Coluna: Sobre mistérios e bobos

De sexta-feira até ontem, o cenário permaneceu inalterado: Giba mantém, a sete chaves, o mistério quanto à escalação do Remo para enfrentar o Vila Aurora-MT no Mangueirão. Em outros tempos, compromisso contra visitante tão modesto obrigaria o técnico do time da casa a revelar seus planos, sem receios. Hoje, quando o futebol não abriga mais bobos (segundo o esperto Luxa), treinadores parecem ter medo da própria sombra.
A rigor, Giba nem deveria fazer tantas mesuras antes de anunciar o time. Se a lógica prevalecer, o Remo terá um meio-de-campo com Danilo/Júlio Bastos/Gian/Vélber, com Héliton (Landu)/Frontini no ataque. Mas, caso o técnico resolva inventar, o que é bem provável, a meia-cancha entrará com Danilo/Júlio Bastos/Canindé/Vélber e Frontini/Zé Carlos na frente.
Acredito, porém, que o bom senso prevalecerá e Gian e Vélber começarão jogando, com o rápido Héliton de volta à ofensiva. Com esses três juntos, o Remo é superior ao Vila Aurora. Sem eles, praticamente nivela-se ao adversário. Como precisa vencer no tempo normal, Giba, por mais teimoso que seja, sabe que dependerá de seus melhores talentos.
Um fator, acima de todos, até mesmo da atuação individual dos jogadores, pode ser determinante para que o Remo faça hoje sua melhor partida na Série D. A presença maciça do torcedor nas arquibancadas impõe responsabilidades e faz com que todos procurem se empenhar mais. Se bobear, até Canindé pode finalmente entrar em campo. 
 
 
Enquanto o time luta em campo, hoje à tarde, para continuar vivo na disputa da Série D e tentar subir à Série C em 2011, o clube continua aos solavancos no plano administrativo. Na próxima terça-feira, vence o prazo (estabelecido pela Justiça do Trabalho) para a entrega pelas empresas que querem comprar o estádio Evandro Almeida do memorial descritivo da área da futura Arena do Leão.
Como ainda não existe sequer terreno adquirido, o tal memorial não passa de uma peça de ficção. Com isso, descumpre-se aí um item fundamental do acordo firmado no Tribunal do Trabalho entre o presidente do Remo, Amaro Klautau, e representantes das incorporadoras Agre e Leal Moreira.  
Ao mesmo tempo, o clube segue ao sabor de denúncias capazes de eriçar a juba do leãozinho de pedra do Baenão. Descobriu-se, por exemplo, que, além de um departamento jurídico profissionalizado (mas sem resultados, pois só amarga derrotas nos litígios trabalhistas), o presidente mantém também um escritório de advocacia sob contrato de terceirização. Atolado em dívidas, usadas como pretexto para a venda do estádio, o Remo se dá ao luxo de gastar o pouco que tem com despesas advocatícias sem sentido.
 
 
Só para comparar: o Paissandu, além da vitória no caso Moisés, também saiu vencedor no prolongado litígio com Jóbson, seu ex-jogador. Do montante de R$ 2 milhões, os advogados do clube (não remunerados) conseguiram reduzir a dívida trabalhista para R$ 200 mil. Alguém ainda da duvida da abissal diferença entre a forma de gestão dos dois velhos rivais?

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 12)

7 comentários em “Coluna: Sobre mistérios e bobos

  1. Essa notícia sobre o Jóbson foi desmentida. Outro jornalista que também divulgou a informação, esclareceu que tudo não passa de boato e que o Tribunal de Brasília devolveu o processo para Belém (o Paysandu não havia pago as custas). Serão refeitos os cálculos e a briga ainda se alongará muito. Bom conferir. Nem sempre gente ligada ao clube é boa fonte. Melhor ouvir também o outro lado.

    Sobre os gastos extravagantes do Remo, é bom lembrar que, mesmo tendo as mesmas receitas de patrocínio que o Paysandu, o Remo tem uma folha mais baixa em cerca de 200 mil reais. Essa diferença não está aparecendo. As dívidas crescem e não se vêem melhorias no clube, o que sugere realmente má gestão de recursos.

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  2. Isso mostra a incapacidade do AK em que falando de administração deixa muito a desejar, uma vez que se importa mais em adquirir dividas do que sana-las e ainda usa o pre-texto de modernização defendidas por alguns torcedores, uma vez que manter o departamento juridico em que não resolve pendências em favor do clube e sim disvincular o patrimônio adquirido ao longo do tempo que ao meu ver poderia dar garantias trabalhistas como o ginásio que não rende dividendos ao clube e sim prejuizo, localizado em uma area nobre de Belém que com certeza adquiria investidores na aquisição do imóvel para sanar estas tão faladas dividas trabalhistas não o seu AK tem o ýnico proposito que é disfarzer do Baenão que tem um grande valor não só histórico, mas em si tratando de rivalidade do seu principal rival que é o PSC, e olhe lá se a tal da ARENA DO LEÂO não se transforme em sede campestre porque infelismente é o caminho em que eu vejo onde um time que disputa uma serie D faz um investimento alto e os resultados não corresponde com um baixo nivel técnico em que não apresentou e não convenceu a ninguém com excessão de alguns torcedores que dizem querer o bem do clube, que para mim o atual técnico não corresponde ao salario ao que recebe ele é um entregador de camisa como qualquer um outro torcedor saberia ser, uma vez que até o momento não a equipe não evoluiu taticamente e nem criou um padrão de jogo em serie D onde as equipes que disputam esta serie são limitadissimos em que o maioria dos atletas quando ganham muito é um salario minimo e o REMO demostra ter o mesmo nivel técnico destas equipes.

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  3. A QUESTÃO DA MÁ GESTÃO, INCLUSIVE NA AREA JURÍDICA, FICOU EVIDENTE DESDE A ÉPOCA EM QUE OS ADVOGADOS FAZIAM ACORDO EM QUE BAIXAVAM MUITO POUCO OS VALORES EM ATUAÇÕES SUSPEITAS E, TANTO A IMPRENSA QUANTO A DIRETORIA ALARDEAVAM ELOGIOS COMO SE TIVESSEM FEITO GRANDES COISAS. UM EXEMPLO, FOI QUANDO UM ADVOGADO BAIXOU DE 500 PARA UNS 400 MIL UMA DETERMINADA DIVIDA E DIZIAM QUE ELE TINHA FEITO EXCELENTE ACORDO. SINCERAMENTE, QUALQUER NEGOCIADOR SABE QUE É RELATIVAMENTE FÁCIL EM VÁRIOS CASOS REDUZIR PARAQ 50% A DIVIDA.

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    1. Rosilvan um bom departamento juridico é considerado bom quando ele consegue baixar através de acordo para 10% da atual divida e isso não é uma coisa dificil de se fazer uma vez que o impetrante pede um valor relativo alto para chegar a um acordo satisfátorio em que seja melhor receber 10% do que passar a vida toda para espera da justiça que é relativamente longa e as vezes não compensa a demora, é melhor dinheiro no bolso do que pendências a receber e isto é obvio, só quem não percebeu isto foi a equipe juridica mais a administração do AK.

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  4. QUANDO ME REFERI A ADVOGADOS, NÃO FOI DESTA LAMENTAVEL GESTÃO, FOI DE QUASE TODAS, INCLUSIVE A DO RAIMUNDO RIBEIRO. VI REPORTAGENS TELEVISIVAS ELOGIANDO UM ADVOGADO FAMOSO EM BELÉM. PENA QUE, PARA O REMO, A FAMA DELE SÓ SERVIU PARA SER BAJULADO POR PESSOAS QUE NUNCA ESTAVAM A FAVOR DO MAIS QUERIDO. PREJUIZO TOTAL.

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  5. Mas tudo piorou nessas duas gestões: RR e AK. Foram os mais traquinas. Eu até queria saber se o RR ainda está falido, quando entrou no Remo. Será que está pedindo esmola?

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