua dos anjos e dos doutos sem o amor necessário a sua essencialidade, de nada vale. Somente o amor cimenta a fé, a esperança e a caridade, tríade sem fronteiras da obra e da salvação, cuja graça se manifesta naqueles que de Deus se tornam criados. O amor, somente o amor, cuja expressão fez o Pai e o Espírito Santo Paráclito, encarnarem-se, para além do verbo, da promessa. O amor que fez Paulo divergir de Pedro a anunciar a boa-nova aos gentios. O amor irradiado no cenáculo, inflamando o fogo manifesto no testemunho da verdade. O amor ao próximo, ao outro, testemunho altruista da redenção. Pelo amor, a humanidade venceu a morte, onde “viver é Cristo e morrer é ganho”. Um amor radical, sem fronteiras onde viver no mundo é não vivê-lo, desvelado na vidência, na parusia, metanóia para um mundo novo. Tempos difíceis esses, marcados por novas intolerâncias e axiomas da verdade única, protocanônica. Tempos difíceis esses, onde certas verdades geram a dor do egoismo e da soberba extrema em ser “o eleito de Deus”. O amor radical dói àqueles que se afirmam nos códigos sacralizados pelo ódio. Filhos da Luz a enxergar o mundo pela viseira das trevas…

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  9. Sou católico não muito praticante, jamais um evangélico pertencente a muitas igrejas, cujos donos vivem esbanjando riqueza, enquanto seus dizimistas mal comem. O espiritismo, eu não o vejo como uma religião, mas reunião de pessoas que procuram só fazer o bem ao seu próximo, sem cobrar dízimo. Vejam Chico Xavier e Bispo Macedo. Há comparação?

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  10. DOUGLAS: Eu não entendo muito de religião. Eu não vejo no espiritismo DOGMAS , a doutrina parece que existe. Eu apenas me manifestei, expondo o que sinto e o que tenho conhecimento. Eu nunca vi um espírita pedindo dinheiro para Jesus e tem templos que pedem. Dentro da lógica, acho que Jesus não precisa de dinheiro. E tem mais: no dia que acabarem com a lavagem de dinheiro, muitas igrejas ou templos fecharão. Não estou generalizando. Veja bem!

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  11. Meu caro Gerson,

    Essa divergêcia de comentários sobre o assunto em evidência, só nos faz confirmar que OPINIÃO não se discute, como dizia,se não me falha a memória,o nosso saudoso Grimoaldo Soares.

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