Sobre enganos e semelhanças

POR GERSON NOGUEIRA

A temporada de contratações ainda está aberta para o Campeonato Paraense. A dupla Re-Pa, como é praxe, está correndo atrás de jogadores. Em tempo de dinheiro curto, só é possível trazer atletas sem grande cartaz, a maioria completamente desconhecida.

Uma exceção é Celsinho, anunciado ontem como reforço pelo Papão. É um meia-armador habilidoso, com facilidade para dribles e algum talento na cobrança de faltas.

Surgiu na Portuguesa de Desportos e logo despertou grande expectativa – pelas razões erradas. Ao invés de prestar atenção em seus talentos, a maioria preferiu enxergar a semelhança física com Ronaldinho Gaúcho, que vivia à época os estertores da glória no futebol espanhol.

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Como quase sempre acontece em casos do gênero, a comparação foi extremamente prejudicial ao desenvolvimento do jogador, que rodou por vários clubes sem jamais conseguir se consolidar de verdade.

Permaneceu mais tempo defendendo o Londrina. Ficou três anos no clube paranaense, empolgando na primeira temporada e em situações esporádicas, como em alguns jogos da campanha na Série C 2015.

Ficou mais conhecido, porém, pelo mau comportamento fora de campo, incluindo confusões em boates. Depois de tanta rodagem, chega aos 27 anos já com jeito de veterano, o que pode ser bom para ele e para o Papão.

No final do ano, o diretor Roger Aguillera comentou no Bola na Torre que havia um esforço da diretoria para trazer um grande jogador de meia-cancha, com experiência internacional e perfil para virar ídolo em Belém.

Não se sabe se Celsinho é mesmo esse tal candidato a ídolo, mas o certo é que precisa mostrar futebol acima de tudo. O torcedor do Papão sabe aplaudir e reconhecer, mas é também exigente e crítico, não tendo paciência com jogadores erráticos em campo.

Por ora, o camisa 10 chega cercado de dúvidas e interrogações. Só ele poderá dizer se tem mais semelhanças com Ronaldinho Gaúcho – aquele que era craque de bola, não o pagodeiro atual – ou Ramon, o veterano meia que enganou no Remo há dois anos.

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O debate sobre a marca do Papão

O amigo José Marcos Araújo, o Marcão, bravo militante das lutas sociais e alviceleste de corpo e alma, envia um breve comentário à coluna sobre a discussão em torno do novo uniforme do Papão.

“Na questão do fornecedor do material esportivo do Paysandu,entendo ser um tema delicado e que não pode ter apenas Uma visão comercial. A produção de camisas de jogo hoje interferem no jogo. Os tecidos facilitam o desempenho dos atletas, ao serem mais leves, não acumularem suor em demasia é isso exige muita tecnologia. Não podemos nos dar ao luxo de disputarmos campeonatos em condições inferiores às dos adversários.
Do ponto de visto econômico está correta a decisão, desde que resolvamos o aspecto técnico. O Paysandu é um clube-nação que tem uma massa de apaixonados torcedores cuja prioridade é o futebol é não uma empresa para vender camisa”.
Acrescenta que “se o time se prejudica na parte técnica acaba influindo negativamente nas vendas de camisas. Referindo à questão de defensores das marcas mundiais de material esportivo é importante que, no caso do Papão eles não são patrocinadores mas sim beneficiários de grandes lucros em cima da força da marca Paysandu. É preciso ver que nem é só a produção de camisas ou calções e meiões de jogo. A questão envolve centenas de materiais, como agasalhos, bolsas, calçados, capas, cuja opção por empresa própria ou pequena pode trazer problemas para a imagem do Clube, que passaria a usar materiais inferiores ou sem padronização – o que não ocorre atualmente”.
E conclui: “Diferente do que fazem com outras equipes nacionais, como Flamengo, Corinthians, Santos ou Fluminense, que recebem milhões para vestir essas marcas de materiais, no caso de equipes do Norte e Nordeste, apenas se dispõem a repassar migalhas do que arrecadam”.

O projeto de partir para a marca própria pode ser arriscado do ponto de vista mercadológico, mas é extremamente certeiro no aspecto de robustecer a receita do clube. Depois de passar anos faturando um pequeno troco propagandeando grifes famosas, a atual diretoria criou coragem e tem tudo para abrir uma nova frente de lucro. Desde que não descuide jamais da qualidade do material que será posto à venda, consciente de que o torcedor que consome esses produtos é cada vez mais exigente e em parte dependente do fascínio exercido pelas grandes marcas.

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A síndrome da China

Os encantos da China estão virando a cabeça dos boleiros nacionais. Não é admiração pela terra de Mao Tsé-Tung ou pelo gigantismo da célebre muralha. Tudo se resume ao dinheiro que jorra fácil nos contratos firmados com futebolistas e técnicos brasileiros, alvo preferencial dos clubes de lá.

Mais até do que no boom do futebol japonês, cuja admiração pelo futebol brasileiro não afetava a habitual parcimônia nipônica no trato com dinheiro. Novo eldorado da bola, a China aproveita a força de sua economia e o enfraquecimento do real.

A tradição diz que tais aberturas não duram muito tempo. É provável que as torneiras se fechem em até dois anos, obrigando alguns dos novos milionários a tomarem o rumo de casa. Por enquanto, a onda continua e muitos outros atletas e treinadores ainda serão importados pelos times chineses.

O contraponto da história – e sempre há um – é que, pela própria irrelevância da China no mapa do futebol, todos que aceitam jogar lá perdem espaço e visibilidade no Brasil. Este é o preço mais doloroso a ser pago principalmente para os jovens talentos, que põem em risco suas chances na Seleção.

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Troféu Camisa 13

Gandur Zaire Filho avisa à coluna que a festa de lançamento do Troféu Camisa 13 será no próximo dia 28, no Metropolitan Tower. No evento serão mostradas as novidades da edição 24 da promoção e será realizada a apresentação do case “Desportiva, clube formador – O futuro do futebol”.

(Coluna publicada no Bola desta quinta-feira, 14) 

10 comentários em “Sobre enganos e semelhanças

  1. Na minha opinião, não são os jogadores que enganam o Clube. Na realidade, o Clube é vítima dos próprios dirigentes, em primeiro lugar. Depois destes, aparecem como enganadores os treinadores. E, por último, mas não menos perniciosos, estão os empresários. No caso destes, a perniciosidade aumenta porque, não raras vezes, eles se acumpliciam aos dirigentes e treinadores.

    Por exemplo, no caso Ramon. Quem enganou o Clube foi o dirigente que o trouxe e o impôs ao Remo. E isso fica bem claro das próprias declarações dirigente à época e das condições físicas e clínicas do jogador quando aqui chegou. Sem contar sua vida pregressa distanciada daquilo que se espera de um atleta, da qual todo o mundo sabia. E quem não sabia passou a saber devido às barcas ostensivas das quais ele participava. Outro que ajudou a propagar o engano foi o setorista azulino.

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  2. Só vim aqui lembrar q a mucura rouba vaga continua nosso eterno freguês e nossa eterna piada kkkkkkkkkkkkkkkk ei Raimundinho, hj teu almoço vai ser aquilo q tu gosta kkkkkk calabresa kkkkkkkk

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  3. Sobre o assédio chinês ao futebol brasileiro, creio que irá resultar em um nivelamento técnico maior entre clubes grandes e médios no nosso futebol, eis que os técnicos e jogadores que estão sendo exportados àquele país desfalcam mais os clubes maiores.
    Assim, clubes de porte médio que investirem na formação de novos talentos e contarem com técnicos emergentes podem fazer bonito sobretudo na série A do Brasileirão. A dupla Re x Pa também pode se dar bem se nos próximos dois ou três anos conseguir tirar proveito dessa realidade.

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  4. Sobre a marca do material esportivo da mucura sonhadora, o REMO em 2005, fez uma camisa que tinha estampada como seu principal patrocinador o FENÔMENO AZUL, como reconhecimento a torcida azulina por ter bancado o time, e que nenhum outro patrocinador conseguiria fazer o mesmo…Mas substituir o material esportivo de marca reconhecida, por uma outra qualquer não é viável…Os materiais de marcas esportivas mundialmente conhecidas, tem qualidade nos produtos oferecidos, porque tem laboratórios próprios pra testar o seu material…E a logística é a palavra chave de tudo…Antes de embarcar em uma aventura dessas,voce tem que ver se a responsável pela confecção do material vai dar conta do recado, e se a qualidade do material é bom…Fazer camisa de torcida é uma coisa, material esportivo de clube é outra coisa bem diferente…Se voce pesquisar pelo nome da marca que estão dizendo por aí, não vão encontrar o site deles, somente isto:

    A Bomache ou BMC é uma marca brasileira de artigos esportivos com sede em Fortaleza no Ceará.

    A Bomache já patrocinou diversos times Brasileiros, a maioria de pequena expressão no cenário nacional mas com bastante força em seus respectivos estados.

    Fonte: Wikipedia

    Times de pequena expressão…kkkkkk

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  5. Agora que a mucura vai fazer as camisas naquela malharia que faz as que vendem nas esquinas em dia de jogo, vao arrebentar pois a 15 real uma e duas por 20, ninguem segura esse recordista de vendas, quero ver os jogadores mucurentos carregando a camisa ensopada de suor. Kkkkkkkkkk eu choro!!!!,!

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  6. Muito bom Gersom seu comentário sobre a chegada de jogadores. Eu acredito que seja muita gente chegando pra País sanduíche e Remo. Se vão vingar ou não é outra história. Torço pra que de certo , porque assim veremos um bom futebol no Estadual.

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  7. Sai daqui de Belém

    Todo mundo conhece a Umbro
    Já o remorto

    Essa é a diferença quando a marca vale mais de quem veste

    O PAYSANDU é uma marca forte no Brasil
    Se essa empresa fabricar uma camisa que agrade a torcida

    A torcida vai comprar a camisa PAYSANDU e não Bomache.

    Entendeu camafeu?!

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  8. Decisão acertada da diretoria. Até porque o contrato oferecido pela Adidas era de uma tirania impressionante.
    3 pontos vão pesar no êxito ou não da empreitada: o modelo agradar a torcida, o tecido utilizado e a logística empregada. Se cumpridos estes requisitos, não só será sucesso em vendas como caixa certo aos cofres do clube.

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