Uma estrela que transcendeu

POR ERIKA GIM

Hoje o assunto não é futebol, embora os jornais queiram para sempre saber qual a cor da camisa de major Tom..

Hoje, uma estrela mudou seu domicílio, deixou nossa minúscula realidade, transcendeu para um universo desconhecido para nós, meros mortais

Hoje é dia de descobrir se há vida em Marte.

Hoje é dia da odisseia espacial.

DAVID BOWIE AT THE CANNES FILM FESTIVAL - 1983
Mandatory Credit: Photo by Richard Young/REX

Ele seguirá seu caminho, enquanto lamentamos sua perda, choramos sua partida.

Mas o legado deixado pode suprir a dor.

Foi uma unanimidade rara, quase como a dos Fab Four.

Um gênio que constituiu com Lou Reed e Iggy Pop uma trindade sagrada para o rock, para a arte.

Parece que perdi alguém muito próximo, mais um padrinho, como Lou – “Rebel, rebel” embalou minha adolescência.

Perdi a voz que foi minha companhia em momentos tristes e alegres, alguém que me acompanhou nessa louca jornada chamada vida.

Fosse como Ziggy, Major Tom, White Duke, Alladin Sane ou simplesmente Bowie..

Num Labirinto, como vampiro ao som de Bauhaus, o major de Furyo, o Pilatos de Scorcese, o eterno absolute begginner surpreendia sempre.

Para mim, para muitos, eterno.

Ouvi Blackstar, novo disco, durante o fim de semana, e sábado à noite, com a família com vinho, tivemos os clássicos nos acompanhando durante a conversa em volta da mesa…

Meu despertador é Life on Mars?, mas meu despertar hoje foi triste, como a cidade está, cinzenta e chuvosa, apagada…

Lazarus denunciava, ele sabia, chagava a hora…

Ashes to ashes.

Leve nossa gratidão, sua voz continuará nos fazendo companhia nessa odisseia prosaica que você tornou mais poética…

Obrigada.

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