Foi interessante ver em ação, ontem, cinco seleções que certamente estarão na Copa do Mundo, em 2010. A menos de um ano da principal competição futebolística do planeta, quatro candidatas ao título mostraram como estão hoje e o que podem vir a apresentar nos gramados sul-africanos.
Claro que não é totalmente seguro avaliá-las pelos amistosos desta quarta-feira, até porque algumas se exibiram bastante desfalcadas. Ocorre que já é possível ter uma idéia da formação titular que essas equipes levarão à Copa e também observar o estágio técnico de seus principais jogadores.
De todas, disparadamente, a que parece mais pronta é a Holanda. Van Persie, Kuyt, Van der Vaart e Robben reproduzem as características essenciais da Laranja Mecânica: o apego ao futebol ofensivo, o passe verticalizado e a construção de jogadas elaboradas desde a linha defensiva.
Contra a Inglaterra, oponente de tradição e categoria, o escrete holandês se comportou de maneira exuberante no primeiro tempo e naufragou em hesitações de marcação na etapa final. Importante registrar, porém, que o time cedeu a igualdade não por excesso de zelo defensivo, mas porque insistia nas tentativas de dilatar o marcador. Sofreu gols quando tentava fazer mais. Nada mais característico da Holanda velha de guerra.
Do outro lado, uma novidade significativa. Fábio Capello, espertamente, decidiu reabilitar David Beckham no English Team. Desmotivado a ponto de anunciar há três anos sua renúncia à seleção, Beckham, a grife que joga, parece novamente disposto a pôr seu futebol a serviço da Inglaterra.
Para um meio-campo que depende do estilo prático e rápido de Lampard, a entrada de Beckham é um saudável sopro de técnica, cadenciamento e capricho no passe. Não é super craque, mas tem talento para ajudar a Inglaterra a recuperar seu status no primeiro mundo da bola.
Da Argentina ficou a imagem de um time obreiro, assentado na velocidade de Aguero e Maxi Rodriguez. Depois de levar um gol logo no começo, envolvido pelas triangulações da Rússia de Guus Hinddink, o time de Dieguito reagiu e virou, a partir do talento individual de seus jogadores.
O Brasil foi o que menos se mostrou. Pelas limitações do adversário, passou a maior parte do tempo tentando errar pouco – e livrar-se dos pontapés. Apesar da inutilidade do teste, Dunga deve ter observado que a lateral esquerda permanece sem dono e o ataque tem fragilidades que não permitem cravar a dupla Robinho-Luís Fabiano como definitiva para 2010. O setor mais importante continua em aberto – e restam apenas 11 meses.
Sob o pretexto de ajudar o América na Segundona carioca e homenagear seu pai, Romário anuncia que vai disputar algumas partidas da competição. Talvez seja a forma inteligente de disfarçar o verdadeiro motivo da decisão: Romário, aos 42 anos, como a maioria dos ex-boleiros, ficou sem perspectivas depois de pendurar as chuteiras. Não tem perfil de treinador, não se interessou em ser comentarista (acho que seria melhor analista que Caio e/ou Neto, seguramente) e tem dificuldades para emplacar como dirigente. Diante disso, só resta voltar às origens.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 13)
Gerson, venho falando pros meus irmãos nas nossas rodas de bate-papo que esse time da Holanda é uns dos mais fortes, se não o mais forte pra Copa. Qdo falo isso todo mundo me olha com cara de desconfiança, dizendo que a Holanda a tempos não aparace nem em quartas de final (desde 98). Esse time foi bem na Euro, vinha encantando até cair nos erros que vc mencionou acima. E olha que vc esqueceu do Denther e do Sjneider do Real galático. Esperem para vê.
O Van Persie, para mim, é o melhor “ponta à moda antiga” do futebol mundial, posição essa recuperada e reinventada pelos europeus. É pra mim, inclusive, melhor que o tal Cristiano Ronaldo, que tem mais marketing que o holandês, só isso…
Isso mesmo Daniel.
Éééégua, eu tô por fora !!!