
A conselheira do Clube do Remo, Valeny Silva, denunciou o chefe da segurança bicolor, Luciano Mendes, por agressão após o Re-Pa da final do Parazão, na Curuzu. Ela revelou ao DOL que estava com a delegação remista no estádio, atuando na logística de segurança e que, depois da partida, um atleta do PSC foi para cima de um dos jogadores do Remo e ela tentou acalmar a situação apenas conversando. Na sequência, parte do banco de reservas do Papão veio em direção ao tumulto e começou um “empurra-empurra”.
“No meio da confusão, vejo o diretor Marcelo (do Remo) sendo agredido covardemente. Depois do que ocorreu, corro em direção ao chefe de segurança para saber o que houve. Antes de chegar, ele (Luciano Mendes) falou ‘Não vem, não’. E, por cima do ombro de um dos jogadores, ele me desfere um soco. Eu caio no chão na frente de todos e da imprensa”, relembra Valeny.
A diretora remista informou que este não foi o primeiro episódio envolvendo Luciano Mendes, pois ameaças já teriam sido feitas e registradas em ata de reunião sobre a segurança do clássico. “Ele já havia sido hostil com a equipe de comunicação e marketing no último Re-Pa, na Curuzu. Ele ameaçou e intimidou funcionários, mas nunca aconteceu de ir para o lado da agressão física. Tudo isso está registrado em ata”, declara. As imagens da agressão estão na internet.
Eleita conselheira nas últimas eleições do Remo, Valeny diz que vai lutar até o fim e recebeu o apoio e solidariedade de vários torcedores, inclusive do rival. “Independente de clube, eu falo isso, eu vi manifestação de vários outros clubes, inclusive do rival, torcedores repudiando o que tinha acontecido. Eu sou conselheira do Clube do Remo, fui a quinta mais votada dentro dos conselheiros eleitos e como eu disse no dia em que fui eleita não é uma briga que é só minha. Ser mulher no futebol é muito difícil e não é só por mim, não é só pela minha agressão. Que isso não se repita em nenhuma praça esportiva, em nenhum local”, disse.
Acrescenta que a luta contra a violência nos estádios deve ser de todos: “Não adianta clube nenhum fazer movimento em favor das mulheres, como aconteceu mês passado, e agora não ter nenhuma nota de repúdio contra o ato que ocorreu dentro do estádio deles. Não adianta levantar bandeira para engajar e na prática não ter nenhuma atitude que resolva tão covardia que aconteceu dentro de suas dependências. Então, eu vou até o fim para que seja feita justiça para mim e para todos que já passaram ou passam por essa situação, e que não volte a se repetir”.
PSC EMITE NOTA
A Diretoria da Mulher do PSC emitiu nota ontem condenando a violência “contra qualquer pessoa”. Afirma que o clube está empenhado em “esclarecer tudo” e que “todos têm o direito a ampla defesa e contraditório”.
“Nem uma diretoria do clube apoia qualquer ato de violência seja contra uma mulher ou qualquer pessoa. Inclusive o nosso Presidente está muito focado em esclarecer tudo. Este tema é conteúdo a ser apurado pela Diretoria de Segurança e já fui informada que esta diretoria não está medindo esforços em buscar o que, realmente, ocorreu, até porque, dentro de uma perspectiva legal, todos têm o direito a ampla defesa e contraditório. Certamente nos próximos dias, esta apuração será apresentada a todos.”
O futebol brasileiro está virando piada. E de mau gosto. No desenrolar dos jogos, marmanjos levam empurrões e caem rolando no chão e fazendo caretas horropilantes como se tivessem fraturado algum osso e este tivesse ficado exposto. Imaginem se um desses marmanjos tivesse recebido a cabeçada que um técnico de futebol desferiu recentemente no rosto de uma auxiliar de arbitragem. A moça apenas recuou um pouco a cabeça com impacto e se manteve de pé. Isso não tira o impacto e a gravidade do crime. Essa e outras agressões devem ser condenadas e punidas com rigor.