Atuação ruim, resultado perfeito

Ninguém, em sã consciência, gostou da atuação do Paissandu. Nem mesmo os jogadores, que reconheceram as incríveis dificuldades criadas pelo próprio time diante do modesto Sampaio Corrêa, que ainda veio com quatro desfalques e lançando jogadores que mal treinaram. O técnico Edson Gaúcho chegou a pedir desculpas ao torcedor pela má exibição.

Por todos esses problemas, nas circunstâncias, o resultado foi excelente. O time abusou da sorte, permitiu uma pressão inesperada do Sampaio ainda no primeiro tempo e escapou de sofrer o gol de empate e até uma virada.

A ausência de Dadá no setor de marcação não pode ser usada como justificativa para a lentidão na saída de bola e o excesso de passes errados em todos os setores. Houve, de fato, perda no combate à frente da zaga, mas até Vélber andou tropeçando na bola e travando o jogo em demasia. E quando o principal articulador vai mal, o time paga um preço alto demais.

Zeziel, que encantou o torcedor nas finais do campeonato, também não reeditou os bons momentos. Rossini foi o Rossini condutor de bola e que retarda os avanços do time insistindo em cair a todo instante.

O gol de Zé Carlos logo aos 50 segundos pode ter sido a causa do relaxamento no primeiro tempo. Outra razão talvez esteja no condicionamento físico dos atletas, que pareciam excessivamente travados, situação que tem a ver com a chegada de um novo preparador físico.

Na defesa, as falhas gritantes não constituíram novidade, pois no campeonato estadual a dupla Roni e Luciano já criava situações perigosas. Foi com certa facilidade que Leandro Gonçalves, Almir e Jean Carlos criaram uma sucessão de jogadas de alto risco para a zaga do Paissandu, nos dois tempos, deixando às vezes a impressão de que o Sampaio era o time mais entrosado em campo. 

Na etapa final, Edson Gaúcho trocou Vélber por Balão, mas a falta de criatividade do Paissandu persistiu. O time voltou a ter muitas dificuldades na saída para o ataque e chegou a ser envolvido em diversos momentos. Definitivamente, não foi nem sombra do Paissandu que atropelou o S. Raimundo nas finais do Parazão.

Mas, apesar da frustração, venceu. Melhor ainda: só volta a jogar daqui a 21 dias (no domingo, 14), contra o Rio Branco, o mais fraco da chave. Tempo suficiente para corrigir erros e retomar o pique do Parazão.

 

Em Parauapebas, o Águia fez o dever de casa e bateu o Rio Branco por 1 a 0, com gol de Bruno Rangel, escorando um cruzamento de Soares. Além do bom resultado, a boa notícia é que a equipe não sentiu as modificações e dominou amplamente a partida, só falhando nas finalizações.

 

Opinião do Matheus Lima: “Essa Série C tem tudo para ser simples, fácil e rápida (10 jogos para o acesso; 16 para o título). Porém, se jogar o restante do campeonato como jogou hoje, o principal adversário do Paissandu será o próprio Paissandu. Não temos lateral-direito – Alex Sandro é apenas presepeiro. Precisamos de um volante nas ausências de Dadá e Mael. Tirando o Vélber, não temos armadores. Com isso, uns três ou quatro reforços são indispensáveis”.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 25/05)

4 comentários em “Atuação ruim, resultado perfeito

  1. Gerson, não vi essa oportunidade para o Sampaio Corrêa virar o jogo como vc opinou em seu artigo. De mais perigoso foi aquela bola na trave no primeiro tempo e nada mais. Tudo bem que ele foram aguerridos, mas o ataque deles foi daqueles que ciscam, ciscam e nada conseguem, tanto que o Córdova não fez nenhuma grande defesa que justificasse essa tal supremacia dos maranhenses no placar.

    1. Diogo,
      Talvez até não virasse, mas, convenhamos, para um time desmantelado, com desfalques e quatro estreantes, eles deram um sufoco danado. Bola na trave no primeiro tempo e um gol feito perdido no segundo. Não seria absurdo nenhum se aquelas bolas entrassem. Não fui apenas eu que vi o time jogar mal, essa avaliação é quase unânime. Até o Edson Gaúcho reconheceu isso e quase todos os jogadores também.

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