O começo da reação?

POR GERSON NOGUEIRA

A boa notícia é que o Papão mudou de cara. Melhorou. Não apenas por quebrar a sequência negativa na Série B, mas pela disposição do time em buscar a vitória a qualquer custo. O time não fez um partidaço, mas é inegável que passou a ter um novo comportamento frente à competição.

e751dbcb-0579-4745-87d7-2a4d3c3ff889Segunda Divisão exige entrega, sacrifícios e muita superação. Todas essas virtudes estiveram presentes na partida de anteontem na Curuzu. Até mesmo para quem não botava fé em jogadores como Rafael Costa, a noite reservou uma agradável surpresa.

O meia exibiu um desembaraço que só tinha sido visível em sua estreia, contra o Ceará, na primeira rodada. Não se pode dizer o mesmo de Alexandro, de novo inseguro e pouco eficiente para um centroavante.

Por outro lado, Jonathan, Leandro Cearense e Ilaílson (coincidentemente, três ex-remistas) repetiram o que já se sabia sobre eles. Jogaram com extremo afinco, dedicação e obstinada busca pela vitória.

Cearense foi mais efetivo nos deslocamentos junto à zaga catarinense, abrindo espaços preciosos para os jogadores que vinham de trás. Uma maneira inteligente e moderna de jogar sem a bola.

A Jonathan coube a honra do gol que garantiu a segunda vitória alviceleste no campeonato e que tira a equipe da zona da degola. Apesar do impedimento não assinalado, a jogada foi perfeita na origem e na execução. Cá pra nós, seria um tremendo pecado anular um gol tão bem construído.

Sobre o trabalho de Gilmar Dal Pozzo, o primeiro jogo é insuficiente para que se faça uma avaliação. Ficou, porém, a impressão de que o time terá maior aproximação entre os setores e irá ser muito mais brigador (na bola, é claro) e intenso.

Alguns problemas persistem e exigem rápida correção. A saída para o ataque ainda é excessivamente lenta, facilitando a recomposição do lado adversário. Falta ampliar o repertório do ataque – a jogada preferencial ainda é a tentativa repetitiva de cruzar bolas sobre a área. E há um perigoso buraco em frente à zaga, que ajuda as ações inimigas e desestabiliza o setor defensivo.

Bom observador, Dal Pozzo certamente anotou estes (e outros) pontos para providências. Mas, sem dúvida, já foi um bom começo de gestão.

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Seleção já sob novo comando

Caso a escolha do técnico da Seleção Brasileira fosse pelo voto direto, como mandam as boas regras democráticas – embora isto não valha muito para o atual momento brasileiro -, meu candidato seria Cuca.

Por motivos bem claros: é inventivo, inovador e assumidamente ofensivo. Seus times não jogam para empatar e há o fato fundamental de haver treinado (e bem) o Botafogo, o que é prova insofismável de bom gosto.

Tite, o escolhido pela CBF, é um técnico de perfil mais conservador. É da mesma linhagem de Felipão, embora mais articulado e dado a pesquisas no dicionário para dar entrevistas. Lembra também o estilo pragmático de Muricy Ramalho, embora seja mais criativo na armação de seus times.

Teatral, adora uma pausa dramática em meio à discurseira explicativa pós-jogo. Um chato, em resumo, mas bem educado, exatamente o oposto de Dunga, o irascível comandante recém-apeado.

Tite chega credenciado por resultados expressivos no Corinthians, incluindo aquele incrível título mundial sobre o Chelsea, depois de resistir a um bombardeio do ataque britânico ao longo de quase toda a partida. Mostrou naquele dia o quanto pode ser eficiente em armar retrancas.

Por tudo isso, receio que a Seleção de Tite venha a ter profunda identificação conceitual com a de Zagallo, Felipão e Dunga.

A conferir.

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Direto do Face

“Ainda sobre a Tocha. Eu realmente estou pouco me importando se fulano ou beltrano vai carregar a tocha. E se as Olimpíadas são feitas por patrocinadores. Mas, EU (ênfase), acho uma falta de sensibilidade não prestigiarem as pessoas que deram ou dão a vida ao esporte, seja qual for (do xadrez ao beisebol). Outro dia, eu e a Su Monteiro Nóvoa demos uma colaboração a um grupo de atletas de Taekwondo que estava no sinal pedindo ajuda para viajar e participar de um evento esportivo. Pergunto quantos desses seres sorridentes correndo com a tocha na mão realmente se importam com esses atletas que estão na batalha por ai.. (…)

Jogadores, atletas paraolímpicos, professores de educação física, galera do esporte amador, voluntários de projetos na periferia voltados ao esporte… tanta gente boa pra carregar tocha. E o povo prefere dar a vez pra quem fala ‘boca de tracajá’.”

Fábio Nóvoa, amigo e parça de outras jornadas, expressando opinião sobre as estranhas escolhas para o ritual da Tocha Olímpica. Penso exatamente assim. 

(Coluna publicada no Bola desta quinta-feira, 16) 

11 comentários em “O começo da reação?

  1. Pensei em Marcelo Oliveria, multicampeão pelo Cruzeiro que formou um belo time e com um bom futebol.

    Como Gerson, também passou em minha mente Cuca, até pela passagem que fez pelo alvinegro de Minas (kkkkk).

    Mas, Tite, até pelas últimas conquistas, é (foi) o candidato natural.

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  2. Cuca também seria o meu escolhido. Apesar de que considero a escolha de Tite merecida. Aliás, o treinador neologista também sabe armar equipes ofensivas ao meu ver, como o Grêmio campeão da Copa do Brasil 2001 e o Corinthians do Brasileirão 2015. Equipes bem diferentes do time vencedor da Libertadores e do Mundial.

    E, como sempre, o amigo Fábio Nóvoa matou a pau. Tiro certeiro. Concordo em tudo!

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  3. Sobre o Papão, creio que a palavra-chave foi intensidade!
    Dal Pozzo tem conhecimento necessário para fazer esse time engrenar. Se fechar o campeonato no G8 já vou considerar um excelente trabalho.

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  4. Ótimo, Israel Pegado. É isso mesmo. De Tudo o que queríamos festejar este ano já ganhamos quase tudo. Só falta permanecer na série B, para fechar com chave de ouro maciço a temporada. Se vier com boa campanha, título ou acesso será mais excelente ainda.

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  5. A reação do Paysandu começou na busca de concretizar sua última obrigação este ano que é permanecer na série B. Daí para o jogo de sábado, um dos mais difíceis da história contra o Vasco da Grana, absoluto favorito , cujo time do Eurico quer provar que está no rumo firme para a serie A 2017, pode ser que o Paysandu sofra um revés e até volte para a zona de rebaixamento. Mas nada disso poderá prejudicar a reação que começou contra o Havaí, onde demos um passeio. Só o que quero no jogo contra o Vasco da Grana é disposição, garra a mesma demonstrada contra os havaianos. Se vier revés, Não quero bicolores impacientes pegando corda de azulinos e perturbando comissão de treinador e diretoria. Quando for necessário e se for necessário pegar pesado contra esses, eu serei o primeiro a fazer. Mas agora a hora é apoiar nos próximos 2 jogos seguidos em casa para se afastar de vez da zona maldita.

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  6. Sinceramente, fico na torcida para que o PSC cresça e dê essa alavancada na série B… Mas penso que seja muito cedo pra se avaliar, como bem postou a coluna, o trabalho do Dal Pozzo..

    Quanto ao técnico da seleção, no momento, penso que não temos um técnico mais qualificado e adepto de um futebol moderno, como o Tite… Sair do Dunga e ir pro Tite, é um salto enorme

    Assino embaixo o post do amigo, Fábio Nóvoa

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  7. Serie B é o seguinte

    Subir um sonho
    Permanecer é questão de responsabilidade
    Cair nem pensar

    Podemos disputar serie A, o Paysandu no Norte foi o único que já disputou
    Por isso sempre devemos almejar isso

    Agora permanecer não é nenhum demérito, ao contrario é importantíssimo
    É a divisão que disputada com responsabilidade mais estrutura nosso clube.

    Por isso sempre tem que disputar pra subir, fazendo assim dificilmente irá cair

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  8. Nossa atual safra de técnicos reflete a mediocridade do futebol brasileiro atual: está tão ruim quanto a nossa safra de jogadores. Nesse sentido a escolha de Tite pode ter sido a opção menos pior: o retranqueiro é competente em fazer times medianos jogarem competitivamente, tudo a ver com o que temos hoje.
    Da minha parte, gostaria de ver um Guardiola (utopia), Sampaoli ou El Loco Bielsa comandando a seleção. Mas um técnico estrangeiro seria demais pras cabeças anciãs que comandam a CBF.

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  9. Se o vasco fizer menos de 3 já considero um péssimo resultado para o time da colina. Tem gente com amnésia aqui do blog, deve ser os 5 anos que ficaram apanhando do Remo rsrs

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  10. Enquanto você seca o maior do norte, o seu (quase falido) deve salários à jogadores, comissão técnica e funcionários ! Deve ser muita inveja, de estarmos a um degrau (série do futebol brasileiro) de vocês..

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  11. A torcida do lado pobre da Almirante Barroso, é muito arrogante ! Ou seja, come ovo e arrota caviar ! Ao invés de ficar secando o maior do norte, seria conveniente você ajudar o quase falido à pagar os salários atrasados.. Salários atrasados, confirmados pelo técnico Marcelo Veiga ! Te dizer.. É por isso, que vocês não saem desse buraco a quase uma década..

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