Documentos revelam delatores do meio artístico

Do site Documentos Revelados

Durante a ditadura militar, todas as publicações e obras – livros, programas de tv e rádio, eram obrigadas a verificação de um grupo de censores. Os critérios eram subjetivos e iam desde os aspectos ideológicos e políticos, até os relacionados a costume. Os censores indicavam os trechos, e muitos casos, a obra toda que não poderia ser divulgada. Nesse contexto alguns artistas com o intuito de  estar bem com regime viraram delatores, passando informações sobre o que acontecia no meio, chegando ao ponto de caluniar colegas e serem moleques  de recado dos agentes da ditadura.

No documento em anexo emitido pelo Centro de Informações do Exército são revelados alguns desses dedo-duros, considerados como amigos, aliados do regime. Segundo o informe  certos órgãos de imprensa estariam publicando matérias denegrindo a imagem de “determinados artistas que se uniram à revolução (sic) de 1964 no combate à subversão e outros que estiveram sempre dispostos a uma efetiva colaboração com o governo”. Dentre outros, são citados Wilson Simonal, Roberto Carlos, Marcos Lázaro, Antonio Marcos, Agnaldo Timóteo, Clara Nunes, Erlon Chaves, Alcino Diniz, Wanderley Cardoso e Rosemary, além do jogador Jairzinho, o Furacão da Copa.

Clique nos links abaixo para ler os documentos, que também podem ser visualizados em imagens na extensão JPG

http://pt.scribd.com/doc/104622606 

http://pt.scribd.com/doc/104622608

5 comentários em “Documentos revelam delatores do meio artístico

  1. Diogo Papão e Diogo Silva,

    Hoje é bem mais fácil mesmo jogar pedras em quem se aliou à causa “revolucionária” de 64 (por motivos ideológicos, para não se indispor com o poder ou por conveniência ou inimizade com outros atores, diretores, roteiristas e etc). Mas e os exilados, os perseguidos, os “subversivos”. Ainda serão vistos pela parca memória nacional apenas como um bando de arruaceiros que queriam instalar a “desordem” no Brasil – e acreditem, muitos ainda os veem assim? Se pretendemos um olhar mais condescendente para com um grupo, por que não reavaliar a atuação dos contrários?

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  2. Não me surpreendeu o fato de Agnaldo Timóteo e o pessoal da Jovem Guarda estarem nesta lista.Novamente ressurge a polêmica em torno do nome de Wilson Simonal,talvez tenha sido o único artista popular execrado publicamente devido ás suas possíveis ligações com o regime instaurado em 64.Ele morreu praticamente esquecido pela mídia,jurando até os seus últimos dias que não havia atuado como delator do regime de exceção.

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