Tribuna do torcedor (42)

Por Sylvio Nóvoa (sylvionovoa@vidigaladvocacia.com.br)

Esse assunto de “Arena do Leão” já está dando no saco. Não é nada contra você, meu caro Gerson, mas algumas verdades sejam ditas. É o tipo do assunto que só faz gerar polêmica, pois fica esse embate eterno e sem noção de quem acha que vai dar certo contra aqueles que acha que o negócio é arriscado. O Remo tem seu presidente, seu conselho e sua torcida.
Se o Baenão for realmente vendido, que seja. Se não for pra ser, que o conselho aja, caso queira. Se o presidente acha que deve ser vendido, se a torcida apóia e parte do conselho também, paciência, que seja vendido. E “punto” e basta! Paciência, também, se a tal “Arena do Leão” vai sair do papel, se vai sair só pela metade ou não vai sair. O Remo é instituição privada, então que cuide de seus problemas e interesses, seja para melhor ou para pior, também. E a imprensa, que noticie o fato (como exaustivamente já fez), e que se faça presente na inauguração da tal “arena”, ou caso isto não ocorra, para denunciar que a mesma não saiu do papel ou não saiu como prometido, bem como esteja aonde o Remo jogue, seja na Antônio Baena, seja em Benevides, Marituba, Santa Izabel, no Mangueirão ou no Souza.
Caso esse estádio saia, isso não quer dizer que o Remo, de uma hora para outra, vai ser tornar o exemplo da modernidade, o “soberano” ou “todo poderoso”, pois o estádio não vai entrar em campo pra jogar. Da mesma forma, não significará que o Paysandú não ganhará mais nada. O Corinthians não tem Morumbi e mesmo assim não é menor que o São Paulo, por exemplo, e dificilmente haverá qualquer rexpa na tal “arena moderna e multi-uso do Leão” que hoje se fala tanto, e sim no Mangueirão velho de guerra, esteja ele mordeno ou caindo aos pedaços, como hoje já se apresenta.
O Atlético/PR tanto se gabou de ter a arena mais moderna do Brasil, “esfregando” no rosto dos coxabrancas tal fato, mas entraram pelo cano em 2005 quando não puderam jogar a final da Libertadores na tal arena, por que ela não tinha a capacidade exigida. Pediu emprestado “o velho, podre e obsoleto” estádio do Coritiba emprestado, que tinha a capacidade exigida, mas levaram um sonoro “não” na cara e tiveram que jogar em Porto Alegre, perdendo a grande de chance de ser campeão da América.
Se essa tal “Arena do Leão” sair como está sendo vendida na maquete, meus sinceros parabéns ao Remo! Mas se não sair, que as pessoas que o fazem, bem como a torcida, assumam o erro pelo arriscado negócio realizado no então passado, ora presente.
Até mesmo porque, até lá, eu espero que a Curuzu também esteja muito mais moderna, pois existem projetos para ampliação do estádio com mais 2 lances de arquibancadas atrás dos gols, ampliação da arquibancada de fundos pra JPII rumo ao Chaco, transferência das cabines de imprensa para Alm. Barroso (em cima das cadeiras), reforma do gramado, bancos de reservas (quase em execução) e alambrados.
Entretanto, ambos os clubes agora só tem nas mãos projetos, maquetes virtuais e nada de concreto. Concretamente, só devia estar interessando a luta dos dois para subir de divisão, o que anda meio de lado. Enfim, escrevo essas palavras pois o noticiário esportivo atualmente está meio enfadonho, já que só se fala nesse assunto, praticamente desde janeiro.  

9 comentários em “Tribuna do torcedor (42)

  1. Concordo plenamente meu caro Sylvio Nóvoa, e aqui tem mais gente torcendo contra do que a favor, nuna tinha visto isso antes e depois querem dizer que estão a favor do esporte paraense, desse jeito amigos com todo esse “otimismo” com certeza o Pará vai ser um grande estado do futebol.

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  2. Eu não sou contra. Todavia, há necesidade de transparência. Esse terreno vale 52 milões, por baixo. Existe possibilidade de reforma do baenão, sem necessidade de vendadesse patrimônio. Temos o socio torcedor, que em dois anos colocaria de pé essa arena. Eu quero saber por que não procuram outra alternativa. So serve se for a venda.

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  3. Não é tão simples assim. O que tem que ser feito é saber e divulgar quem tá ganhando MUITA GRANA por trás disso. E quem vai assumir suas responsabilidades caso não dê certo? E, principalmente, quando o remo vai disputar uma competição que a CBF exija estádio com grande capacidade?

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  4. A venda do Baenão e o samba do crioulo doido. Tanto foi falado que o assunto tornou-se incompreensivel. Por sério, as opiniões favoráveis ou contrárias deveriam limitar-se ao racional, não cabendo pieguices. Particularmente, não manifesto-me mais. Contrário a principio, favorável depois e agora no mundo da lua, vivo a venda dso Baenão, nem por isso fico impedido de criticar a ausencia do Pte. Amaro na reunião de ontem. Nenhum outro motivo (não sendo pessoal) justifica a ausencia do AK, até prova em contrário..
    Rotos e remendados, todos devem admirar a roupa do rei.

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    1. Caro Tavernard, também acho que o AK afinou, ontem.
      Mas, uma coisa é certa, se a administração de um clube é impessoal, se a presidência estava regularmente representada, não havia motivo para que as deliberações não fossem tomadas na ausência do AK. De fato, o tal dossiê poderia ter sido divulgado, as supostas omissões nas questões trabalhistas poderiam ter sido denunciadas, o impedimento poderia ter sido proposto e a autorização para vender o estado poderia ter sido revogada e muito mais poderia ter sido colocado em pratos limpos. Por que não foi? Sinceramente não acredito que a chegadade meia duzia de gatos pingados (aliás, todos contrários ao dito vilão), tenha inviabilizado a adoção das medidas moralizadoras propaladas ao longo da semana anterior. Certamente há algo tão obscuro quanto à venda do baenão envolvendo o comportamento adotado pelos conselheiros ontem à noite. Aliás, fico curioso para saber onde foi que ocorreu o conflito de interesses entre o AK e estes conselheiros que lhe fazem oposição agora, depois de lhe terem dado, juntamente com os demais, carta branca para vender o Baenão.

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    2. Na mosca, meu caro Tavernard. A velha história de dividir para reinar se estabelece novamente. As idas e vindas, marchas e contramarchas, são próprias de quem não quer clareza e transparência. Interessa, de fato, é esse tipo de discussão rasteira, movida a rancor estéril e objetividade zero.

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