Do Balaio do Kotscho
O governador José Serra saiu dos seus cuidados neste final de semana e compareceu ao 16º Congresso Estadual do PPS (antigo Partido Comunista Brasileiro, hoje linha auxiliar da aliança PSDB-DEM), em Jaguariúna, no interior de São Paulo, a 134 quilômetros da capital. Foi e voltou de helicóptero e ficou lá apenas 45 minutos, o suficiente para atacar o governo federal e o PT:
“O PT usa o governo como se fosse propriedade privada. Quando o PT foi para o governo, incorporou esse patrimonialismo do partido. Em São Paulo, não existe esse loteamento governamental, ao contrário do federal”. Não existe? Serra esqueceu-se que estava ao lado do presidente do PPS, Roberto Freire, suplente do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), atualmente ganhando a vida como membro de dois conselhos municipais em São Paulo, embora seja do Recife e more em Brasília.
Ex-candidato a presidente da República, hoje Freire não se elege nem síndico em sua cidade, mas fatura R$ 12 mil por mes para participar de uma reunião mensal e assinar as atas da Emurb (Empresa Municipal de Urbanismo) e da SP-Turismo. Quem lhe arrumou esta boquinha foi o próprio governador José Serra, em 2005, quando era prefeito de São Paulo. Mantida pelo seu sucessor Gilberto Kassab, a sinecura abriga hoje 58 conselheiros, que custam R$ 4 milhões por ano à Prefeitura.
Quem fez a denúncia, em janeiro deste ano, foi o repórter Fabio Leite, do Jornal da Tarde. Mas, ao contrário do que acontece no plano federal, não mereceu nenhuma repercussão na chamada grande imprensa. Em seu texto, Leite escreveu que esta “bondade administrativa visa acolher aliados e engordar os salários dos secretários municipais”.
Até hoje esta informação não foi desmentida nem se tem notícia de que Roberto Freire, fiel à sua cruzada de paladino da moralidade alheia, tenha aberto mão da bem remunerada boquinha. Em Jaguariúna, como anfitrião do governador, ele aproveitou para atacar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal, que “não anda no país, o que anda é a corrupção”, segundo noticiário da Folha.
Antes de pegar o helicóptero de volta para São Paulo, Serra, que não foi perguntado sobre a aparente contradição entre o que falou sobre “loteamento” e a condição do conselheiro Freire, ainda garantiu aos ex-comunistas que fará “o possível para atender aos pedidos dos prefeitos do PPS”.
Quem diria….rs…aqui na Capital um ”comunista” tambem andou se enrolando ano passado…no segundo turno principalmente…ateh o Freire passou longe dele…
É fato… rss. Embora o apoio do comunista-tucano Freire, hoje, seja tão importante quanto nada.
A resposta que Raul Jungmann deu a José Dirceu sobre este tema:
“José Dirceu mente quando diz que Roberto Freire mora em Recife. Ele reside em Brasília.
José Dirceu mente quando diz que Roberto Freire foi exilado político.
José Dirceu mente ou desconhece o fato de que Roberto Freire é conselheiro das empresas SPTurismo e Emurb e tem, nas reuniões desses colegiados, 100%,de frequência. Nunca faltou. Tem atuação exemplar, digna, voltada para a eficiência na prestação de serviço e combate à corrupção, desvio de dinheiro público e formação de quadrilhas dentro do serviço público.
Ter Roberto Freire em qualquer conselho de empresas estatais, mistas ou privadas é uma referência ética impecável na República, hoje, como ontem, conforme atesta sua ilibada reputação, motivo de orgulho para todos os que fazem o PPS, o Congresso Nacional e a política brasileira.
Portanto, em termos morais e éticos, Freire é o antípoda, o avesso do senhor José Dirceu, que traiu os valores éticos e republicanos que sempre nortearam a esquerda. Quando falo de esquerda, refiro-me ao passado e não ao hoje consultor de negócios obscuros e até inconfessáveis do agora capitalista José Dirceu.
Exatamente pelas afirmações mentirosas que fez, José Dirceu responderá a mais um processo; por injúria, calúnia e difamação.
Raul Jungmann – Deputado Federal
Presidente do PPS de Pernambuco”