Eleição direta no Remo

Remo exposicao juridico Ronaldo Passarinho-MQuadros (6)

Por Ronaldo Passarinho

Dia 08 de novembro haverá a primeira eleição direta na história do CR. É a tão almejada “democracia”, vinda para redimir os nossos próprios erros no Remo. Será? Infelizmente, não parece ser a solução para os problemas que angustiam a imensa coletividade azulina, começa pela desmoralização do estatuto que só tem um ano de vigência, quando cem (100) vagas em disputa para o Conselho Deliberativo apenas (63) sessenta e três sócios se inscreveram. Sem dúvida é um conselho que começa mutilado. O que está acontecendo é falta total de credibilidade. Há uma regra fundamental, que qualquer família sabe, e que no Remo não é obedecida “GASTAR MENOS DO QUE ARRECADAR”.

O que aconteceu nos últimos anos foi ao contrário, chegando ao ápice em 2014. Com os patrocínios comprometidos tivemos uma folha salarial – só no futebol – de R$ 550,00 (quinhentos e cinquenta mil reais). Contratos mal feitos, ausência total de prévio conhecimento do setor jurídico, o que possibilitou que muitos atletas que ingressaram na Justiça do Trabalho, tiveram ganhos expressivos. Nenhuma contratação “diferenciada”, e, sim jogadores sem raça, excetuando-se os da base, vieram pra o Remo, como por exemplo, Rogélio, Diego Silva, Thiago Potiguar, Eduardo Ramos, Tedy, Bruno Rabal, Athos, Zé Soares, Leandrão e outros, com salários muito acima da realidade do futebol paraense e, o que dizer de jogadores que vieram só para se aposentar? Por exemplo, Lopes,  Rafael Mourisco, Finazzi, Mendes Ávalos e Santiago. É interessante salientar o total abandono das divisões de base, que só sobreviveram graças a abnegação de Ulisses Oliveira e Paulinho Araújo, dentre outros.

Perdemos grandes revelações que, com certeza, brilhariam no futebol paraense e é importante salientar que ganhamos quase todos os títulos nas sub categorias. Também não há a menor possibilidade de sabermos o valor arrecadado e o valor gasto, ferindo o principio constitucional da publicidade. A palavra GESTÃO é desconhecida pelos dirigentes, e as promessas das duas chapas inscritas para o Conselho Diretor revelam uma pobreza de ideias, segundo a divulgação na mídia. De um lado, uma nova reforma do Baenão. E as cadeiras e os camarotes? Do outro, a construção de um CT no momento em que o Estado e a Prefeitura garantem a construção de (02) dois (Remo e PSC). Quanto aos treinadores, que serão sondados, os nomes falados são de Wagner Benazzi (que acaba de rebaixar a Portuguesa para a série “c”), Flávio Araújo e, pasmem, o carrasco da base, Roberto Fernandez, que notabilizou-se por trazer um tal de Danilo Lins, que não jogou um só vez, além de outras pérolas.

A solução para os problemas do Remo está no exemplo do próprio Remo. Em 1998, quando Ubirajara Salgado assumiu a presidência, estavam marcados (04) quatro leilões. Foi então criado o “Esquadrão Cabano”, somente com jogadores locais e de baixos salários. Os frutos foram colhidos em 1989 – 1990  – e 1991 com a conquista de um tri campeonato. Entendo o Remo como amor, doação e paixão. Os que perdem a eleição, devem unir-se aos vitoriosos para a grandeza do Clube. Como exemplo cito 1971, quando Manoel Ribeiro e eu perdemos a eleição para Dhélio Guilhon.

O Remo terminava o calendário em julho. Meu tio, Jarbas Passarinho, era ministro da Educação e o Brigadeiro Jerônimo Bastos, era presidente do Conselho Nacional dos Desportos. Pedi ao Ministro Jarbas a sua influência para incluir o Remo série “A”. O óbice era a capacidade do estádio, fato este sanado com remessa de numerário para a duplicação do Baenão, e, dando rigorosamente a mesma quantia ao PSC e a Tuna, esta construindo o ginásio Miranda Sobrinho. A prova irrefutável do que afirmo é que Remo e Tuna outorgaram através de votação dos seus Conselhos Deliberativos, o título de sócio benemérito e o PSC o título de sócio honorífico ao Ministro JarbasPassarinho. Hoje o Remo só tem êxito na natação, futsal e nas regatas os outros esportes estão relegados ao desamparo.

Aconselho, como sócio proprietário desde 03/11/1952, uma medida urgente para o saneamento: PARAR DE VEZ COM CONTRATAÇÕES ABSURDAS. Não irei votar em nenhuma das chapas. Minha avó dizia que “coisa oferecida não tem preço”. Não fui procurado, nem para sugerir nomes ao Conselho Deliberativo e muito menos apoiar a quem quer que seja. A única alegria que me dá esta eleição é ver a união dos “jovens rebeldes” com as “múmias”, por eles assim denominados, apoiando o Remo como um todo. Jamais deixarei de ser remista e não me importa quem for o presidente. Quero junto com o fenômeno azul voltar as alegrias de ser torcedor do FILHO DA GLÓRIA E DO TRIUNFO.

Como múmia descartada, recolho-me ao meu sarcófago.

(Artigo enviado ao blogueiro e publicado inicialmente no caderno Bola, edição de domingo, 02/11)

14 comentários em “Eleição direta no Remo

  1. Eu compreendo perfeitamente o desespero do Ronaldo. Não é para menos e tudo o que ele falou é verdade. O time azulino parou no tempo e no espaço. Deve ser muito dolorido para o Ronaldo ver a situação deprimente do time azulino hoje, justo ele que é remanescente do tempo que o azulino era o melhor no futebol do Norte, e Ronaldo era um dos responsáveis por isso. Hoje os papeis se inverteram onde o azulino entrou numa decadência fulminante enquanto o Paysandu é disparadamente o melhor em tudo no futebol do norte, onde não somente em Belém, mas em toda Região vai ser muito difícil algum time superar o Paysandu em competições nacionais e tirar essa liderança enorme. Só no ranking, o Paysandu deve colocar uma diferença de 4 mil pontos a mais que o azulino e nesse casos nem mesmo se o azulino ganhasse uma primeira divisão, tiraria essa vantagem bicolor no ranking. Tá russo Ronaldo. Mas se pensas que teu sofrimento vai ter fim logo logo, te prepara que se Pirão for eleito, o Diretor de futebol azulino será o desagregador Arthur Oliveira, um dos responsáveis por essa situação azulina hoje porque foi ele ajudou a montar o plantel e treinou o time azulino que foi rebaixado para a quarta divisão em 2008, ao levar uma peia do Holanda do amazonas em pleno Mangueirão.

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  2. Sou Paissandu de ser sócio e tudo mais, todavia não nego minha tristeza em ver o rival nesta situação calamitosa. Óbvio que estaria sendo leviano em afirmar que desejo Remo e Paissandu na série B ou A. Como torcedor do Papão, sempre desejo que meu time esteja um degrau acima do seu tradicional rival, entretanto, sou sensato e sei que o Paissandu é muito mais forte quando tem um rival para lhe fazer sombra.

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  3. Essa palavra múmia não se aplica ao Sr, Dr. Ronaldo.

    A verdade é que o Leão se meteu num balaio de gato, de difícil saída.

    A única forma de o rival TENTAR sair do fundo do poço é, mesclar:

    Jogadores paraenses
    Garotos da base
    Contratações cirúrgicas

    Técnico de casa ou de fora, no estilo Mazola, que compre a causa do clube e que come peixe quando tem, quando não tem, encara o ovo mesmo.

    Paralelo a isso, montar um esquema, que pode faltar dinheiro pra tudo, menos pra pagar salários em dia.

    Isso não garante, mas tem tudo pra dar certo

    Este ano o Remo quase faz isso, mas errou em querer humilhar o rival, trazendo o Eduardo Ramos e principalmente, confiar cegamente no RF.

    Como disse o amigo Celira, eu não sou hipócrita de dizer que quero ver o rival brilhar, porém, não gosto que o papão bata em cachorro morto.

    Levanta sujeito, pra apanhar de pé.

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  4. Tenho respeito e um carinho enorme pelo Dr. Ronaldo, mas não concordo com quase tudo que foi dito… Por exemplo: Por que lembrar 1998 em 2014? Por que não foi feito em 2004 o que se pede pra fazer em 2014? E se foi feito, deu certo?

    – Benazzi, não rebaixou a Portuguesa… A lusa foi treinada por Argel Fucks, depois por Silas, este fez a maioria dos jogos e, já quase rebaixada, foi contratado o Benazzi que só ficou 5 jogos, dos 38 que ela disputará..Hoje, é treinada pelo técnico Roberto Schneiger, que já fez mais jogos que o Benazzi.. Lusa, foi rebaixada pelos dirigentes..

    Time do Remo que foi rebaixado em 2004, tinha quase só jogadores locais ou considerados locais… Vejam:

    Time do Remo em 2004, rebaixado na derrota para o Brasiliense por 6×1..

    – Jucélio, Adriano (Valdemir), Irituia, Juninho e Rômulo; Alisson, Márcio, Rodrigo e Gian; Júnior Amorim (Rogério Belém) e Wegno.

    Por que não subiu?

    Desculpe, mas sou um torcedor que não tenho memória curta.

    Grande abraço, Dr. Ronaldo Passarinho

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  5. O grande problema do outro lado é que eles agem com a paixão. A maior prova disso foi a “reforma e ampliação” do Baenão que nada mais foi do que um tiro que saiu pela culatra, pois adquiriram e não pagaram um terreno de R$300.000,00, derrubaram o que estava construido e não conseguiram construir o que se propuseram.
    O dinheiro arrecadado foi para pagar salário de jogador e hoje não tem uma banda para comprar um saco de prego para recolocar o tapume que começa soltar.
    A estratégia eleitoreira foi por água abaixo com a eliminação da concorrida Série D. Agora é clube sem divisão e presidente sem eleição. E a sinuca de bico é maior do que se pensa, pois se não se reeleger como vai o presidente se ressarcir do que foi posto no buraco sem fundo?
    Pobre Cachorro de Peruca.

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  6. A situação do rival é muito mais crítica do que a herdada pelo Vandique após a era aLOPrado, credo!, e este ainda quer voltar a ser presidente do Papão!, tais doido?!. Após o rebaixamento para a série C em 2013 era mais que um dever de bicolor entregar o time na série em que recebeu em 2013, fato feito, dívida paga com multa, juros e correção monetária. Pois, o time está na série B, tem um estádio reformado e praticamente está decidindo o título da competição, coisa que o time de 2012 não conseguiu ao esbarrar no carrasco Icasa!
    Acho que o rival caminha a passos largos para se juntar a Tuna Luso. Talvez o que o mantenha na UTI seja a enorme paixão dos sofridos torcedores que ainda insistem em ir ao estádio, serem enganados pelas milagreiras diretorias que jogam o clube cada vez mais no limbo.
    O ano de 2015 será muito complicado para o time azulino, o Paysandú entrando no parazão como time de série B, terá a obrigação de ser campeão e reconquistar a hegemonia estadual. Restará, portanto, ao rival, torcer para que o Águia de Marabá consiga retornar ao parazão pois assim de ante-mão, já elimina mais um concorrente a vaga da quarta divisão para o Remo.
    Dizer que estou triste com a situação do Remo, eu seria mentiroso, acho que tudo que está acontecendo é fruto da arrogância de uma torcida que adora se achar a melhor do Norte, e de seus diretores que acham que o Brasil ainda é o mesmo do regime militar que conforme as palavras do Sr. Passarinho, ganhou de presente uma vaga na série A daquele brasileirão.
    Os tempos são outros, e espero que o meu Paysandú navegue por águas mais tranquilas e se afaste dos dirigentes nefastos, tipo o Lopes, que por muitas vezes abandonou comissão técnica e jogadores porque possui sua atividade particular.
    Totalmente ao contrário do que se escuta a respeito do Vandique, que é o Vandique é um Homem, honesto e que, nem nos episódios que solicitaram o seu afastamento, largou o clube, pelo contrário, entre lágrimas e amor ao time, segurou o leme da nau bicolor, e hoje entrega o clube em situação anos-luz bem mais estruturado do que recebeu deste idiota que quer tumultuar o ambiante alvi-azul.
    Lopes, se queres ajudar o Paysandú de verdade, fique fora do time, pelo amor de Deus!
    Quanto aos azulinos, deixe que os mortos enterrem os seus mortos.
    O maior desrespeito que vi durante a minha vida de torcedor foi escutar da boca destes moleques de fralda chamarem os que já fizeram do Remo uma grande nação de múmias. Respeito é bom e com o diálogo e não com ofensa é que se constrói um grande clube!
    Mesmo passado o dia de finados, meus pêsames, torcida azulina!

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  7. Não conheço a trajetória do Ronaldo Passarinho, mas vou citar apenas as suas próprias palavras:
    1. “Pedi ao Ministro Jarbas a sua influência para incluir o Remo série “A”.
    Quer dizer que a grande contribuição dele foi pedir para o tio político que intercedesse pelo Remo??

    2. “O óbice era a capacidade do estádio, fato este sanado com remessa de numerário para a duplicação do Baenão, e, dando rigorosamente a mesma quantia ao PSC e a Tuna, esta construindo o ginásio Miranda Sobrinho.”
    Remessa de numerário?? Quer dizer que o clube tem que depender de influência política para receber “dos céus” algum dinheiro??

    Faça-me o favor… Pensei que o cidadão ia lembrar de alguns feitos na condução do clube que dão exemplo de profissionalismo, mas apenas lembrou mais alguns casos folclóricos que denotam como foi a gestão do Remo nessa sua história centenária: Uma gestão amadora em que dependiam de poder político para conseguir alguma coisa!

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  8. Tenho mesmo pensamento do Acácio quanto a eleição no rival: Como a estratégia da eleição falhou o Pirão vai fazer de tudo para continuar presidente e assim poder recuperar o “investimento” feito neste ano. Ai, já viu, né, como ficará o clube quando acabar o mandato dele. Pobre rival.

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  9. Miguelangelo: Em 1971, o Pará, como hoje, era ignorado pela então CBD. O Remo entrou na série A, por ser o único que tinha “estádio’ de acordo com as exigências da CBD. No ano seguinte[ 1973] o PSC, também entrou na série A, conforme promessa feita pelo então
    Ministro Jarbas Passarinho, ao seu grande amigo Abílio Couceiro, uma das maiores figuras do PSC. Importante salientar, que “a época, não havia critério técnico para participar da competição. A CBD convidava quem ela queria, e a prova é que o Nacional de Manaus, sem metade da torcida de REMO E PSC, participou desde 1971. Alias, em plena vigência democrática, o Pará perdeu a sede da
    Copa, destinada à Amazônia para Manaus, que além de não ter time com torcida, nem estádio tinha. Como se vê, a” História se repete com farsa.”

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  10. Verdade, verdadeiríssima. eis aí no post 11 mais algumas sábias palavras do Ronaldo. Na década de 70 quando o azulino era o bamba do futebol na Região Norte, o Paysandu nem estádio aprovado para competições nacionais possuía, isso é certo. mas por aí se tem a prova incontestável do que venho postando há muito tempo sobre o crescimento bicolor: o time azulino motivado por falsas ilusões ou ilusionistas, más administrações e soberba de muitos torcedores e alguns dirigentes parou completamente no tempo, enquanto o Paysandu humilde daquela década que nem estádio tinha, avançou no tempo, se qualificou, qualificou suas conquistas que passaram das fronteiras de títulos estaduais para ganhar espaço no âmbito regional, nacional e internacional, possuidor de vários títulos e participações em competições de expressão, ainda que em meio a esse período tenha tido também más gestões, más fases, e feito nós torcedores padecer como no período de 7 anos na terceirona. Mas no cômputo geral de fracasso e glórias, o peso destas é muito grande em favor do bicolor, onde será muito difícil que outro clube do Norte o ultrapasse. isso para um bicolor como eu que vivi aquela década ruim e via ao mesmo tempo a melhor década dos azulinos, sonhando um dia o Papão velho de guerra reverter a situação, hoje posso falar com orgulho que o sonho se realizou, até em menos tempo que eu imaginava, porque antes de qualquer conquista nacional do bicolor, eu tinha de engolir o time azulino sendo semi finalista de uma Copa do Brasil e sendo vice campeão da segundona de 71 e 84. Mas esperei meu time reverter a situação sem fazer briga, guerra, picuinha, revolta e fui recompensado vendo hoje o meu Papão ser o soberano no norte futebolístico.

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  11. Bruno Oliveira, não sou daqueles que blasonam, o que fiz em prol do Remo. Não vou fazer biografia, mas procure saber de minhas atividades e conquistas n Remo. Se vc acha que nada fiz, respeito a sua opinião. Quando me referi ao apoio dado pelo Min. Jarbas, era por que , naquele tempo, como hoje, havia e há necessidade de apoio político. Será que a Copa seria realizada, sem o apoio político, com a construção
    , de alguns estádios, financiados pelo BNDS, a juros
    favorecidos? Manaus e Natal, não foram indicadas como sede, por prestígios políticos? Dinheiro não cai dos céus, mas o Poder Público
    ajuda sempre os clubes, tanto é verdade que Prefeitura e Estado, vão construir, para Remo e PSC, os tão sonhados CTs.

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