Jamari França destaca em seu blog dois episódios deliciosos da biografia de Bill Graham (na foto acima, de blusa preta, ao lado de Mick Jagger) sobre sua vida dentro e fora do rock, que já mencionei aqui há algumas semanas e que, de fato, é um puta livro – para quem gosta de rock, óbvio.
Bill também ficou pau da vida com a insistência dos Stones em promover o Festival de Altamont, que foi um desastre com um espectador assassinado pelos Hell’s Angels, encarregados da segurança a convite dos Stones, e que também meteram a porrada em muita gente. Bill desabafou à Rolling Stone: “Gostaria de oferecer ao Sr. Jagger 50 mil dólares para ir comigo a programas de rádio e TV sem estar drogado, sem se esquivar, para conversar durante uma hora. Perguntaria que direito ele tinha de ir em frente com o festival gratuito e de ir embora agradecendo pela maravilhosa experiência e pela ajuda dos Angels? Agora ele deve estar em sua casa de campo na Inglaterra, mas e o que deixou para trás nesse país? Ele se atrasou em todos os malditos shows, prejudicou produtores e o público. Que direito tem essa divindade de descer até esse país desta maneira e e ir embora com um milhão e duzentos mil dólares no bolso? É com prazer que digo ao público que Mick Jagger não é Deus Junior. Mas sabem qual é a pior tragédia dessa história toda? É que este filho da puta é um excelente artista,” xinga Graham.
Graham achava uma bosta solos de bateria de várias bandas, especialmente do Ten Years After, que ia tocar no Fillmore. Daí resolveu botar um baterista de verdade para dar uma lição no cara. Ele botou o baterista de jazz Buddy Rich antes do Ten Years After. Ele odiava rock: “Esses bateristas de rock não conseguem nem segurar meu pau direito quanto mais uma baqueta,” esbravejou Rich. A platéia gritava o nome do Ten Years After, mas o Bill pôs o Buddy Rich no palco na marra.
Quando o show acabou, o povo gritava o nome de Buddy Rich. Bill chegou para o baterista do Ten Years After Ric Lee e lhe disse: “Cara, mal posso esperar o teu solo de hoje.”
Naquela noite Ric não fez solo de bateria.
Gerson,
Ainda não li o livro – inclusive pedi referências suas sobre ele -, mas estes episódios dão uma pequena demonstração da perspicácia de Graham na condução do rock e dos negócios que ele movimentava, e na percepção que o mesmo tinha do rock enquanto música e expressão artística.
E estava coberto de razão ao defenestrar solos de bateria… mas o Ten Years After é uma bandaça!
Abraços!
O livro vale a pena, como já lhe recomendei. E sobre o Ten Years After era interessante e tinha aquele guitarrista velocíssimo, o Alvin Lee.