Do Folhaonline:
O São Paulo precisa só de uma vitória por 1 a 0 contra o Cruzeiro na partida de volta das quartas de final da Libertadores, em seus domínios, para chegar à semifinal do torneio. Mas o revés diante do adversário mineiro, quarta-feira, provocou estragos no Morumbi.
O desembarque da equipe ontem, em Congonhas, evidenciou os problemas no grupo. Entre eles, o descontentamento de Borges com Muricy Ramalho, a tensão no elenco pela sequência de maus resultados e a espécie de ultimato do presidente, Juvenal Juvêncio, para quem o time precisa reagir logo no Campeonato Brasileiro.
Cercados pelos jornalistas, Borges voltou a acuar Muricy. “Não tenho que repensar nada. Fui artilheiro do time nas duas últimas temporadas. Sou artilheiro da equipe na Libertadores, com cinco gols em cinco jogos. Agora, não adianta nada falar que você é artilheiro, que é decisivo e tirar. Mas quem tem que explicar isso [a barração contra o Cruzeiro] não sou eu. Quero ir logo para casa descansar e conversar com minha família”, comentou o jogador, que só entrou contra o Cruzeiro no segundo tempo do jogo.
A declaração de Borges respingou em Juvenal Juvêncio, que esteve em Minas com a delegação. “Não ouvi a entrevista dele [Borges], mas sei que ele falou [com a imprensa]. É um assunto bem espinhoso. Nós vamos conversar”, comentou o dirigente são-paulino.
Outro ponto nervoso é o relacionamento desgastado que o técnico Muricy Ramalho tem com parte da diretoria. Bancado exclusivamente por Juvenal Juvêncio, o comandante ouviu até mesmo o mandatário são-paulino reclamar do desempenho da equipe nesta temporada em entrevista concedida no CT da Barra Funda na última terça-feira, antes da derrota para o Cruzeiro no Mineirão.
“O São Paulo ainda não me agradou em 2009. Tem um elenco forte e competitivo, mostrou eficácia no clássico contra o Palmeiras – no último domingo – e espero que essa eficiência se acentue”, comentou, então, o dirigente.
Outra contestação no clube é a performance dos reforços pedidos por Muricy. Dos três jogadores que vieram do Fluminense, só Washington é titular absoluto. E, mesmo assim, tem revezado boas e más atuações. Arouca e Júnior César são apenas opções. Outra cara nova (Wagner Diniz, ex-Vasco) chegou a ser oferecido como moeda de troca na negociação com o santista Fabiano Eller, que não se concretizou.
Gerson, acho que a fórmula do São Paulo (algo que um amigo meu chama, talvez com muita propriedade, de “futebol robótico) já está manjada pelo adversários. E o pior é que o sistema de jogo implantado por Muricy fez escola ( do qual o Corinthians é seu mais destacado discípulo), e é cantado em verso e prosa.
Abraços!
Daniel,
Sempre vi no esquema usado pelo Muricy o pior da velha escola européia, o chamado samba de uma nota só: jogo bruto, até violento, e bolas altas para o cabeceio. O padrão é tão monótono que o S. Paulo é tricampeão brasileiro, mas desafio alguém que recorde de uma grande jogada do time nesse período.
Apesar de não gostar de falar nos bambis, acho que o São Paulo, como sempre, contratou bem. Os quatro que vc citou foram destaques em suas posições no Brasileiro do ano passado. Para as únicas posições carentes do time vieram o Wágner Diniz que só perdeu pro Vítor do Goiás e o Júnio Cezar foi muito bem na esquerda do Flu. Acontece que o Muricy não botou os caras pra jogar, aí fica dificil ganhar segurança e deslanchar. Mesmo assim, acho q o Borges tem que treinar e ganhar a vaga no campo de jogo.
Maciel,
O problema é que o esquema engessou, ficou repetitivo e previsível. Por isso, já não funciona com a mesma eficácia de antes.