Com responsabilidade e método

Por Gerson Nogueira

bol_sex_211212_11.psApesar das pressões que torcedores (e até imprensa) fazem por reforços com vistas à nova temporada, a diretoria eleita do Paissandu – que ainda nem assumiu oficialmente – tem se conduzido de maneira exemplar. Depois de contratar o gerente executivo Oscar Yamato, dedica às contratações um cuidado que há muito tempo não se via no futebol paraense.

De cara, bastou a presença de um profissional respeitado, com ampla vivência em clubes, para que diminuísse o assédio de empresários e agentes, que antes dominavam a cena. A partir de agora, todas as ofertas de jogadores chegam ao clube e são cuidadosamente filtradas. Além da avaliação técnica, o histórico do atleta também é pesquisado, a fim de evitar prejuízos futuros.

O técnico continua a ter papel fundamental no processo, mas não tem mais a palavra final, passando também pelo crivo da gerência e da diretoria. A providência reduz bastante o risco de episódios como o que envolveu o zagueiro Sidraílson, contratado por indicação de Roberval Davino no começo da Série C e que nem chegou a estrear por estar em recuperação de uma cirurgia.

Clubes devem funcionar como empresas, com níveis hierárquicos e autonomia relativa para as funções. Com base nisso, técnicos podem apontar jogadores, mas não têm liberdade para transformar o time em cabide de empregos, às vezes em conluio com empresários.

Exemplos recentes no futebol do Pará retratam bem o tamanho do descalabro interno dos clubes, com técnicos que – por omissão dos dirigentes – acabavam por acumular o papel de gerentes, atropelando hierarquias e desafiando até a direção. No Remo, Edson Gaúcho, por exemplo, fincou pé e bancou a contratação do atacante Mendes, com consequências desastrosas para o clube.

Pela disposição demonstrada pelos novos gestores do Paissandu, o próprio conceito de comissão técnica deve sofrer mudanças. A intenção é fazer com que profissionais do clube integrem a equipe – como faz o São Paulo, que mantém Milton Cruz como supervisor e peça-chave na avaliação de atletas e acompanhamento do trabalho do treinador.

Caso consiga concretizar essas mudanças, Vandick e sua diretoria já estarão marcando um golaço. Mas é preciso compreender que o caminho até a vigência plena dessa nova ordem não será dos mais tranquilos. Antes, o torcedor terá que entender os objetivos dessa iniciativa e contenha o imediatismo próprio de quem se pensa com o coração.

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Ramos, o organizador que faltava

Fiel ao critério de contratar pontualmente, mirando as carências de seu elenco, o Paissandu anunciou no começo da noite de ontem seu terceiro (o zagueiro Raul e o goleiro Zé Carlos foram os primeiros) reforço para 2013: o meia-armador Eduardo Ramos, camisa 10 clássico, formado nas divisões de base do Grêmio e com boas passagens pelo Corinthians, Náutico, Sport e Vitória.

Com 26 anos, Ramos é o organizador que o Paissandu buscava há tempos. Sabe lançar e é bom cobrador de faltas. O desfecho da negociação, que se estendia há mais de uma semana, é uma grande notícia de fim de ano para a torcida. Nas próximas horas, a diretoria deve anunciar dois zagueiros – jovens, mas competentes – e um nome forte, guardado a sete chaves e com potencial para virar ídolo.

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Corrida contra o relógio

Com a corda no pescoço pela necessidade de montar um time competitivo para o Campeonato Paraense, o Remo ainda parece longe de fechar o ciclo de aquisições. Além dos laterais Nego e Berg, em negociação, o clube espera os jogadores Tragodara, Eduardo e Josy, todos do Atlético-AC. O meia-armador Josy foi um dos destaques do time e conta com o importante aval de um ídolo remista, o Rei Artur.

Quanto a Wellington Saci, ex-jogador do próprio Remo, que chegou a conversar com os dirigentes do clube, o impasse é de ordem financeira. O boato da contratação invadiu as redes sociais, mas a chance de acordo é praticamente zero. Com salários de R$ 30 mil no Atlético-PR, Saci está acima dos limites orçamentários do clube e deve fechar acordo com o Bahia para disputar a Série A.

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Direto do blog:

“O costume e a cultura de os clubes paraenses, principalmente a dupla Re -PA, contratarem a rodo parecia tão normal que muitos aqui acham que o Vandick e a nova diretoria estão errados em ir devagar, mas sempre. Estão certos, é assim que se faz. Repito: Vandick e essa diretoria irão pôr o Papão no rumo certo! E a contratação (de Eduardo Ramos) foi certeira como flecha que acerta o alvo”.

De pastor Carlos Rodrigues, crente em novos rumos para o Papão.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 21)

17 comentários em “Com responsabilidade e método

  1. – Na parte Administrativa e Jurídica..

    Gerson e amigos, quanto ao Vandick ser a melhor opção de mudanças administrativas,.. para o Paysandu, não tenho dúvidas, por isso apoiei sua candidatura, desde o início. Vandick, como falei, antes de ser eleito, vai colocar o Papão onde merece, administrativamente, por sua competência, mostrando a muitos, que o primeiro mal que deveria ser desfeito, era de tirar o Clube das mãos daqueles que se achavam donos do mesmo, por isso, só agora, depois de quase 100 anos, caminhará rumo ao crescimento.. Bom, isso, administrativamente, falando…

    – No Futebol..

    Bom é aí que deposito todas as críticas que faço. É bom os amigos lembrarem que o Figueirense, já faz e com muito mais condições e qualidade, esse trabalho que o Paysandu está tentando fazer e foi rebaixado.. O Goiás, ano passado, na mesma situação do Figueirense, talvez até melhor, também foi rebaixado,…..Só pra lembrar..
    Tudo isso, aconteceu com esses 2 clubes, pelo fato de contratarem(os dirigentes) muitos jogadores e entregarem nas mãos de técnicos de procedência duvidosa… Elementar..
    Acredito que essa demora e critérios, só seria válido, se o Paysandu tivesse tempo pra isso com um bom técnico indicando esses jogadores e avalizando outros. Aiás, diga-se de passagem que se a diretoria fosse essa que aí está, jamais teria cometido a lambança de mandar Sidraílson embora, aqui pra nós…
    Chegou Eduardo Ramos, para organizar o meio campo, em termos, pois ele só poderá organizar alguma coisa, se jogar num time organizado taticamente, no que tenho minhas dúvidas, pelo técnico que o Paysandu tem hoje..

    É a minha opinião..

  2. Bom dia nobre escriba e demais comentaristas.Agradeço a menção que considero honrosa, ao meu humilde nome.
    Em plena era de tecnologia e adminstrações modernas é esse mesmo o caminho que os clubes devem ou deveriam seguir.Probidade, transparência, níveis hierárquicos ligados ,planejamento fazem um clube sair da mesmice SIM amigo Claudio Columbia.
    Assim Barcelona se tornou o que é.O resultado em campo Columbia é relativo ao tempo e à qualidade desse trabalho.Torcedor paraense começar a ver o diferencial desse método em prazos médios e longos, mas daqui a 1 , 2 anos já serão sentidas as diferenças entre esse tipo de administração e a dos outros clubes paraenses que insistem em repetir adminsitrações obsoletas , caóticas e centralizadas em uma única pessoa como é no rival e era até ontem no Papão.

  3. Bom dia Gerson! e a voce também Cláudio…! nossa Cláudio! quanta perseguição ao lecheva. tenho visto elido muitos comentário quanto a perda de alguns atletas que estão deixando o paysandu eque por simples acaso participaram do acesso do paysandu para serie B, e por isso foram chamados de herois, honestamente de todos os que participara,o único atleta que de fato me chamou atenção foi o excelente lateral esquerdo Rodrigo Fernandes que há muito não tinhamos neste nível no paysandú,vi também a força e o dinamismo de pikachu e a vontade aguerrida do vanderson, os demais se ainda não foram, tamara! que vão logo não subimos porque fomos tão competente…e sim, por má qualidade de todos os times da série C. vamos acreditar que o lecheva possa fazer um bom trabalho acho que para esse campeonatozinho chocho que é o paraense dá para sentirmos de fato suas reais qualidades pois esse negócio de experiencia é papo prá boi dormir amigo!

  4. O colega Claudio elogia o João Bocão e malha, o Lecheva e o Sinomar estes, os mais vitóriosos técnicos dos últimos tempos por estas bandas, e o Bocão piu! Durma-se com um barulho deste!

  5. Parece que as coisas estão se desenhando, entendo que o que pode atrapalhar seja a impaciência da torcida, no entanto, a confiança no Vandick e a admiração da torcida por ele pode ajudar.

    Realmente, tem-se que pensar a longo prazo, temos que construir um clube e não um time, esquecer que resultados não são conquistados sem planejamento e trabalho.

    O grande problema é a gigantesca dívida do clube e a falta de nome no mercado o que parcialmente foi ajustado com a contratação do Yamako, temos sim que ter um time forte, porém não precisa ser astronômico, mas a prioridade entendo seja sanear as dívidas do clube.

    RRamos

  6. Nossos dirigentes ainda não sabem da grandeza do Paysandu e nome que ostenta a nível nacional. hoje to de bobeira e resolvi ler artigos de vários sites eem quase todos comentam sobre a contratação de Eduardo Ramos, o que mostra a força de nosso clube.

  7. Égua Cláudio, ainda o tal Sidraílson? Fala sério meu amigo… o cara estava comprovadamente bichado, demoraria a entrar no time. Ademais, o fato de ter sido indicado pelo Roberval “Carlo Ancellotti” Davino não significa que o mesmo é um bom jogador. Alex Willian, Fabinho e outros menos votados comprovaram tal tese. Treinador montar elenco no Brasil é altamente temerário. Neste aspecto, não podemos nos valer de exemplos como os da Europa, onde o treinador também é diretor do clube, e a contratação de um jogador não se efetiva somente porque o “treinador quer”. A própria condição de “manager” dos técnicos faz com que as contratações sejam avaliadas em todos os seus aspectos (técnicos, disciplinares, no retorno financeiro e como o jogador pretendido pode agregar na expansão da marca do clube e etc), pois lá futebol é coisa profissional ao extremo. E mesmo assim, equívocos ocorrem por lá. Aqui no Brasil (e por conseguinte no Pará), o que prevalece é o compadrio entre técnicos e jogadores sem mercado, as chamadas comissões técnicas agem como “cabides de emprego”. Sem contar ainda que muitos treinadores ou auxiliares técnicos fazem parte de “agências” que indicam atletas que têm suas carreiras gerenciadas por elas, ou seja, o aspecto técnico acaba sendo corrompido pela sanha por comissões que esta relação entre jogadores e agenciadores enseja. O modelo adotado pelo Paysandu pode até não ser o ideal, e por ser humano e também falho está sujeito a erros, mas acredito que é imprescindível no momento em que o clube pretende combinar avaliações com rigor técnico e saneamento de suas dívidas visando evitar a recorrência anual de atletas queixosos (muitos inclusive abaixo da linha da mediocridade técnica) em processos por descumprimento de cláusulas trabalhistas e contratuais na chamada “Casa do Índio” e desempenho pífio nas competições a serem disputadas.

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