Coluna: A obrigação de atacar

Um ponto está mais ou menos claro: a decisão de turno dificilmente se definirá neste primeiro confronto. Remo e Águia têm campanhas parecidas no returno e chegaram à final com méritos. No Mangueirão, diante de sua torcida – expectativa de 25 mil pessoas –, é natural que o Remo se imponha ou pelo menos tente pressionar desde os primeiros minutos. Vale dizer que, quando se dedicou com afinco ao ataque, o time foi muito bem, quase sempre arrancando vitórias, mesmo fora de casa.
O problema é que Giba insiste em escalar o meio-de-campo com um figurante: Otacílio, que não marca, nem cria. Com isso, queima de cara uma substituição e torna o time excessivamente lento na saída para o ataque. Vélber está escalado para fazer a ligação com o ataque. Não é seu melhor papel. Rende mais como ponta-de-lança, aproximando-se dos atacantes e até virando um deles, eventualmente.
Como tem acontecido em todos os jogos, Giba só mexe na equipe quando sofre um gol. Foi assim contra S. Raimundo, Águia e Paissandu. É provável que a situação se repita hoje e aí o técnico vai, certamente, usar Gian para substituir Otacílio e Samir em lugar de Vélber. Héliton, boa opção de velocidade (e finalização), já nem é lembrado. No ataque, Landu e Marciano funcionam, mesmo distantes um do outro na área, o que talvez explique o fato de o artilheiro estar sem marcar há duas partidas.
Para quem precisa vencer, de preferência por mais de um gol de vantagem, o Remo demonstra cuidados excessivos, com três volantes à frente da linha de defesa. Por sorte, os laterais Levi e Marlon são essencialmente ofensivos, mas este é um jogo em que as maiores virtudes deveriam ser exploradas plenamente. No caso azulino, o ponto alto está na qualidade de seus atacantes – Landu, Marciano, Vélber, Samir e Héliton. Ironicamente, só jogam juntos quando o placar é desfavorável. São usados para reverter o placar quando deveriam ser usados para construir vitórias.  
 
 
Do outro lado, o Águia e seu 3-5-2 bem ensaiado há pelo menos três anos. Dando-se bem e obtendo resultados que muitos julgavam fora do alcance de uma equipe interiorana. O sistema é à brasileira, sem o líbero que caracteriza as grandes equipes européias. Aqui, virou um esquema híbrido, que está sempre perto da retranca mais deslavada, com uma linha de até cinco zagueiros (com o recuo dos alas), mais dois volantes à frente. João Galvão, porém, sabe posicionar o Águia para explorar contra-ataques e contra o Remo espaços não irão faltar para a velocidade dos alas Vítor Ferraz e Aldivan e a categoria do atacante Wando.
 
 
Do filósofo tapajônico Valter Lima, via Twitter, cutucando o Capitão do Mato: “O Dunga foi coerente na sua convocação em 90% e inconseqüente em 10%, o que pode ser um percentual alto para uma tragédia! O critério de experiência em jogos pela Seleção serviu para a convocação de jogadores – e se o mesmo fosse usado para escolher o técnico?”.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 16)

6 comentários em “Coluna: A obrigação de atacar

  1. Eu penso, Gerson, que Giba, ao invés de criticado, deveria ser louvado, tanto por nós torcedores, como pela Imprensa. Essa implicância com o Otacilio, não tem cabimento. Coloque um técnico qualquer(pode ser qualquer um regional, a exceção de Galvão e Arthur) e mande ele treinar um time com uma zaga formada por San(volante) e Raul(sub 20) e dois laterais, 1 Volante(improvisado de esquerdo) e, outro(Volante, improvisado de direito), jogando com todos esses atacantes que vc quer ver no time titular, pra ver se ela vai ter consistência. Se der certo, eu paro de falar de futebol. Gerson, quando vc joga com 3 volantes, o volante que fica na frente dos outros dois, fazendo, também o papel de ligação, é a primeira opção de mudança, quando o técnico quer colocar o time mais a frente(exceto quando vc quer poupar um dos dois ou substituí-los por qualquer outro motivo, que não seja tático), por isso o Otacilio sempre sai. Já falei aqui no blog, que Giba usa o 1º tempo pra desgastar e analisar o adversário e, o 2º(se não der pra fazer o resultado logo no 1º), para matar o mesmo. É possível se jogar com todos esses atacantes que vc quer, mas desde que o time fosse formado pelo Giba, ou o mesmo tivesse, pelo menos 2 meses para treinar esses jogadores(falei isso aqui, para o amigo Tavernard), o que não aconteceu em nenhum dos casos. Logo, como cobrar tanta coisa do Giba. Pelo amor de Deus Gente. Siceramente, fora o que falou o Valtinho(no que concordo plenamente), não gostei de sua coluna, hoje. Desculpe.

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  2. Gerson, pode ser que eu me engane, mas estou postando antes do jogo e tenho a certeza que o Águia não perde em Belém, hoje. No jogo de volta o águia ganha até com certa facilidade. O REMO sempre contou com a boa vontade e sorte para chegar até essa decisão, o que não não terá amparo neste momento. Vamos aguardar.

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  3. Cláudio, Giba louvado é D+. O Dário Pereira não fez carreira e conduziu o Paissandú muito bem em uma libertadores. Giba é altos e baixos num paraense que que cá pra nós é um parazinho como chama o GERSON.

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  4. Penso eu, amigo Berlli, que esse altos e baixos do Giba, é natural, por ele ter pego o Time no 2º turno e, o mesmo estar em formação. Penso, também, que é uma injustiça se cobrar tanto do Giba e, não se cobrar nada do Charles, por exemplo. Quanto ao Dario Pereira, ele fez, aquilo que sempre falo, quando vc for contratar um técnico: Verifique quais os bons trabalhos que ele INICIOU. Pegar um bom trabalho, realizado pelo Givanildo, amigo, até eu. Lembra do Lúcio Santarém?

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  5. O problema, Claudio, e que tu so cobras do Sinomar e do Charles e nao do Giba, que, como o ex-tecnico, deixa o Samir no banco. Por isso, ele era chamado de burro, mas o Giba nao.

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  6. Jorge, amigo, só uma pergunta: O Samir de hoje, joga como o do Sinomar? Na minha opinião, ele não está jogando 1/3.
    o time de Sinomar, era: Adriano, Índio, Pedro Paulo Raul e Paulinho. Danilo, Fabricio, Gian e Velber. Hélliton e Marciano. Desses, 6, não fazem parte do time titular do Giba. E, mais um detalhe, quem formou esse elenco, não foi o Sinomar, foi o Abelardo, com a ajuda de ex-técnicos azulinos e, tem mais, se hoje o Remo não cansa como na era Sinomar, é porque Giba ensinou esses “preparadores Físicos”, que estão aí no Remo. Perceba, mesmo a contra gosto, que, o Remo, hoje mudou e, pra melhor, só não enxerga quem não quer.

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