A saga dos rechonchudos

Um breve levantamento sobre os gordinhos que resolvem a parada no futebol. De Puskas a Ronaldo, todos foram ídolos e extremamente eficientes na grande área. Quem duvidou acabou se dando mal.

Ferenc Puskas

“Olha aquele gordinho. Vamos destruí-lo.” Esta frase é atribuída a um jogador inglês não identificado antes da partida contra a Hungria, em 1953, em Wembley. O tal gordinho marcou dois gols na vitória dos visitantes por 6 a 2, a primeira derrota da seleção inglesa no estádio londrino. Puskas, um dos melhores jogadores da história do futebol, sempre enfrentou problemas com o peso durante sua carreira. Porém, mesmo com vários quilos a mais, não teve dificuldades para brilhar com as camisas de Hungria, Honved e Real Madrid. Ao ser contratado pelo clube espanhol, Puskas chegou com 18 quilos a mais em relação a seu peso ideal. Isso não impediu o presidente do Real, Santiago Bernabeu, de fechar contrato com o craque, que conquistou três Copas dos Campeões e cinco campeonatos espanhóis em Madri.

Coutinho

Terceiro maior artilheiro da história do Santos (atrás de Pelé e Pepe), Coutinho sofria para se manter em paz com a balança. O atacante, eternizado por ser muito técnico e por fazer excelente dupla com Pelé, tinha facilidade de engordar, mas driblava os problemas com o peso explorando seus dribles e sua boa colocação na área. Seus quilos a mais não o impediram de brilhar na Copa do Mundo de 1962.

Diego Maradona

Atarracado e gordinho, o craque argentino conseguiu ser o destaque da Copa do Mundo de 1986 mesmo longe de se destacar pela forma física. Maradona compensava tudo com alta técnica. No final da carreira, passou por problemas ainda mais sérios para manter o físico, a maioria deles causada por seu envolvimento com as drogas. Isso afetou o rendimento do craque em campo, especialmente em seu retorno ao Boca Juniors, em 1997. Depois de aposentado, assustou o mundo do futebol com seu peso excessivo. Conseguiu retomar parte da forma após cirurgia para redução de estômago.

Paul Gascoigne

O polêmico jogador inglês jamais se preocupou com sua forma física. Sua paixão pelo álcool somente contribuiu para que sua forma física ficasse ainda pior. De qualquer maneira, foi um dos principais atletas britânicos do início dos anos 90, sendo, inclusive, titular da Inglaterra na Copa da Itália.

Neto

O ídolo corintiano gosta de se definir como “um boleiro, e não um atleta”. Em sua passagem pelo Palmeiras, em 1989, foi barrado por Emerson Leão por sua forma física. Seus quilos a mais, porém, não o impediram de ser o destaque do Corinthians campeão brasileiro em 1990. Seus gols (especialmente em cobranças de falta) decidiram o torneio para o time paulista.

Salvador Cabañas

Flamengo, Santos e Seleção Brasileira sentiram o peso que o roliço Cabañas pode ter no ataque. Em 2008, o atacante paraguaio foi decisivo contra as três equipes. Jogando a Libertadores da América pelo América do México, fez dois gols nos cariocas e outros dois nos paulistas, sendo decisivo para a eliminação de ambos. Depois, contra o Brasil, fez um dos gols da vitória paraguaia por 2 a 0 nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010.

2 comentários em “A saga dos rechonchudos

  1. O engraçado é que os ditos “gordinhos”, em tese, não sobreviveriam num futebol como o atual, cada vez mais dependente dos excelentes desempenhos no aspecto físico dos jogadores. Embora tais desempenhos sejam ingredientes importantes para conceituarmos os jogadores de futebol e, assim, separarmos o “joio do trigo” (diferenciarmos os bons dos ruins, os “pernas-de-pau” dos razoáveis, os craques dos medianos), os exemplos citados acima depõem a favor do talento. Afinal, no futebol craques são craques, o resto são meros atletas… ou não.

Deixe uma resposta