Por James Cimino
Era a época em que eu ainda tinha medo de filmes de terror. Não existia a MTV no Brasil e o único meio de ver videoclipes era o “Fantástico”. Naquele domingo de 1983 foi exibido “Thriller”, o videoclipe mais caro do mundo, que serviria para levar ao topo das paradas o álbum que seria o mais vendido da história da música.
Eu olhava para a barriga da minha mãe tentando imaginar como seria meu irmãozinho. De repente, aquela figura ambígua surgiu na tela da TV. Dançando e rebolando entre monstros e diluindo em minha cabeça as fronteiras entre o masculino e feminino. Fiquei vidrado.
Até então, para mim, homem de cabelo comprido só Jesus Cristo. Rebolado era coisa de mulher e monstros nada tinham a ver com música. Mas Michael Jackson misturou tudo isso e fez uma música de terror, um ‘thriller musical’, sei lá… Naquela noite fui dormir com minha mãe de tanto medo…
Quando, mais tarde, ele lançou “Dangerous”, meu irmão, que na época em que “Thriller” foi lançado estava na barriga, repetiu a cena que protagonizei. Ficou vidrado em frente à TV vendo “Black or White”, a música auto-indulgente de Jackson que na década de 1990 tentava justificar todo o processo de mudança de cor de sua pele, no mesmo “Fantástico”.
À medida em que eu crescia, Michael embranquecia e se tornava tão repulsivo visualmente quanto os monstros de seu sucesso mais famoso. Ao mesmo tempo em que o hedonismo premeditado de Madonna me ajudava a afirmar minha sexualidade, Michael Jackson se esmerava em se transformar em uma criatura desconstruída. Eu me afirmava e ele se negava. Não suportava ver aquilo. Me perguntava por que ele não assumia o que era?
Hoje, quando via Twitter anunciavam sua morte, fui entender. Ele, a cada plástica, estava afinal assumindo o que era: um monstro dançarino saído de um videoclipe. De certa forma, “Thriller” era o anúncio de sua fantasia. Morreu com ele um pedaço da minha infância.
Gerson, que texto hein ? td o que está escrito parece que aconteceu comigo tambem, lá em S M do Guama, nos anos 80/90. Eu me escondia na anagua de minha vó, rs, com medo do monstro que ontem partiu para a eternidade…Seja em Guam, ou em Baião, a musica pop ficou de luto…
Luto fechado, meu amigo Ed. Em tempos de muita farsa, Jacko era um gênio da música e da dança. O que dói é o desperdício de talento, a auto-destruição…
Caros, desculpem a frieza e a não concordância com suas opiniões. Pra mim, “Mico Jacko” era um pedófilo com vergonha da própria raça! Como ter pena e/ou saudade de uma monstruosidade destas?! Pra piorar, cada vez que eu ia comprar um CD dos Beatles, ficava decepcionado por saber que os quatro caras não iriam receber nada e “Jacko” iria embolsar o lucro através de tramoia jurídica. Morreu?… Tem café, me dá uma xícara.
Pegou pesado sergio! mas olha ,o cara ja havia morrido faz um tempo. era refem dele mesmo. o pop dele era f……. o resto era o lixo interno dele, que n interessa p mim.
Enfim, gostemos ou não, o cara entrou para um grupo aonde só Beatles e Elvis estão. Se tornará lenda da música, e não morrerá nunca. E ninguém mais neste mundo conseguirá vender 106 milhões de discos com apenas um algum, no caso Thriller.
Jackson andava meio esquecido, mas todo mundo sabia que ele estava lá. Agora que se foi, esperem para ver a explosão de lançamentos de novos discos e produtos com a marca dele.
Harold, concordo que peguei pesado, e peço desculpas pelas palavras. Na verdade, não desgosto da arte de Michael Jackson e até reconheço muito talento, principalmente como dançarino. Mas me interessa, sim, a questão da pedofilia. Da mesma forma que me sinto indignado quando se trata de um bandido sem notoriedade, tenho obrigação de sentir por uma celebridade, ou, até mais, pelo fato dele ser uma figura formadora de opinião. Você não concorda que muitos adolescentes, ainda em formação de caráter, fãs incondicionais, possam ser levados a serem futuros pedófilos, por imitação ao ídolo?… Vários exemplos provam que tenho razão. Então, pra ser um verdadeiro ídolo, tem que ter primeiro, responsabilidade. Um abraço.
Gerson, será que ele foi o maior artista musical de todos os tempos? Pra mim foi. Uma coisa é certa, ele foi o mais expressivo.
Maciel,
Ainda prefiro a turma do rock’n’roll (Beatles acima de todos), mas respeito o trabalho de Jacko, como inovador na mistura entre dança e música.
Gerson, infelizmente a autodestruição levou, leva e levará muitos artistas ”antes da hora”…e com ele naum poderia ser diferente….minhas bb´s vendo a noticia do falecimento nos canais de TV perguntavam : Pai ele é quem canta aquela musica dos monstros neh ? …e eu no canto da sala : é filha, é sim….desce o pano……….:-(
um musico completo . sucesso estrondoso , talento grandiosos , um resumo da vida artistica de michael jackson . só de lembrar dessas qualidades me vem na cabeça outros artistas que tinham os mesmos adjetvos e tambem morreram cedo devido as suas mazelas com a saúde, cito alguns : elvis , jime hendrix, e outros .as vezes dar raiva de curtir um artista que cuida do seu trabalho e não consegue cuidar da própria vida.apesar disso , cultuaremos para sempre o seu talento , que esse sim , nunca morrerá
Se for para julgar comportamento e nisso se basear para escolher ídolos, vamos ficar sem ídolos.
Temos que parar com essa hipocrisia.
O que importa é o que fazem (e sempre fazem bem) e não o que são.
Não vou deixar de ouvir, Stones, Led, Amy e outras coisas mais só porque eles tem fora do palco uma conduta própria.
Afinal sou fã do que escrevem, tocam, dançam, etc…, e não do que consomem.
Quem gosta de música e dança certamente está lametando essa perda.
Concordo, Acácio. Ídolos são imperfeitos, como qualquer ser humano. Para evitar dores maiores, melhor concentrar atenção nas obras que produziram.
É verdade Gerson, o Michael talvez tenha sido vítima de um pai obtuso e tenha convivido com situações adversas que só ele mesmo poderia explicar. não cabe aqui julgá-lo sem conhecimento de causa.