Por Rafael Reis, da Folha de SP
Há décadas, a Europa vem ao Brasil para colher o que de melhor o país produz no futebol, os jogadores. O movimento parece longe do fim, mas já apresenta variações. No norte do Paraná, terra boa para a agricultura e de farta colheita de grãos, há uma mostra de que o velho continente não quer só o que aqui brota naturalmente. A intenção dos holandeses que ergueram o Laranja Mecânica em Arapongas (a 375 km de Curitiba) é produzir em território brasileiro atletas que sejam atrativos para o mercado europeu, de preferência para a terra da seleção vice-campeã da Copa-2010. A inspiração no time que disputou o Mundial de 1974 vai além do nome. Os 90 meninos de nove a 15 anos que treinam no clube são orientados a praticar, dentro do possível, o futebol total, com troca de passes e muita técnica.
Segundo o dirigente, que passou por estágio de 15 dias no Feyenoord para aprender a filosofia holandesa de jogo, o clube não se importa com os resultados porque pretende trabalhar exclusivamente com formação de atletas. Assim, pode se focar no desenvolvimento da habilidade e da técnica dos jogadores. Características que, para a cúpula do Laranja, deixam seus produtos mais atrativos. “Queremos que os clubes conheçam nosso projeto e procurem nossos jogadores. Um dia, esperamos ter o retorno do que investimos”, diz o ex-jogador Marco Plomp.
O empresário, que não falou quanto investiu no CT, vive no Brasil e é o proprietário mais presente no cotidiano do time. Ele tem como sócios Wim Jansen Jr., filho de jogador das seleções vice-campeãs da Copa de 1974 e 1978, e o ex-juiz Arie Treffers. O Laranja possui parceria com o VVV Venlo, time da primeira divisão holandesa que será o principal receptor dos seus frutos na Europa.
VERDADEIRA mina de ouro perdem nossos clubes ao não investirem firme nas suas divisões de base.
É amigo Valentim! Tem dirigente por aqui que queria até extinguir as categorias de base, quando o certo seria investir nelas.