POR GERSON NOGUEIRA

Por força da insanidade de uma facção de torcedores, que invadiu o campo da Curuzu durante o jogo com o Ituano pela Série C 2021, o PSC será obrigado a estrear fora de seu estádio no campeonato deste ano. A punição é por dois jogos, fato que representa um prejuízo técnico e financeiro considerável. Curiosamente, quase ninguém comenta o absurdo da situação, a repetição de outras punições do gênero.
Será que ninguém aprende com os erros? Ou será apenas o reflexo da cultura que dirigentes semeiam com atos de hostilidade contra visitantes? Sim, o manto de impunidade que o clube dá ao chefe de segurança que agrediu à vista de todos dois diretores (incluindo uma mulher) do clube rival na final do Parazão soa como aplauso silencioso à ira dos insanos que invadiram o campo para surrar jogadores do próprio time.
Como não há outro remédio, o primeiro mando perdido será cumprido hoje. A partida com o Atlético Cearense será realizada na Arena do Município Verde, em Paragominas. Menos mal que o PSC sempre tem conseguido resultados positivos quando utiliza o estádio para cumprir punições.
O time deve ter novidade no setor defensivo. Lucas (foto) substitui a Marcão e fará dupla com Genilson na zaga, disparadamente o setor mais vulnerável (e criticado) nas etapas decisivas do Estadual. A chegada de três novos zagueiros – Lucas, Douglas e Bruno Leonardo – atende ao apelo do técnico Márcio Fernandes e deve sanar o excesso de gols sofridos.
Do meio para frente, a carência mais sentida é a de Ricardinho, volante/meia que centralizava as ações e organizava o time. Lesionado, ele está fora da disputa da Série C. Para substituí-lo, Márcio pode escalar José Aldo e Serginho, juntos, como na semifinal com o Águia de Marabá.
Tem ainda a opção de Marlon, que faz bem a recomposição e gosta de aprofundar o jogo pela esquerda. No ataque, Marcelo Toscano deve ser o homem de referência, tendo Robinho (ou Dioguinho) como parceiro.
Pelo que mostrou na final diante do Remo, reagindo positivamente a uma situação adversa, o Papão é bastante favorito diante do Atlético.
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 21h, na RBATV, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, os resultados de PSC e Remo na Série C e de Tuna e Castanhal na Série D. A edição é de Lourdes Cézar.
Remo quase perdeu Curuá por teimosia de técnicos
Deu trabalho, mas o Remo finalmente fechou um acordo com o Tapajós e negociou com Paulinho Curuá sua permanência no clube até o fim do ano. O caso é emblemático da gestão descuidada dos clubes em relação a bons jogadores colocados de escanteio por técnicos teimosos.
Contratado após o Parazão 2021, o volante não teve oportunidades com Paulo Bonamigo e Felipe Conceição na campanha da Série B. Foi reserva de jogadores inferiores tecnicamente. Quando entrava, era sempre em final de jogo, com placar definido e sem tempo para mostrar serviço.
Teve ligeira chance na Copa Verde com Eduardo Baptista, mas logo caiu no esquecimento de novo com a volta de Bonamigo. Só viria a ser escalado como titular na segunda partida da semifinal do Parazão contra a Tuna, após uma partida desastrosa de Pingo no jogo de ida.
Ficou sempre a impressão de que, independentemente das qualidades do jogador como volante, não havia interesse em aproveitá-lo ou pelo menos testar para ver como se conduzia em campo.
A partir das boas atuações contra o PSC na decisão, entrosado com Uchoa, ficou difícil sacá-lo do time. E aí começou um outro drama. O contrato terminava ao final do Parazão. Como a titularidade e o desempenho satisfatório valorizaram o jogador, o Remo precisou negociar.
Para contar com ele até o fim da temporada, o Remo aceitou pagar uma compensação financeira ao Tapajós e reajustou o salário de Curuá. Com isso, ficou também com 50% dos direitos federativos do volante.
Fica a lição. Desde o ano passado, o volante já merecia estar entre os titulares. Foi preterido por Felipe Conceição, que apostava todas as fichas em Artur. Em má fase e fora de posição, o ex-tunante só foi substituído nas rodadas finais da campanha, mas Curuá seguiu na suplência.
Técnicos devem ter autonomia e opções de escolha, mas não são perfeitos e devem ser questionados quando afrontam a lógica e o bom senso.
Em defesa de um futebol sem opressões
Os movimentos Remo Antifascista e Frente 1914/Paysandu Antifascista, com apoio da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA, convidam pessoas e instituições ligadas ao futebol para o evento de lançamento do projeto “Virando o jogo: diálogos por um futebol sem opressões”, no próximo dia 27 de abril, às 19h, no Anfiteatro do Memorial dos Povos.
Na ocasião, será apresentada a carta-compromisso “pelo futebol democrático e sem opressões”, para que as pessoas e instituições interessadas possam assinar.
(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 17)
Se o Remo almeja a série B, deverá fazer uma análise profunda desta equipe, está análise também vale para a pretensão de permanecer na série C, pois sem um meio-campo criativo não vai adiantar ter vários atacantes no plantel.
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Resumiu bem a questão, amigo Bira. Lentidão excessiva e erros na criação de jogadas atrapalharam a equipe ontem
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