Por Paulo Henrique Amorim
O julgamento do mensalão não vai acabar quando acabar o julgamento do mensalão. A elite que se expressa no PiG (*) perdeu todas. Perdeu as eleições de 2002, 2006, 2010 e 2014. Perdeu porque perdeu as bandeiras.
O PiG (*) usa a barriga de aluguel do PSDB (especialmente de São Paulo, onde prevalece o sentimento secessionista). Mas, a barriga perdeu a serventia. A barriga não dá mais cria. Não tem mais ideias, projetos, não tem uma visão do Brasil que convença a sociedade.
Especialmente os que decidem a eleição: o sub-proletariado do André Singer. Para que o Cerra, o FHC e o Sérgio Guerra querem o Poder ? Para fazer o que? O neolibelismo (**) foi derrotado.
E o lulismo vai durar, disse o Singer. Qual é a alternativa ?
O Golpe. O Golpe que se desenha no mensalão (do PT), pela mão do Judiciário.
Até aí, morreu o Neves.
A novidade é que nem a elite vai se satisfazer com o julgamento do mensalão, nem o PT vai ficar quieto.
Se o PiG condenar o Dirceu, o PiG vai para cima do Lula – como pretendem o Tênue Gurgel e o Ataulfo Merval de Paiva.
É preciso destruir o Lula. Não pode ficar pedra sobre pedra de um nordestino metalúrgico, sem dedo e que não fala inglês.
Em seguida, o PiG vai destruir a Dilma. Gerente eficiente, acima do bem e mal, a técnica por excelência, a mãe do PAC, do Brasil Carinhoso, do Brasil sem Miséria, a que vai rever a desastrosa privataria tucana – nada disso interessa. O PiG derrubaria a Madre Tereza de Calcutá, se ela fosse trabalhista.
Encerrado o julgamento do mensalão – que teve o dom de influenciar as eleições, como pretendia o PiG (*) – o PiG vai pra cima.
E o PT não vai ficar quieto. O PT já percebeu que o julgamento do mensalão é a República do Galeão.
O julgamento do mensalão é o atentado da rua Toneleros em que o Lacerda se deu um tiro no pé.
O julgamento do mensalão é o Plano Cohen, a Carta Brandi, o grampo sem áudio.
E o Supremo se politizou, tomou partido. Começou com o Gilmar Dantas (***), que se disse chantageado e não processou o chantagista. Ali começou o julgamento político, o julgamento de exceção. Que dispensa provas ou atos de oficio.
Para quem a Verdade é uma quimera. Vai condenar com tênues provas, como “domínios de fato”. (Embora, como diga o professor Wanderley, até “domínio de fato” tenha que ser provado.)
Mas, a guerra não acaba ali. O que está em jogo no Supremo é definir a natureza de um novo Golpe de Estado.
Será uma contribuição do Brasil aos manuais de “Técnica do Golpe de Estado”, do Curzio Malaparte.
O mensalão (do PT) é uma das etapas desse Golpe. Um capítulo do Manual.
O Ataulfo Merval de Paiva já anunciou que o Lula não escapa, porque ele acredita em Saci Pererê e em Valeriodantas.
Ele vai atrás do Lula como o Lacerda – comparando água com vinho … – foi para cima de Vargas.
Depois, é a Dilma, ou seja, o Jango, o Brizola … e todos os que se sucedem na luta dos pobres contra “a pior elite do mundo”, segundo o Mino Carta..
O Dirceu não acha que vá ser preso, apesar de a Folha (****) o ter encarcerado.
E mesmo que seja, ninguém duvida que ele organize o PT – onde estiver.
Porque o PT não vai ficar quieto.
Lula não é Vargas.
Dilma não é Jango.
Quem não mudou foi o PiG.
Foi a UDN – raivosa, reacionária, ressentida.
Nenhum dos dois! E o reforço que os Ministros Levandowsk e Tóffoli vão receber dos recentemente “escolhidos a dedo” (pra não correr o risco de nova “traição” como ocorrera com os Ministros Fux e Joaquim) Ministros Teori e Barroso, estão aí para garantir o “equilíbrio” das forças.
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É exatamente isso!
Texto perfeito!
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Quem assistiu a globo news sexta-feira, viu o grande apoio que a globo estava dando às manifestações. Saiu frustada pois não rendeu o esperado. Então, só resta uma alternativa, via judiciário.
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Esse articulista e bancado pelo PT.
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Amigo, não posso afirmar isso, nem ninguém pode. O certo é que escreve verdades que a grande mídia prefere não ver.
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Espero que seja verdade mesmo que a Dilma vá rever mesmo a privataria tucana. É que já se passaram 11 anos e até agora tudo ficou por isso mesmo.
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Não cabe a ela, amigo Oliveira. Penso que o caminho é a apuração por via judicial, que cruzou os braços até hoje.
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Cabe, sim, amigo Gerson! Como cabia ao seu antecessor. Se há mesmo a ilegalidade, se há mesmo a dilapidação do patrimônio público eles já poderiam ter adotado as medidas para garantir a anulação dos contratos ou ao menos para pedir à justiça que os anulasse. Aliás, esta sim, a justiça, só pode tomar as providências se for chamada a se manifestar pelos prejudicados. Acontece que os representantes dos prejudicados, escolhidos pela maioria dos eleitores prejudicados, não têm interesse de anular nada, nem de ir à justiça pedir que esta anule os contratos. Aliás, eles até prometeram que iriam respeitar os contratos, lembra?
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Comentários de maioria vermelho 27.
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