As notícias são atordoantes. Cifras de difícil compreensão para o cidadão médio, que vive a léguas de tanta dinheirama. Quem olha de fora fica bestificado: a atividade lícita mais rentável hoje no país é, sem dúvida, a de técnico de futebol. Nas três principais divisões, que empregam 80 profissionais, o dinheiro corre solto, farto e generoso. Quem ganha pouco, fatura pelo menos R$ 20 mil mensais, uma fortuna se comparado ao rendimento salarial médio do trabalhador brasileiro.
Dirigentes discutem valores vertiginosos pagos ou especulados para treinadores de primeira linha ou do pelotão intermediário. Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho estão na faixa dos R$ 500 mil – mais os custos das respectivas comissões técnicas – e têm seus nomes mencionados a todo instante pela cartolagem ávida por holofotes.
Também desempregados, mas nem um pouco preocupados com o custo de vida, Nelsinho Batista e Renato Gaúcho não põem o uniforme de treinamento e apito no peito por menos de R$ 250 mil. Mesmo no Rio Grande, de clubes realmente fortes e torcidas contribuintes, o falante Tite ganha algo em torno disso no Internacional e o discreto Paulo Autuori fatura acima de R$ 300 mil no Grêmio.
Dorival Júnior, mesmo pilotando o oscilante Vasco na Segundona, recebe R$ 230 mil. Segundo a bolsa especulativa, Adilson Batista, que está bem perto de conquistar a Libertadores com o Cruzeiro, embolsa cerca de R$ 180 mil. E Mano Menezes, semideus no Corinthians, fica na casa dos R$ 280 mil. Tudo, obviamente, sujeito a acréscimos e arredondamentos.
A coisa é ainda mais gratificante para quem abraçou esse nobre ofício porque não existe o pré-requisito do lustro acadêmico ou da experiência comprovada. Muitas vezes, conta mais o fator sorte ou o velho QI (quem indica), que permite a desconhecidos atingir os píncaros da glória em questão de semanas. Ou, francamente, alguém sabe dizer quem é o tal Eutrópio que o Fluminense oficializou como treinador depois de dar um pé-na-bunda no premiadíssimo Carlos Alberto Parreira?
Por outro lado, os rasos limites de exigência da profissão abrem as portas para a improvisação sem critérios. No Palmeiras, que se livrou dos salários astronômicos de Luxemburgo, a hora é de prestigiar o ex-jogador Jorginho, que em passado recente também envergou a camisa do Paissandu. Vai durar até o primeiro revés, mas ninguém se importa com isso.
Algo de muito esquisito se passa com uma profissão que já se dá ao luxo de utilizar até os préstimos de agentes, empresários e investidores. Parreira e Luxemburgo, por exemplo, são representados pela Traffic. Jogadores pertencentes aos investidores têm prioridade nos times que eles dirigem.
O notório Eduardo Uram representa Cuca e vários jogadores do Flamengo. Será que, em ambiente assim tão comprometido, há espaço para escolhas isentas (e técnicas) na hora da escalação? Infelizmente, esta é apenas uma das muitas perguntas incômodas que as relações espúrias do futebol brasileiro nos permitem fazer – sem esperança de respostas.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta, 15)
Gerson, gostaria de deixar um comentario sobre a sua coluna no Bola do Diario de 14/07/2009.
Você dá destaque ao Rio Branco por ser o mais convincente do grupo e por ter um jogo a mais que os outros, diz tambem que apenas um dos paraenses deverão se classificar e é certa a classificação do rio branco, sempre lí gostei e leio sua coluna por ter comentários inteligentes mas acho muito cedo pra fazer esses que você fez, veja bem tá certo que o rio branco tem ainda tres jogos, mas fala-se como se ja tivesse ganhou os tres ?, e Aguia e Paysandu se ganharem os que lhe faltam ?, lembre-se que não foi Aguia e Paysandu que começaram perdendo, assim como estão dando destaque hoje ao São Raimundo na serie D por estar ganhando, “vai muito bem Obrigado” ai eu pergunto e quando perder ?, “ja vai estar desclassificado” ?, assim como o comentário infeliz do Galvão Bueno sobre o emprego do Nelsinho Piquet, acho que a impressa paraense tem que medir suas tiras, notas, colunas e reportagens, afinal vocês devem entender o poder que a noticia tem, Moderação e Imparcialidade fazem parte de um jornalismo sério.
Abraços
Grande Joao, na verdade o Rio Branco nao tem um jogo a mais e sim a menos….e o Gerson comenta com base, acredito, nos numeros atuais, e nos numeros atuais o Rio Branco é quem pode ”roubar” uma vaga do Pará…Sds Edmundo Neves
Não se ESPANTEM com a POSSIBILIDADE CALCULADA:
Havendo um EMPATE ou VITÓRIA do LUVERDENSE, não se ESPANTEM com um ESCORE de 3×3, 4×4, 5×5 entre SAMPAIO/MA x RIO BRANCO/AC.
Espero que as “INGENUIDADES” já tenham ACABADO !!!
Gerson, com toda essa dinheirama em jogo, o pobre do ”professor” é quem sofre, recebendo ”migalhas” para ”sofrer” 90 minutos…é a vida….rsrsrs…
Para sobrar o dos meus livros,vinhos..e muitos outros etc…trabalho 10hs ou 12 hs. as vezes saio de um shigoto(trampo) direto para o outro. n me lamento por isso. se chego ao fim do ano com os impostos la no alto ,e’ sinal q entrou alguns ha mais. pago sem choro.. o mesmo serve para vc Gerson e milhares de pessoas no Brasil e no mundo.
Agora Gerson esses caras pagam impostos direitinhos??quem viu??
Parreira e muitos outros tem o Curriculo cheios de manchas, no Brasil sao endeusados ,mas basta ter contatos fora do Brasil para ver o que esses anjinhos sao capazes de fazer.
Criaram uma classe Fechadinha entre a maioria dos Tecnicos no Brasil, presta atencao em uma coisa Gerson. Na maioria das vezes um sai para a chegada de outro que trabalha no mesmo escritorio(agente) e que trara jogadores de sua “Confianca”
Nelsinho Baptista esta chegando por aqui para livrar o Kashiwa de cair e pra isso vai levar uma dinheirama braba! enquanto isso o cara que vai trabalhar de interprete para ele, devera ganhar uma micharia.
Alguma coisa tem que ser feita para brecar essa indecencia de salarios pagos a esses caras.
Gerson enquanto nada muda vc segue ralando ai na redacao e eu por aqui tambem!kkkk mas saiba que eu nao morro de inveja desses senhores enganadores e endinheirados.
Por esse péssimo costume de endeusar e endinheirar esses “falsos professores” é que técnico brasileiro não se dá bem na Europa. Luxemburgo tentou importar seu estilo “brega-finess” à Espanha e deu com os “burros n’água”. Scolari foi outro. Por onde anda o Felipão? No limbo euro-asiático, faturando horrores e enganando trouxas com seu esquemazinho de porrada e de “sindicalismo de resultados”. Por outro lado, a ausência de profissionalismo dos clubes com essa categoria também é responsável por essa situação, afinal, fazer “pé de meia” é a única forma desses profissionais serem respeitados. Por que não profissionalizar essa categoria? Exigir curso de Educação Física aos mesmos? Pelo menos, nos livraria de ter que ouvir jogador chamando Joel Santana de professor. No Remo, até o Agnaldo já foi chamado de professor…