Coluna: O maestro tão esperado

Paulo Henrique Ganso jogou muito e contribuiu decisivamente para a vitória do Santos anteontem sobre o Cerro Porteño, pela Copa Libertadores. Pela reação das pessoas, fica a impressão de que ainda terá que jogar muita bola para finalmente convencer a todos da qualidade de seu futebol.
Eu não tenho dúvidas. É craque pronto, como poucos em atividade. E mais: ali, naquela faixa de campo onde tudo começa e acaba, não há ninguém hoje com a mesma clarividência para passes e lançamentos. Tem facilidade para o drible curto e verticalizado, e raramente finta por exibicionismo.
Alia ao físico longilíneo um bom arranque, destreza para cair pelos dois lados do campo e excelente posicionamento na definição de jogadas dentro da área. E, acima de tudo, chuta muito bem. Depois de Sócrates, com quem se parece na elegância e altivez, é nosso primeiro meia-atacante efetivamente completo, com domínio de todos os fundamentos.
Alguém há de citar o Ronaldinho Gaúcho dos tempos de Barcelona, mas a comparação não se aplica porque o atual camisa 10 do Flamengo nunca foi um armador, preferindo posicionar-se sempre a dois passos dos atacantes. Outros podem ainda mencionar Kaká. Ocorre que Ganso é, por excelência, um organizador. Daqueles que sabe arrumar a cozinha e distribui o jogo com categoria e refinamento. Um legítimo maestro.
Houve uma fase nos anos 90 em que até países de pouca tradição boleira esbanjavam bons meias. Havia Etcheverry na Bolívia, Valderrama na Colômbia e Sierra no Chile. No Brasil, ausência total de armadores clássicos. Nenhum herdeiro de Gerson, Didi ou mesmo Pita. Ganso é esse cara que faltava. Pena que, em pouquíssimo tempo, sairá do país para desfilar seu talento nos gramados mais badalados do mundo. O consolo é que, pelo ritmo natural das coisas, será titular absoluto da Seleção em 2014.
 
Recebi carta de esclarecimento do presidente do Conselho Deliberativo do Paissandu, Ricardo Rezende, em resposta ao artigo “Campeão de trapalhadas”, publicado na quinta-feira (14). Ele rejeita a condição de co-responsabilidade ou omissão diante de eventuais deslizes, protagonizados pela atual diretoria bicolor. “Tenho uma história de trabalho e ajuda ao Clube, trabalhando de forma proativa em favor do mesmo, seja quando fui diretor, presidente e agora no Conselho Deliberativo”, destaca Rezende.
Segundo ele, a diretoria tem autonomia para contratar, demitir ou recontratar atletas e “cabe ao Conselho fiscalizar o trabalho da diretoria e adotar as providências pertinentes, quando colocada em risco a boa saúde financeiro-administrativa do clube”. Promete, por fim, agir caso a Diretoria descumprir os estatutos do clube. “O que não pode é o Conselho agir no dia-a-dia, no cotidiano do clube, pois haveria aí uma intromissão indevida na competência, que é privativa da diretoria”.
O escriba mantém os termos do artigo, que apontou desmandos óbvios e ululantes e cobrou efetiva participação dos conselheiros na vida do clube. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste sábado, 16) 

13 comentários em “Coluna: O maestro tão esperado

    1. Penso que as criticas a atual diretoria do PSC são pertinentes, apenas não concordo com o linchamento diário que a imprensa promove quando do noticiario do PSC, pois este tipo de atitude desistimula a torcida desestabilisa o clube e o reflexo pode ser visto nas arquibancadas.
      Pergunto ao escriba qual o animo do torcedor se o time ja não é essas coisas e durante a semana o noticiário esportivo é só denegrindo a imagem das pessoas que dirigem a instituição, só um fanatismo exacerbado pode levar o torcedor aos estádio nessas condições.
      Do outro lado as mazelas são as mesmas, mas o noticiário é muito mais ameno e o reporte setorista (falo da clube) um tremendo mobilisador de sua torcida, ao passo que o do PSC só da noticia para desestabilisar o plantel.

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  1. RR já conhecia a forma de administrar do LOP. Se o apoiou é porque concorda que a sua maneira de dirigir, ou seja, é conivente com tudo.

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  2. Concordo com o Gerson, quanto ao Conselho deliberativo ser omisso.
    – Li, hoje, a “Palavra do Presidente” com o LOP e, num trecho ele diz que está com um projeto para ser Tri Campeão Paraense e subir para à série B do brasileiro.O problema, é justamente esse projeto, que não conseguimos visualisar, desde o inicio de sua Gestão.
    – Lendo o posicionamento dos torcedores e, um me chamou atençaõ, onde ele diz: ” Se fosse o Paysandu que tivesse contratado um jogador com a costela quebrada, o que eles(Mídia) estariam dizendo?”
    – Realmente, no Remo, como tem muitos que pertencem a Mídia, muita coisa é abafada, vejam, por exemplo:
    – Do Twitter:
    -remo100porcento Remo 100%
    Comelli foi procurado por funcionários do Baenão para que intercedesse junto à diretoria pedindo pagamento de salários atrasados. (cont…)
    hace 13 horas
    – remo100porcento Remo 100%
    Comelli teria comprado uma cesta básica para cada funcionário, pagando do próprio bolso. Aconteceu hoje(15/04, ontem) na hora do almoço
    – E, tem muito mais sobre o Remo e, não se vê a Mídia falar tanto nisso.
    – É a minha opinião.

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  3. SOBRE Ganso é esperar, dar tempo ao tempo. Se nenhum contratempo ocorrer, terá tudo para confirmar toda essa qualidade apresentada até agora que, por não ter cabelo tipo moicano, não fazer estravagâncias e outras firulas, não dão a mesma importância dada a Neimar. Criticam-no por ter feito exigências, ter falado que o Santos não lhe deu a devida atenção num momento ruim, mas se não o fizesse, se acomodasse, jamais iam lhe dar o que lhe é de direito, sem nenhum favor. Há muitos, por aí, no Chelsea, Barcelona, Real, Milan, cujo salário pago é muito mais gordo e que não jogam a metade da bola de P H Ganso.
    Rezemos para que continue assim e em 2014 o veremos no auge de sua carreira, se Deus quiser, trazendo a sexta estrela para o Brasil e para o Pará.

    ‘ENQUANTO suspiramos por uma vida sem dificuldades, devemos nos lemrar que o carvalho cresce forte sofrendo ventos contrários e que os diamantes são formados sob pressão.” Peter Marshal

    Um bom dia a todos.

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  4. Não acredito em benevolência por parte da imprensa em relação ao Remo, acho que há um aproveitamento de momento, como se estivessem esperando um tropeço de um dos dois para uma semana com pauta cheia.

    O que mais me incomoda na imprensa do Pará é o total desconhecimento do futebol nas questões técnicas. Vem um jogador e não há habilidade de alguns para fazer uma análise mais apurada desse jogador, se tem qualidade, se pode ao longo do tempo despontar, etc. O que se vê é uma análise precipitada na maioria das vezes. Exemplos não faltam: Jeci, Sandro Silva, Borges, André Dias, Boiadeiro, Rafael Moura ….

    Lembro bem Gerson e amigos, estava eu na Curuzu no dia da estréia do Rafael Moura no PSC, em 2005, era uma quinta a noite e foi contra o Carajás se não me engano. Ele foi mal no jogo, mas percebi que ali poderia está a solução para aquele ataque que só tinha Robgol, mas nas rádios chuviam críticas ao jogador e ao clube porque se tratava de uma parceria com a Energil C que era dona do passe do jogador na época e o colocou no clube sem ônus, e um jogador medíocre segundo os críticos. O tempo se encarregou de mostrar o potencial do jogador.

    Poderia citar outros casos, treinadores tb são vítimas, o Cláudio deu dois belos exemplos ontem: Ademir Fonseca e Édson Gaúcho, mas tb tem o Leandro Campos que faz excelente campanha com o ABC a dois anos seguidos, O Gilson Kleina …. parece que só conhecem o Givanildo de competente, se pedissemos para citar 2 nomes competentes dentro da nossa realidade não saberiam citar.

    Claro que existem exceções, aliás, somente duas na minha opnião, Gerson Nogueira e Carlos Ferreira, verdadeiros craques nas análises. Mas falta muito a nossa imprensa ainda, profissionalismo não, acredito que em capacitação e aprimoramento em algumas coisas.

    Escuto todos os dias e recomendo o programa “4 em campo” as 20:00hs na CBN, é um verdadeiro show de comentários, que dá vontade de ficar ouvindo a noite toda.

    É a minha opnião (Cláudio, depois acertamos o pagamento dos royalties rsrsrs).

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    1. Acrescento à lista de jogadores “injustiçados” o atacante Zé Soares (Remo) e Luiz Fernando (ex-Remo e ex-PSC). Ocorre, amigo Maciel, que esse tipo de análise precipitada é muito própria da rotina de cobertura e é humanamente normal. O problema é que, quando se verifica o erro, nem sempre há uma admissão do fato. Lembro que, no caso do Vandick, por exemplo, critiquei bastante sua contratação ao longo de 2001/2002, mas dei a mão à palmatória quando ele mostrou sua extrema utilidade e parabenizei publicamente Givanildo pela insistência. Quanto aos técnicos citados, discordo totalmente. Fonseca, Gaúcho e Kleina podem ser bons profissionais, mas não fizeram trabalhos que justifiquem a condição de injustiçados. Sei de aspectos (não divulgados) da passagem dos dois primeiros que, ao contrário, tornam suas saídas mais do que justificadas.

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  5. Tá bom, amigo Marcelo.rsrsrss
    – Pegando seu raciocínio, vale lembrar, também de: Zé Soares, Mendes(esse mesmo), Pardal(vão queimar a lingua, anotem), Ró(vão queimar a lingua, só que ao contrário,rsrs), Ratinho(já estão queimando a lingua), Thiaguinho, ……. Te dizer…

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  6. CREIO que houve uma grande injustiça com outro treinador. Vale dizer que esse treinador a que me refiro podia não ser um José Mourinho, mas também não era qualquer um, como a maioria da mídia apregoava. Sei que muitos discordam, pois ainda têm nas suas mentes as críticas que a mídia fazia, chegando a ponto de ridicularizá-lo como ser humano por conta de expressões que ele costumava usar como ‘brilho nos olhos’. Era sobretudo um motivador. Muitas vezes tudo o que precisa um time é um motivador.
    O Paissandu naquele ano estava com elenco muito superior, até estava na Libertadores, mas Júlio César Leal ainda assim levou o Remo, um time limitado, ao título de Campeão paraense de 2003.

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    1. Mas foi campeão amigo Valentim, “sem depor o Rei”. Foi mais vacilo do Paysandu do que mérito do Remo. Tanto é que, nos clássicos Re x Pa, o bicolor fez valer sua superioridade.

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  7. o RR esqueceu que fez campanha para este presidente, dizendo que tudo ia ser diferente. No início deste mandato ele bem que tentou atuar efetivamente, mas logo foi posto de lado pelo LOP, mostrando quem realmente manda e agora ele vem com esse papo furado que o Condel não pode se meter nos assuntos referentes a contratações, é brincadeira. Ele deve está arrependido.
    Da minha parte essa atual diretoria está conseguindo algo inacreditável, que é ter saudade do tourinho, nunca pensei em dizer isso e espero que isso não seja necessário.

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  8. O problema e o imediatismo da nossa imprensa, quando o jogador chega aqui tem que mostrar logo que e craque, por que depois vira alvo de criticas, e a torcida na sua maioria se deixa levar muito pelos comentários da imprensa.

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