Só para não esquecer de marcar na folhinha (se é que elas ainda existem), como fazia todo santo dia meu saudoso pai-avô Juca lá em Baião: no próxima dia 31, a essa altura do pagode, já saberemos quem levou a melhor na escolha das 12 sub-sedes da Copa do Mundo de 2014. O noticiário mais atualizado indica que, para aumentar a nossa cuíra, a Fifa já bateu o martelo quanto a 11 cidades. Só falta escolher a sede amazônica. Manaus e Belém ali, pau a pau (epa!), disputando a primazia.
Ricardo Teixeira e um monte de gente, incluindo senadores paraenses, torcem por Manaus. Teixeira, obviamente, não precisa explicar a sua preferência. Mas nossos parlamentares incorrem em equívoco monstruoso ao tratar a candidatura de Belém como querela político-partidária.
Muito mais coisa além da politicagem está em jogo nessa disputa. Da decisão da Fifa, que virá lá das Bahamas, vai emergir a verdadeira capital da Amazônia. É bom que todos tenham consciência disso, porque depois não adiantará sacar o lencinho do bolso.
Por sorte, além de seus méritos óbvios, Belém dispõe de eleitores e “torcedores” igualmente poderosos. Está com a candidatura, desde a primeira hora, o presidente Lula, o maior de todos os eleitores. Nas últimas semanas, o presidente da Vale, Roger Agnelli, também se manifestou favoravelmente. Nem é preciso lembrar que a Fifa não contraria governos, nem briga com patrocinadores.
Quem acompanha a história das Copas sabe que o que realmente conta é o acervo de benefícios destinados à cidade. Depois que o circo boleiro passa, as benesses ficam para usufruto da população, na forma de serviços mais azeitados – transporte, hospitais, comunicações e hotelaria.
Foi o que aconteceu com todas as cidades que sediaram partidas da Copa desde que o futebol ingressou na era dos mega-negócios, ali por volta de 1974, na Copa da Alemanha, em que pontificaram ases do nível de Franz Beckenbauer, Johan Cruyff, Sepp Maier, Gerd Müller e Paul Breitner.
O volume de dinheiro despejado no evento por patrocinadores e governos torna a Copa do Mundo ainda mais sedutora pelas conseqüências que traz. O negócio é tão atraente que a África do Sul, mesmo aos trancos e barrancos, vai sediar a sua Copa, por puro capricho de Blatter.
Vai dar um tremendo prejuízo, estimam consultorias respeitadas, mas isso não importa ao cacique suíço da Fifa. E deve importar menos ainda às cidades escolhidas, que já desfrutam dos benefícios e melhoramentos.
Com a Copa, Belém vai experimentar um salto de qualidade de vida e evolução urbana como nunca se viu. Só os descerebrados não percebem – ou fingem não perceber. É provável que não ofereça jogos memoráveis (talvez Croácia, Austrália e algum país africano sejam escalados para jogar aqui), mas isso é o que menos importa. A herança positiva é que conta.
Em tempo: Jader Barbalho, que foi o primeiro a tocar no assunto, logo depois da escolha do Brasil como país-sede, e Asdrúbal Bentes foram os políticos paraenses que se manifestaram aberta e publicamente em defesa da sub-sede da Copa em Belém.
(Coluna publicada no caderno Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 26/05)
Gerson,
realmente a Copa de 2014 em Belém seria algo extraordinário para nossa capital. Ao longo dos meus trinta anos já presenciei poucos ganhos e muitas perdas na cidade, principalmente por causa de brigas políticas. Esse mal chamado interesse político deixou Belém estagnada enquanto cidades do mesmo porte evoluiram (como Fortaleza) e outras menores cresceram e ganharam muito destaque (como Manaus). Grandes obras em Belém já deixaram de sair do papel ou não foram tocadas por causa do interesse político e o único que sofre é o verdadeiro interessado: o povo que vota mas não exige.
Se perdermos a oportunidade de ver Belém cada vez maior e melhor será um dano difícil de consertar. E o povo deve cobrar ferozmente nas próximas eleições daqueles que deixaram de apoiar. Mas para isso será preciso o povo se espertar, se interessar e participar mais, ler mais, estudar mais ou tudo continuará do mesmo jeito.
Que venha a Copa de 2014! Vai ser melhor para todos, até para os políticos.
Jader Barbalho??? putz se a copa nao chegar em Belem a cozinha mais feliz sera a dele.
Harold,
A informação que publiquei na coluna é baseada em um fato: a defesa que ele fez desde o primeiro momento. Foi o primeiro a levantar a bola e quem levou ao presidente Lula a ideia da candidatura de Belém. Há matérias do DIÁRIO (no On-Line, inclusive) que confirmam isso. Prefiro não analisar hipóteses nesse campo. Mas está claro que determinados setores têm sido até enfáticos em demonstrar que estão torcendo contra a ideia.
O Roger Agnelli da vale demorou tudo isso para se manifestar a favor da gente e pq??? puro desinteresse da vale que alias sempre fujiu da Capital, o interesse real da vale e’ ver o estado repartido.
O belemita tem muito disso, costuma fazer barulho na hora que o defunto baixa, ai e’ tarde……
se a Copa realmente chegar em Belem quem vai pagar a conta sera’ o contribuinte, disso todos terao que estar concientes.
Gerson eu acho que nesse processo todo de de um evento como a Copa do Mundo, os politicos devem atuar por tras das cortinas sem querer dividendos no futuro, tem que trabalhar pelos anseios de quem em si vota. por isso questiono a participacao do Sr Jader Barbalho. Aproveitou o momento para sair na foto e depois sumiu?? nao somente ele mas como tanto outros.
Harold,
Pelo que eu sei, Jader continua atuando forte em favor da candidatura, longe dos holofotes, que é onde (de fato) essa questão se decide. Duro mesmo foi o papel dos que não apenas se omitiram e silenciaram, mas torceram abertamente contra, como o nosso sensacional trio de senadores, meu amigo.
caro Gerson,
vc e tantos outros da midia Paraense ao que parece nao foram convidados para participar nos trabalhos do grupo que preparou a candidatura da Copa. Um grande erro com a imprensa Paraense e automaticamente deixaram de lado o principal de fora, que e’ o Povo.
Se a candidatura virou “farelo” a gente ainda nao sabe, mas as noticias em Belem sao dadas com um ar nada euforico.
E se isso acontecer nao sera o fim do mundo, pq Gerson de uma coisa vc ha de concordar comigo para a Amazonia virao que Equipes “GRANDES”???? nenhuma!
Uma grande Chance de aprender a usar o titulo e os esportistas terao na mao a oportunidade de tirar o Sr. Coronel da FPF (Fed. Paraense de fuleiras)
Quanto ao aspecto técnico, sabemos que dificilmente a sede amazônica terá equipes de primeira linha. Importante mesmo são os benefícios para a cidade, na forma de investimentos em estrutura urbana (transporte, hospitais, comunicação, hotelaria etc.).