Tribuna do torcedor – 2

Por Francisco Guzzo Junior
 
Desde ontem, tenho acompanhado as diversas razões apresentadas, para justificar o fracasso do Paysandu. A mais importante e decisiva ninguém se lembrou:
– A intertemporada de preparação física comandanda por Cláudio Café, que inicialmente provocou várias contusões (Dadá, Mael, Rogério Correa, Zeziel, Velber etc.) e que posteriormente levou a equipe a uma condição de total falta de força física.
– O time não é nenhuma maravilha, porém é do mesmo naipe das demais equipes da série C. Até onde sei o grupo não é composto de jogadores mau-caráter, os pagamentos estavam razoavelmente em dia, o ambiente era bom, inclusive com ações de filantropia,enfim não havia maiores razões para a apatia futebolística que se observou durante todo o transcurso da série C.
– Em todas as partidas observava-se que não se tratava de falta de empenho, o que transparecia era que não havia pernas para executar o que a cabeça pensava. Em todos os anos que acompanho futebol, em partidas com a Curuzú lotada, mesmo as mais medíocres equipes do Paissandu, pela força da arquibancada, empatando o jogo, havia nos minutos finais o famoso abafa, isto é de praxe. Pois bem, tanto no jogo com a Luverdense, quanto com o Icasa, observava-se, que apesar de tentar, não havia condição física para fazer.
– Em todos os jogos, os adversários sempre chegavam primeiro nas bolas divididas, chegavam primeiro nos lançamentos em profundidade, ganhavam sempre a segunda bola, havia uma facilidade incrível de chegar ao gol do Paissandu, em todos os jogos sem exceção.
– Dadá e Mael, que dependem fundamentamelmente da força física, não foram nem sombra do que sabemos que jogam.
– Os laterais não tinham força de apoio, não havia jogadas de linha de fundo.
– O Zé Carlos ñão ganhou uma bola nem por cima, nem por baixo, foi um zero a esquerda em todas as partidas.
– Os passes do Vélber eram todos errados, não havia a explosão característica, a agilidade nos dribles não se viu.
– No jogo com o Icasa, os chutes dados de dentro da área, eram sem nenhuma potência (verdadeiras atrasadas para o goleiro)
– A incrível discordância entre a intenção e o gesto marcou de forma incontestável está equipe. Falava-se de um jeito e jogava-se de outro, porém percebia-se que não era por negligência, era por absoluta falta de condição física.
– Tudo isto se juntou a um técnico caseiro, que teve medo de botar uma retranca e tentar ganhar no contra-ataque, pois há anos se sabe que é a única forma de um time de menor qualidade vencer um de maior qualidade 
– Este time lembrou muito o Paissandu de Givanildo em 2.000, que ficou pelo caminho e que foi mantida a base e ganhamos tudo depois. Acho que vale muito a pena permanecer com uma boa parte deste plantel (Jucemar, Rogério Correa, Aldivan, Dadá, Mael, Zeziel, Vélber) contratar o que nos faltou goleiro e atacante goledor. E lembrar que em 1990 estavámos na terceira, em 1991 fomos campeões. Em 2000 estávamos na terceira, em 2001 fomos campeões. Em 2010 estaremos na terceira e 2011 completa-se dez anos e a história sempre se repete. 

8 comentários em “Tribuna do torcedor – 2

  1. Gerson sobre sua coluna de domingo, como indenizar o Flamengo, se esta equipe deve zilhôes a CBF ? o texto ficou meio irreal, rsrs…inclusive na mesma edição o nosso RMP escreve sobre isso…1 abraço, Edmundo Neves

    1. Bem, meu entendimento é que o clube tem o legítimo direito de reivindicar pagamento indenizatório quando um atleta sob seu contrato se contunde, defendendo a Seleção. Quanto à dívida do Fla com a CBF já é uma outra história, que deve merecer uma outra forma de negociação. Vi o comentário do Renato M. Prado, mas não considero que sua opinião se contraponha à minha.

  2. Sem comparações com a equipe e o braço forte do “Giva ferrolho”. Esse time que está aí não serve de base nem para lage.

  3. EXCELENTE a RECORDAÇÃO do FRANCISCO GUZZO JÚNIOR, principalmente no que diz respeito sobre as louváveis AÇÕES FILANTRÓPICAS.

    Fazendo um CONTRA PONTO pelo que se ENTENDE ser LOUVÁVEL, qüestiono a TODOS me AJUDAREM a também RECORDAR o seguinte:

    Quem foi o AUTOR da frase “QUEM TEM PENA DO MISERÁVEL, QUE FIQUE NO LUGAR DELE”. (???).

    AS RESPOSTAS SERÃO IMPORTANTES PARA A DIGNIDADE DO FUTEBOL PARAENSE.

    Muito OBRIGADO !!!

  4. Gerson, não entendi porque, de repente, vcs da Rádio Clube começaram a lembrar daquele amistoso que o Paysandu perdeu para o Izabelense por 1 a 0. O que isso teve a ver com a tragédia de ontem? Lembro que aquele amistoso foi marcado no afogadilho e nas entrevistas muitos jogadores não aprovaram por que estavam retornando de três dias de folga e ninguém tava afim de arriscar a canela na várzea. Mas depois, já com a presença do Gaúcho, eles ganharam da seleção do Tucuruí (4 a 1) e do Cristal (3 a 1). Mas esses amistosos eram somente para movimentar o time, colocá-lo em ritmo de jogo, nada além.

    Também li o perfil que vc traçou do ex-técnico bicolor. O apontou como truculento, citou o fato dele ter agredido um torcedor que fez “gracejo” com o time numa academia. Lembro que quando veio à tona esse episódio, vc foi um dos únicos a entender o lado do técnico. Vc reprovou a atitude do Gaúcho, mas também reprovou a atitude do torcedor. Mas agora parece que só o treinador errou.

    Vc falou também de outras truculências dele dentro clube. Na verdade, a gente nunca soube ao certo o que aconteceu porque a gente só ouve vcs da imprensa falarem sobre isso.

    Mas como diz o título do filme “Os brutos também amam”, lembro de Gaúcho pedindo apoio para as crianças do Ofir Loyola e que você o elogiou por isso, dizendo que era bom ouvir uma voz de fora clamando pela causa.

    Mas agora só o lado ruim é lembrado só porque muitos torcedores estão defedendo o ex-treinador.

    1. Não estamos aqui para criminalizar o EG, aliás faço um esforço danado para nem escrever mais sobre a figura. Claro que ele foi ao Ofir Loyola, num gesto louvável de caridade humana, digno de todos os elogios. Entendi também o fato se aborrecer com as gozações, mas – reveja o texto – não aplaudi a agressão, e jamais aprovaria tal gesto partisse de quem partisse. Além desses gestos positivos, poderia citar também, mesmo sem você mencionar, que destaquei a execução do planejamento para a campanha do Parazão, afinal bem sucedida, com a conquista do título. Quanto ao jogo do Izabelense, ele sempre foi levado em conta, mas você está citando agora por achar que faz parte da campanha contra o Gaúcho. Não, a má apresentação do time naquele jogo-treino foi apontada por praticamente todo mundo. Sobre os incidentes na Curuzu, alguns foram públicos e notórios, divulgados pelos próprios envolvidos. Bem, “nós da imprensa” divulgamos o que acontece e existem profissionais sérios trabalhando, Diogo. Não se pode aqui considerar que, de repente, a imprensa paraense é formada por incompetentes e despreparados. Pode ser a sua opinião, mas os fatos desmentem isso. E, francamente, não acho que a passagem do EG por aqui seja parâmetro para aferir a competência dos profissionais da mídia paraense. Já tivemos momentos muito mais gloriosos e importantes do que o curto reinado dele na Curuzu. O tempo, senhor da razão, logo vai mostrar quem estava certo, pois não creio que essa maré nostálgica pró-Gaúcho, de repente guindado à condição de semideus, tenha sustentação a médio prazo.

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