Coluna: A solução está no ataque

Diante de aperreio aparentemente sem solução, meu saudoso pai-avô Juca sempre vinha com o conselho básico e simplório: barco pro fundo, bem carregado. É o que imagino que Giba deveria fazer a partir de agora no Remo. Diante do risco iminente de, nas duas últimas rodadas do returno, acabar alijado da briga pela vaga na Série D, não vejo outra saída: abandonar as cautelas e abraçar um esquema bem ofensivo, com os riscos óbvios e a certeza de muitos gols.
Para tanto, o técnico teria que aposentar o formato 3-5-2, que não rendeu o esperado e deixou o time sem identidade. Não precisa ser gênio para fazer algumas constatações óbvias. A defesa se comporta mal, pior do que antes. O meio-campo só funciona na armação, quando Gian está em campo. E o ataque, apesar das mudanças, ainda é o setor mais produtivo da equipe. 
Nesse caso, a providência mais sensata é apostar no setor do time que está dando certo. Aumentar o poder de fogo do ataque, abrindo mão de cuidados excessivos na defesa, parece ser a única solução possível para o Remo alcançar as semifinais deste turno.
As peças estão à disposição de Giba para formar uma linha ofensiva de respeito, falta apenas experimentar. Vamos lá: Landu, Marciano e Samir (Héliton) na frente. No meio-campo, Danilo Mendes, Didão e Gian. Levy, Raul, San e Marlon formariam a defesa. Duvido que haja uma formação mais confiável do que esta no elenco azulino.
O time vai sofrer gols? Certamente, como ocorreu no turno. Mas é certo que terá produção ofensiva compensadora. Além disso, será um esquema mais bonito de se ver jogar, sem as amarras exageradas (e inócuas) ao defensivismo mal ajambrado, como no jogo com o Independente.
Como sustentação teórica à minha tese cabe lançar mão até da eterna lição dos profetas da bola, que garantiam que a melhor defesa é o ataque. Essa verdade tem muitos exemplos. A Hungria de 54, o Brasil de 70, a Holanda de 74, a Argentina de 86, o Barcelona de 2009, o Santos de Pelé e o Santos de Neymar. Alguns desses esquadrões tinham natural vocação ofensiva pelos talentos que reuniam; outros, porém, optavam por atacar porque não possuíam bons beques – caso da Holanda de Rinus Michels.
O mecanismo é simples, puro exercício matemático: quando você dá trabalho à zaga do adversário, este é obrigado a se defender, não tendo tempo para ir muito ao ataque. Se tivesse tido esse desassombro no sábado à noite, dificilmente o Independente teria liberdade para ir ao ataque com tanta tranqüilidade.    
Não defendo a obediência xiita a um sistema tático, longe disso. Acredito que, com a bola rolando, todos os esquemas se equivalem. O problema é que o Remo escala três homens fixos na zaga, o que altera (para pior) completamente a maneira de jogar do resto da equipe. O desenho proposto aqui pode não ser perfeito, mas é menos sujeito a panes que o atual. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 20)

9 comentários em “Coluna: A solução está no ataque

  1. Só não me venha com o Héliton, por favor, não vê que não da certo, outro que tem que esperar o segundo tempo é o Gian, acredito que o Ramon seria melhor pra começar jogando. O Giba vem insistindo no mesmo erro do Sinomar, que é começar com Fabricio Carvalho, Gian e/ou Velber e teimando em deixar o Samir no banco. Vai ser teimoso assim lá do outro lado da Almirante.

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  2. Permita-me discordar, se o Remo se abrir leva duas chineladas, um empate garante o Remo nas semi-finais e talvez na série D. Se o Remo segurou o Paysandu, acho daria pra segurar pelo menos um empate nas duas próximas partidas. Agora, barrar o Velber com esse jogadores do atual elenco do Remo, é realmente não querer classificar.

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    1. Otávio, o Remo entrou todo fechado contra o Independente, com três zagueiros, dois volantes e dois alas – sete homens para se defender!! No entanto, levou três gols num espaço de pouco mais de 20 minutos. Isso prova que essa tal segurança defensiva é bastante questionável.

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  3. Gerson, um dos problemas do Remo é Pedro Paulo e ele não vai jogar, e o outro, é só o Giba antes do jogo olhar de um por um o taco das chuteiras; o segundo parece piada, mas…

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  4. Os problemas do Remo tem nome, antes eram: Paulinho e Índio/Levy, problemas esses aparentemente solucionados ou na melhor das hipóteses, amenizados. Agora, os protagonistas da angústia azulina chamam-se: P Paulo e F Carvalho. Esse último aliás, deve ser filho bastardo do Amaro, pois inesplicavelmente, nunca sai do time. Cego tem radinho de pilha e até ele sabe disso. Coisas do futebol…

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  5. Gerson, quando vc cita essas seleções, para justificar essas mudanças no Remo, não esqueça que elas tiveram tempo de sobra pra fazer uma pré temporada, foram muito bem preparadas fisicamente. Não é o caso do Remo, logo, não concordo não com essa escalação não. Futebol Profissional, pra dar certo, tem que ser treinado e, com jogadores muito bem fisicamente. Gostaria de ver, também, Samir de cara, mas Giba já falou várias vezes, que como ele vem de contusão, não aguenta os 2 tempos, logo não pode entrar de cara(não sei, hoje). Acredito que: os 3 zagueiros, o Patrick os dois volantes, Gian, Velber(no lugar do Marlon). Landu e Marciano, com a mesma zaga, apenas substituindo o P.Paulo que está suspenso, deveria ser o time do Remo, mas quem treina e sabe o que faz, é o Giba e, confio nele. Uma zaga com Raul e San, pra mim, não tem cabimento.

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  6. Enquanto vcs. discutem fórmulas p/ tentar amenizar esta “porcaria” lembrem-se que só faltam 02 rodadas. Até vcs. chegarem à um acordo o Campeão já estará com as faixas, rumo á serie B.

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