Coluna: Sobre alma e sentimento

Em função dos acontecimentos de domingo em Juazeiro, a segunda-feira foi de amplo debate sobre os motivos (e culpas) da derrocada bicolor. Recebi mais de 200 e-mails, além de muitos telefonemas, referentes à derrota e a não-ascensão à Série B. Os sentimentos são os mais diversos. Há quem culpe diretoria, técnico, jogadores e imprensa, mas alguns são mais serenos e assertivos na análise da situação.
Selecionei dois comentários de baluartes da coluna, que retratam bem o estado de espírito dos torcedores depois da triste domingueira. O primeiro é de Sebastião Júnior. “Hoje lhe escrevo com um sentimento de perda profunda e o orgulho de ser paraense ofuscado pela irresponsabilidade, senso profissional e falta de planejamento dos clubes paraenses. Na verdade, a torcida do Paissandu entedia que o time apresentava defeitos, oscilações e um branco psicológico que vem desde o fraco campeonato paraense, que fazia com que o time simplesmente parasse, como se os jogadores não estivessem ali ou como se nada estivesse acontecendo”.
Sebastião admite as limitações do time, as dificuldades financeiras, mas não entende como o nosso futebol perdeu ao longo do caminho um de seus traços mais evidentes: a capacidade de superar obstáculos, o destemor diante de qualquer adversário, até os mais poderosos.
“Hoje me sinto envergonhado, já havia sentido isso antes quando Belém perdeu a chance de ser uma das sedes da Copa de 2014, porém hoje foi pior. Não vi alma, nem vontade, não vi garra… Nem a tão sonhada gota de suor, não vi ninguém batendo no peito. Sabíamos de tudo, sabíamos dos problemas da zaga, da falta de inconstância do meio-campo, da necessidade de um matador para o ataque, apenas não sabíamos que há muito não tínhamos alma – isso nós não sabíamos”, conclui.
 
 
Daniel Malcher aborda o mesmo tema, opinando sobre a polêmica troca de treinador, apontada por muitos como razão maior do insucesso. “O time piorou com Valter Lima, o que não significa dizer que com EG era uma maravilha. Esse mesmo time que aí está e que ganhou o ‘sensacional’ Parazão não era bem treinado há tempos. Sempre foi atabalhoado, sem jogadas ensaiadas e sem fôlego! Agora muito se diz do aproveitamento de EG, baseado em dados questionáveis: 72% de aproveitamento… Certo, mas contra quem? Vila Rica, Castanhal, Ananindeua? Cheira a estatística de caixa 2, ou seja, encobre muitas coisas!”.
Observa que o antigo treinador recusou reforços e que acreditar que o time atual bastava é um outro embuste. “EG ganhou a simpatia de parte da massa por que ‘jogou pra torcida’, e como deu nome aos bois, foi eleito, talvez pela carência de ídolos e títulos da Fiel, como o herói da vez. Não defendo Valter Lima, pois ele é reconhecidamente limitado. Só não concordo com a defesa canina e alienada que muitos fazem do turrão e burro treinador gaúcho”, avalia Daniel.
 
 
A coluna é dedicada ao meu pai, José, que festeja hoje 79 anos, e ao infante João Gerson, cujo 8º aniversário foi comemorado ontem.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 18)

15 comentários em “Coluna: Sobre alma e sentimento

  1. Não querendo ser repetitivo, mas é hora de recomeçar visando competições em 2010. Além do Estadual, teremos novamente a série C e Copa Brasil. Planejamento consciente deve ser feito a começar pelo afastamento de LOP que demonstrou mais focando nos seus empreendimentos que no clube, ser falastrão e de atitudes impensadas. Espero que não siga o caminho do adversário com jogos inexpressivos que não avalia nada. Achar uma formula de resolver a situação de jogadores ultrapassados como Balão e companhia, porque mantê-los é continua na mesmice e o torcedor tem seus limites de saturação. Mercenários, espero que nunca mais pousem por aqui.

  2. Grande Gerson, seu Jose Nogueira deve ter passado o domingo de cabeça inchada, hein ? rsrsrrs, que presente de aniversario o Papao deu a ele…rsrs…e ao Infante Joao Gerson, 1 beijo das minhas Mayra e Mayara Neves, tambem de 8 aninhos…
    1 abraço Gerson,

    Edmundo Neves

    1. Ele é Vasco e Tuna (de verdade), amigo Edmundo. Vive de cabeça inchada há muito mais tempo… rsss…. já se acostumou.

      1. Bom pelo menos o Vasco da Gama está fazendo que a cabeça dele não fique todo o tempo doendo, rsrs…alias, como a minha tambem, he he he …pq os outros clubes, bom deixa pra lá….

  3. O Edson Gaúcho, virou o Cristo da eliminação bicolor. O presidente o cupa pelo fracasso do não acesso sendo que quem o trouxe ate nosso estado para treinar nosso clube foi o proprio presidente ditador sem carisma e influênciado com terceiros então pq culpar a quem não esta entre nós e que não pode se defender.
    O mesmo EG, pelo que sei fechou o grupo pela falta de opções no mercado, falta de grana pq o bom jogador não irá querer jogar um campeonato de 3° divisão em um clube sem grana ele prefere ficar jogando em um “AVAI, BARUERI” entre outros, que pagam em dia e estão em um campeonato de 1º divisão. Isso muita gente não consegue enxergar o real motivo pq o EG fechou o grupo.
    Lembram quando o Paysandu tentou trazer o Michel tão logo terminou o campeonato paraense, não conseguiu . Devido a falta de grana e muito choro de nosso presidente, pq todo bom jogador tem seu presso e lembram que falaram que ele Michel na época não quis vir para papão pq tinha medo de ser reserva do Velber nas mãos de EG, no entanto bastou demitirem o o tal EG e contratarem o tal EXTRATEGISTA MALUCO, que o Michel aportpou por aqui sendo que o mesmo jogou apenas 2 poartidas como titular, e não vi nenhum choro ou reclamação do mesmo pela falta de oportunidade e ainda mais o treinador era o EXTRATEGISTA, com quem foi treinador na sua ex-equipe.
    Analizem os fatos, para depois achar o culpado certo, o nosso futebol e cheio de disse me disse, temos de ter certeza.

  4. O estrategista, estudioso, psicólogo e “ético” Wálter Lima agora deita falação dizendo que foram oferecidos vários jogadores e o clube não contratou pq o técnico anterior não quis. Resumindo, é ouvidor de rádio também.

  5. Quando o estrategista levou de 6 do Paysandu, disse que a culpa era da “água batizada”. Lembram? Ou seja, a culpa nunca é dele, somente dos outros.

  6. O Daniel Malcher está equivocado. O time do Paysandu nunca foi atabalhoado no paraense e muito menos sem fôlego, até porque Rodrigo Poleto fez um excelente trabalho de preparação física com elenco. Todos diziam que o time bicolor era o mais arrumadinho do campeonato e era mesmo, tanto que até sabíamos de co a escalação. O desempenho sempre foi normal, com ênfase para aplicação do ataque que nunca deixou de fazer gol em suas partidas. Se o caro colega questiona o número do paraense, então é só comparar os números dos oito primeiros jogos do brasileiro: quatro jogos com o Gaúcho e os quatro com o Valter Lima.

    1. Aí é que está Marlene. Nosso time sempre foi atabolhoado sim. Uma coisa é o time mostrar organização contra equipes do quilate do São Raimundo, Castanhal, Ananindeua. Não precisava ser melhor técnicamente do que o Paysandu ou mais organizado táticamente do que o time bicolor para fazer com que os alvi-azuis se atrapalhassem todo… bastava mostrar mais disposição e raça para fazer frente ao nosso time!
      Lembram dos Re x Pa’s do Parazão? O time do Remo não conseguiu vencer o São Raimundo, que não havia perdido para o Remo, e como clássico é clássico, bastou raça e aplicação dos azulinos para nos eliminar do 2º turno. E olha que o Remo era um amontoado, um bando, uma arremedo de time!

  7. Só para lembrar, Daniel, o jogo de 2×2 foi desastroso. O Papão com a vitória na mão, cedeu um empate ao Leão com 10 que se agigantou em campo. Mesmo na vitória do 1xo da quebra do “tabuzinho”, o jogo foi equilibrado até o gol salvador produto da dupla “Balão/ Zé Augusto”. Concordo com você: meu Leão era um espectro de time. Tanto que não conseguiu se classificar nem para a Série D, mas nunca o Payssandu colocou em prática sobre o Remo a tão decantada superioridade técnica e tática do Gauchão. Mesmo na vitória sobre a fraude chamada Arthur (maior craque a atuar no futebol paraense em todos os tempos, mas um engodo como treinador).

    1. Harold, realmente o “velho” está vacinado. E ainda teve essa decepção com a queda para a Segundona, mas vai fazer a festa com a volta à Série A. Sua tristeza maior é essa semi-extinção do futebol da Lusa.

  8. Daniel Malcher, jogo bonito a gente não tem visto nem na Série A, quanto mais na Série C. Queria ganhar os jogos e subir. Aquele time do remo que foi campeão da terceirona também era sofrível, mas o presidente azulino não foi na corda da imprensa. Mandou embora o Valter Lima e apostou no Roberval Taylor Davino, que deu conta do recado, mesmo a imprensa pegando no pé dele também.

    1. Diogo, a questão sobre “jogar bonito” (ou melhor, jogar bem) ou não só foi levantada devido a impressão que os torcedores passam ao lembrar dos tempos do Gaúcho.
      Série C e até mesmo a B é mais disposição e aplicação do que técnica, sem dúvida. Mas não é só isso, pois se assim fosse, o PSC poderia contratar um time inteiro de rugby e botar pra jogar…

Deixe uma resposta