Não foi uma atuação brilhante, longe disso. Mas foi suficiente para garantir ao Paissandu a classificação à próxima fase da Série C, com boas possibilidades de subir à Série B. Frio e organizado, concentrado na marcação e evitando dar espaços ao Sampaio, o time obteve um empate sem gols, mas podia até ter vencido – em lances finalizados por Zeziel, Zé Carlos, Michel e Torrô.
Como era esperado, assim que a bola rolou o Sampaio foi à frente, tentando sufocar. Como não encaixava jogadas pelo meio da área, bem vigiada pelos defensores paraenses, restou apelar para o jogo aéreo. Com exceção do escanteio cobrado nos acréscimos e desviado de cabeça por Leandro, estourando no travessão de Paulo Wanzeller, a zaga não permitiu nenhum outro lance de perigo.
Apesar de priorizar os cuidados defensivos, o Paissandu mantinha as rédeas da partida e conseguia criar bons ataques. Zeziel cabeceou com perigo antes dos 15 minutos e Michel acertou um tiro forte, da entrada da área, depois de receber bom passe de Dadá.
Com a expulsão de Bernardo logo nos primeiros minutos da segunda etapa, o Paissandu ficou ainda mais preso à marcação no meio-campo. Luciano recompôs a defesa, Zé Carlos saiu. Torrô, que havia substituído Velber, assumiu a função solitária de brigar com os zagueiros. Por pura insistência, quase marcou em arremate que o goleiro Rodrigo Ramos defendeu.
O Sampaio não mudou sua maneira de atuar. Gabriel era o atacante mais insinuante, mas perdeu espaço depois que Valter Lima posicionou Aldivan apenas na marcação pelo lado esquerdo da defesa. No ataque, o técnico Edson Porto tirou Jacques e lançou Célio Codó, também inoperante. Somente aos 32 minutos, em arrancada de Eloir pelo lado esquerdo, a bola rondou perigosamente a meta alviceleste. Em seguida, Gabriel também finalizou para difícil defesa de Wanzeller.
A quem esperava atuação exuberante, o Paissandu respondeu com eficiência e pragmatismo. Nas circunstâncias, mesmo contra oponente tecnicamente inferior, o foco no resultado foi a atitude mais coerente. O empate sem gols não encheu os olhos, mas não deve ser menosprezado.
Para sobreviver ao mata-mata contra o Icasa, a estratégia certamente vai mudar. Já no primeiro embate, domingo, na Curuzu, o time não poderá mais ter a cautela como mandamento. A vitória é fundamental e, para isso, meio-campo e ataque precisarão ser muito mais criativos do que foram até agora. E este é o grande desafio que se impõe desde já.
O Águia caiu pelos seus próprios erros. Abriu o marcador, com bonito gol de Marcelo Maciel, mas cedeu espaço excessivo no final do primeiro tempo e Juliano César empatou. E, a seis minutos do fim, uma falha coletiva da zaga permitiu o desempate do Rio Branco. Um castigo pela boa campanha inicial dos marabaenses, mas desfecho previsível diante da irregularidade dos últimos jogos. Mais que o jogo de ontem pesaram a derrota para o Luverdense e o empate com o Sampaio dentro de casa.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 03)
O Paysandu foi o time que menos perdeu do grupo A, e o Rio Branco o que mais perdeu e ganhou, os dois melhores se classifiram. Agora o Icasa, o de melhor campanha, melhor ataque e defesa. O nosso jogo é o daqui, temos que fazer o resultado, acho que o Rossini está fazendo falta!
Pra quem, para o Paysandu ou para os adversários?
Concordo Otavio. Faz falta mesmo o Rossine.
Como foi o Paysandu ontem, a meu ver:
* Paulo Wanzeler: Mostrou segurança quando exigido. Mas como os goleiros que o Paysandu teve nos últimos 5 anos, não sabe sair do gol.
* Jucemar: Só é útil na bola parada. Na defesa se mostra desinteressado. Aquela bola do Eloir foi sua culpa.
* Bernardo: Uma expulsão irresponsável. Se o Paysandu estivesse na série D, o prejuízo poderia ser colocado em sua conta. No mais, foi bem.
* Rogério Correa: Muito bem.
* Aldivan: Não apoiou muito bem e foi inconstante na defesa. É relapso em alguns momentos.
* Mael: Jogou bem. Marcou, roubou bola e saiu pro jogo. Precisa soltar a bola mais rápido.
* Dadá: Marca bem mas erra muitos passes. E comete muitas faltas nas proximidades da área.
* Zeziel: Um “motorzinho”. Pra mim, mediano.
* Michel: Não gosto de jogador lento. Que sempre dá um toque a mais na bola e acaba sempre a entregando pro adversário.
* Vélber: Ruma para a categoria de ex-jogador em atividade.
* Zé Carlos: Nesse sistema de jogo, se torna figura inútil. É um bom centro-avante, perde poucos gols, mas não tem quem crie para ele.
* Torrô: Não tem como ser reserva. É o tipo de andorinha que periga fazer verão. Melhorou muito!
O que se pode concluir do time do Paysandu?
1- O time é acéfalo. O meio de campo não pensa e não cria.
2- O time só ataca pelo meio. Os laterais cruzam da intermediaria.
3- Zé Carlos de tão isolado precisa sair da área para buscar jogo. O time fica sem referência.
4- Vélber e Michel são “prenderores de bola”.
5- O Paysandu é um time sem contra-ataque. Por isso não ganha fora de casa. Já reparou? O time ganha em Belém pois só sabe jogar no abafa.
Apesar de todos os problemas, estou confiante na nossa jornada contra o “Verdão do Cariri”. E o fato de jogarmos a primeira em Belém é benéfico. Nos livra de jogarmos a segunda partida com o peso da necessidade de reverter o placar.
Gerson, sempre que vejo o Águia jogar, fico com a impressão de que o Flamengo levou o jogador errado… Rsrsrsrs
O Marcelo Maciel está se perdendo no futebol paraense. É um jogador que se tiver uma preparação adequada, dá samba. O cara dá uma “sueira” em qualquer defesa! O Botafogo andou sondando o jogador mas o negócio não foi para frente…
E o “foguete” me faz lembrar do Givanildo. Ano passado (2008) ele dispensou o jogador sem maiores explicações. O Paysandu não tem um atacante dessa qualidade e com essas características.
É verdade Matheus. Marcelo Maciel é um jogador que se encaixa muito bem nas necessidades do futebol moderno de hoje: é um velocista e tem disposição. Se melhorar seus fundamentos, tem tudo pra despontar. De fato, não entendo como Givanildo o mandou embora do Paysandu. Hoje faz falta, pois jogadores que apresentam as mesmas características de Maciel, casos de Balão e Zé Augusto, estão “envelhecidos” e sem a mesma explosão de outros tempos.
Concordo também quando vc diz que nosso time é acéfalo. Não há criação, só se cria confusão no meio de campo. Contra o Luverdense, naquele 1×1 na Curuzú, o Dadá teve que criar jogadas devido a inoperância de Vélber e Michel.
Agora o que é mais impressionante é a facilidade com que os alas/laterais e meias adversários têm fazem infiltrações pelos falncos da defesa bicolor. Ontem, houve um lance indêntico ao lance do gol de empate do Luverdense naquele 1×1 na Curuzú: o jogador adversário percorreu 30/40 metros desde o meio de campo até a linha de fundo sem sequer ser importunado pelos defensores bicolores. Ou é muita falta de atenção, de treinamento, ou deficiência técnica mesmo de nossos jogadores. Por sorte, o time do Sampaio é limitadíssimo e não fez o gol. Senão, estaríamos chorando uma desclassificação por conta de erros que teimam em se repetir e não se corrigirem.
Tem razão, Daniel. Givanildo, um técnico marrento que eu respeito, pois manja muito de futebol e é um vencedor, cometeu um deslize ao abrir mão do Foguete. Sempre achei que o Paissandu deixou Maciel partir com muita facilidade, como se não acreditasse nele. Pra mim, é um atacante mais veloz e bem mais técnico que Landu, por exemplo. Só precisa ser melhor orientado quanto às finalizações, embora o gol de ontem tenha sido muito bonito.
Matheus,
O Foguete cairia muito bem no Botafogo, que perdeu o Jorge Henrique e ficou sem um velocista no ataque. Ney Franco anda procurando um sujeito com essas características. Maciel pode ser esse cara.
Assino em embaixo Matheus, ele jogou muito ontem, só precisa aprimorar finalização.
O Valter Lima está acabando com o Zé Carlos. Será que esse treinador ainda não percebeu que desde que assumiu a comissão técnica o time tem imensas dificiculdades para fazer gol? Como será no mata-mata quando o Papão precisará mais do que nunca fazer muitos gols?
Sandra,
O Zé Carlos depende – e muito – da produção do Vélber, que nunca mais foi o mesmo depois que voltou daquela lesão no Parazão. Se não surgirem jogadas trabalhadas pelo lado da área, o Zé Carlos não existe, porque é um centroavante-centroavante, daqueles que fica lá dentro da grande área, plantado. Ontem, Valtinho deixou ele no time porque era a opção natural para uma jogada aérea, um escanteio. Aliás, na Série C, sob o comando do Gaúcho, o Zé Carlos também só fez gol em lance de escanteio, lembra? E só voltou a ter chances com EG depois que Reinaldo, o Ingrato, deixou o Paissandu a ver navios. É bom não esquecer que o Zé tinha tudo para ser o goleador do Estadual e foi preterido pelo Gaúcho. Com o Valtinho, ele pelo menos joga.
Mas quando o Gaúcho o preteriu, o mesmo não fez falta ao time naquele momento. O treinador soube ajeitar a equipe para fazer gol. Aliás, na série C, com o Gaúcho, o Zé fez quatro gols. Agora com o Valtinho…
É um modo de pensar, Sandra. Acho que ele prejudicou, sim, o time ao preterir o Zé Carlos por pinimba pessoal.
Como Águia queria ir longe tendo como principais contratações jogadores que caíram para o nada?