
POR GERSON NOGUEIRA
A decisão do Parazão começa hoje à tarde, no estádio Jornalista Edgar Proença, e o Remo tem bons motivos para não subestimar a importância do primeiro duelo. Em 2012, decidindo o título com o Cametá, os azulinos foram derrotados na primeira partida por 2 a 1 e empataram a segunda, deixando escapar o título nos minutos finais.
A lembrança daquele desfecho de campeonato pode não estar na cabeça do técnico e dos jogadores atuais, nenhum deles atuando naquela competição, mas certamente está bem viva na memória da torcida.
Significa, basicamente, que o Remo não pode se permitir uma atuação hesitante ou cautelosa em excesso no confronto deste domingo. A escalação desenhada na sexta-feira indica que o técnico Márcio Fernandes não muda o sistema de jogo, mas certamente vai modificar o ataque.
A mudança tem a ver com o baixo rendimento do setor ofensivo no jogo contra o Bragantino, domingo passado. Apesar de boa movimentação no primeiro tempo, quando Djalma e Douglas Packer faziam a transição inicial para as jogadas de ataque, o time não se encontrou na etapa final e esteve a pique de ser derrotado no Mangueirão.
Com a contusão sofrida por Edno e o pífio rendimento de Mário Sérgio contra o Bragantino, domingo passado, o caminho ficou aberto para o aproveitamento de Emerson Carioca, atacante de melhor retrospecto no campeonato, com dois gols, duas assistências e um pênalti sofrido no jogo contra o Paragominas.
Isso tudo sem ser escalado como titular em nenhum dos 12 jogos do Remo na competição, o que só valoriza a sua produção. O fato é que Emerson aproveitou ao máximo as oportunidades que teve. Apontado como fora de forma por alguns, ele é o atacante remista de melhor presença na área entre todos que participaram da competição.
Emerson e seus companheiros terão a missão de desbravar a forte defesa do Independente, centrada na experiência de Charles e na segurança de Dedé, que é também um exímio cabeceador. Contra o PSC, nas semifinais, sua participação ofensiva foi determinante para a classificação do Galo Elétrico.
Outra figura que merece atenção é o meia Fazendinha, principal articulador do time de Charles Guerreiro. Ele não disputou as semifinais dentro de condições ideais, mas se recuperou e é uma das peças fundamentais do desenho de jogo do Galo Elétrico.
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Bola na Torre
Giuseppe Tommaso apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV. Participação de Rui Guimarães na bancada de debates, ao lado deste escriba de Baião.
Em pauta, os gols e análises sobre os jogos do Parazão e a Copa do Brasil.
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Tubarão precisa saber receber o torcedor
O amigo desportista e jornalista Paulo Bemerguy observou em seu concorrido blog Espaço Aberto, na quinta-feira, a saia-justa proporcionada pela diretoria do Bragantino aos seus torcedores na partida contra a Aparecidense, pela Copa do Brasil.
Apesar de vitorioso e classificado à próxima etapa da competição, com uma bela soma conquista, o clube agiu como se esperasse apenas 600 testemunhas para o jogo no Mangueirão.
Aí apareceram mais de 6 mil. Sem estrutura para atender tantas pessoas, criou-se uma balbúrdia infernal em torno das bilheterias do estádio. Até o policiamento era mínimo.
Muita gente foi ao Mangueirão torcer pelo Tubarão e chegou 15 minutos antes, mas só conseguiu entrar por volta de 20h, tamanha era a lentidão nas filas para compra de ingresso.
Turbinado pelos R$ 2,6 milhões arrecadados, até aqui, o Bragantino tem chances de ir em frente na Copa do Brasil. Terá pela frente, na próxima semana, o Vila Nova-GO.
Deve, desde já, se preparar para atender a torcida de Belém que certamente vai comparecer para incentivar o time. É hora de pensar grande.
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A sina da Estrela Solitária na Copa BR
O Botafogo de Zé Ricardo foi eliminado da Copa do Brasil, ontem à noite, pelo Juventude, de Marquinho Santos, exibindo a falta de combatividade típica de times sem fibra e comprometimento. Fez um gol, teve dois jogadores expulsos, permitiu o empate num lance bobo, levou a virada após ter a bola nos pés e depois saiu reclamando da arbitragem, quando deveria olhar para seus próprios erros e se envergonhar.
Zé Ricardo foi despachado na sexta-feira, mas o prejuízo fica. O clube, que planejava arrecadar pelo menos R$ 4 milhões na Copa do Brasil, sai de mãos abanando, eliminado por um oponente que não integra a confraria de primeira linha do futebol brasileiro.
Uma linhagem de dirigentes neófitos e até ingênuos, em certos aspectos, está levando o Botafogo à ruína. São senhores bem intencionados, com boa projeção na sociedade e em suas atividades, mas que não entendem patavina do que é o negócio chamado futebol. A Série B é logo ali.
(Coluna publicada no Bola deste domingo, 14)