Coluna: As chances do Paissandu

Continuam amplas as chances de classificação do Paissandu à próxima fase da Série C. Com a goleada de domingo na Arena da Floresta, a situação ficou mais complicada, mas não em nível crítico. Além das gozações dos torcedores rivais, o time perdeu em Rio Branco a liderança da chave e ganhou um déficit considerável no saldo de gols.
A partir de agora, o que importa é avaliar as possibilidades de classificação. E, em comparação com o Águia, o Paissandu desfruta de situação mais confortável. No aspecto prático, a conta é bem simples: não pode mais desperdiçar pontos e precisa derrotar Luverdense e Sampaio por mais de um gol de diferença.
Se ganhar as duas partidas, o Paissandu estará classificado. Procurar estabelecer uma folga na artilharia é uma precaução para a eventualidade de desempate na rodada final. Essa pretensão se sustenta no fato óbvio de que Luverdense e Sampaio são os times mais fracos do grupo.
Quanto ao Águia, a derrota em casa para o azarão Luverdense pode ter custado a vaga que parecia praticamente certa. Com base nos resultados e no retrospecto recente, tudo leva a crer que os paraenses vão ter que se contentar apenas com uma vaga, ao contrário do que se imaginava nas primeiras rodadas. Como em 2008, o Rio Branco se intromete na disputa e deve ficar com a outra vaga, porque tem a campanha mais consistente do grupo e o time mais ajustado.
 
 
Aliás, vale abrir um parêntesis para falar do Rio Branco. Apesar da perda de alguns jogadores, o time impressiona pela qualidade do passe e a eficiência do sistema tático que emprega. Não há mistério: são dois zagueiros altos, um lateral direito de bom nível (Ley), um volante (Zé Marco) que sabe sair jogando e, acima de tudo, um meia-atacante (Testinha) diferenciado, como nenhum outro no futebol da região.
Pode não parecer muito, mas isso explica a superioridade do Rio Branco em relação aos demais parceiros de grupo, incluindo os paraenses. No futebol raquítico e cheio de altos e baixos que se vê na Série C, o time acreano se destaca pela regularidade. Em casa, raramente perde. Fora,
busca sempre os três pontos – e quase sempre consegue.
Desponta como favorito para se classificar porque é o único que tem ainda três jogos a cumprir, podendo chegar a 18 pontos. E mais: vai sair de casa para enfrentar Luverdense e Sampaio, mas não costuma encontrar dificuldades para impor seu jogo como visitante. Para completar, fechará sua participação recebendo o Águia na Arena da Floresta.
 
 
O clima passional que ronda clubes de massa às vezes chega a níveis absurdos. Já há torcedor e até dirigente do Remo pedindo a cabeça do técnico Sinomar Naves, depois que o time empatou em Quatiparu por 2 a 2. Bobagem. O momento não é de caçar bruxas, mas de tentar dar feição ao time atual. Os resultados (desde que não sejam vexatórios) importam muito pouco a essa altura.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 14)

15 comentários em “Coluna: As chances do Paissandu

  1. Gerson, o Rio Branco, como você mesmo analisa em sua coluna, não tem nada de excepcional. Mas todos se perguntam: como não tem nada de excepcional, se goleou o Paysandu, líder do grupo, por 4 a 0?
    O Rio Branco faz o “feijão com arroz” mais do que básico: há esquema e disposição tática, equilíbrio nas ações da equipe durante o jogo e estabilidade no comando técnico do time… simples. O problema é que os nossos times esqueçeram como se faz até o que é mais simplório no futebol.

    Abraços!

  2. Também não concordo muito com a análise que o Rio Branco é o time mais consistente e de melhor campanha, não até este momento. A campanha deles é de quem está fazendo o dever de casa apenas, pois de 5 jogos, ganhou 3 deles em casa, e perdeu 2 foras, e vai pra 2 partidas fora de casa. Campanha que nada difere da do Paysandú, até o momento: 3v em casa, 1E e 2D fora.
    Só se conseguir voltar com pelo menos uma vitória desses 2 jogos fora é que o Rio Branco se diferenciará. Caso perca ou empate as duas, ou perca um e empate a outra, ficará na mesma situação do bicolor.

    1. Sylvio,
      Talvez o desenrolar da competição mostre que estou errado. Os números, por enquanto, não confirmam essa consistência na campanha do Rio Branco, mas lhe asseguro que é o time mais certinho dos 5 da chave. Vi o jogo em Belém e eles, com um pouco de sorte, podiam ter até arrancado o empate. Mais que isso: jogaram sempre audaciosamente, algo que me agrada muito. Em Marabá, perderam de 1 a 0, mas o time estava sendo montado ainda. Posso me enganar, mas duvido que o Rio Branco perca para Luverdense ou Sampaio fora de casa. Por isso, acredito que uma vaga já é dele.

      1. Gerson, como disse no meu post, até o presente momento não há como se creditar ao time do Rio Branco o melhor time da chave. Porém, nada impede que você acerte no seu comentário caso o RB mate a pau nesses 2 jogos fora de casa. Da mesma forma com o Papão também pode dar essa fora e vencer os 2 restantes, chegando aos 16 pts.
        Tudo pode acontecer, assim como pode não acontecer nada.

  3. Caro Gerson, não sou a favor do argumento de que o Rio Branco é o mais consistente. Vejamos ano passado, Águia segundo e Rio Branco em primeiro, ja no octogonal sabemos a história. O quero dizer com isso? Creio num nivelamento muito grande no grupo. Sampaio e Rio Branco pode dar qualquer resultado, assim como Luverdense e Rio Branco. Não podemos esquecer que a série C é caracterizada como uma competição que se decide nos jogos em casa e nos empates fora (tudo isso devido ao nivelamento). O jogo de domingo foi atípico. Com um primeiro tempo de poucas chances para o Rio Branco, o segundo tempo começou com o PSC melhor perecendo esboçar uma reação (início do 2 tempo) veio o balde de água fria (2 gol do Rio Branco). Muitas vezes vi o PSC em jogos equilibrado deslanchar, foi o que aconteceu domingo. A verdade quanto a qualidade do time do Rio Branco se mostrará com o resultado contra o Sampaio.

  4. Não só vejo o Rio Branco como classificado mas também com uma das vagas para a Série B. O time em sí ainda não tem definição tática e nem chga a ser brilhante, isso devido as limitações do treinador, que conhecemos dos tempos de Ananindeua, mas quem tem jogadores que decidem individualmente não precisa ter um bom time. Testinha e Ley acabaram com o jogo e deram a vitória ao time do Acre.

  5. Muita água ainda vai rolar por baixo dessa ponte.
    O Rio Branco vai jogar contra um Sampaio desesperado e capaz de tudo para não cair.
    Esse mesmo Sampaio depois vai rumo a Marabá catar preciosos pontinhos.
    O Luverdense, depois de quinta, pega o Rio Branco em casa precisando pontuar.
    Não esqueçam que nem o Sampaio e nem o Luverdense foram medíocres em sua partidas no Acre.
    Na quinta é vencer ou vencer.
    VAMOS SUBIR, PAPÃO!

  6. Ainda acho o Paysandu individualmente melhor que todos os times da chave. Por exemplo, o Velber (aquele que conhecemos) é melhor que o Testinha. O Zé Carlos é o melhor atacante, disparado. Mas o que falta para os jogadores do Paysandu – sinceramente – é sentir FOME. Falta vontade, determinação, garra. FALTA FOME. Ela faz milagre. Agora, eu não estou confiante na classificação, não. Inclusive não entendo alguns jornalistas que estão dizendo que a vitória contra o Luverdense pode classificar. Como? Impossivel.

    1. O problema, Dennis, é que o Velber que conhecemos anda cada vez mais distante dos campos. O que se vê ultimamente é um Velber quase desconhecido, que não trata mais a bola com a intimidade de antes.

  7. COLUNA: AS CHANCES DO P.S.C.
    GERSON, quero PARABENIZAR-LHE pelo seu OTIMISMO, pois trata o assunto de forma DECISIVA. Você conseguiu empregar o Condicional “SE” apenas uma única vez.
    > BRAVO !!!

    1. O jogo-chave é o de quinta-feira, Marco. Se passar (e acho que passa), o Paissandu se garante. Caso empate, está fora. Nem tanto pela matemática, mas pelo dilúvio que desabaria sobre o clube.

  8. Caro Gerson, em se conseguindo trazer o jogo c/o Sampaio para o Zinho – pouca capacidade- agora reduzida para pouco + 800 expectadores e, tambem se confirmando boataria, os ingressos à 30,00 reais ou mais, será uma ideia mal pensada, momentaneamente elitista, contra o torcedor marabaense, que nada tem a ver com o prejuizo financeiro e psicologico, da partida com o Luverdense em Parauapebas. Queremos sim, ir ao estadio e torcer pelo Águia; mas sem sermos explorados, mesmo porque, o que nos estão oferecendo são migalhas/restos e caros, o que agradecemos penhoradamente. Em 14.07.09, Marabá-PA.

  9. Uma vaga já é do Rio Branco. A outra será decidida entre Paysandu e Águia pelo saldo de gols, com pequena vantagem para o Paysandu, pois o Águia desce vertiginosamente a ladeira. O Paysandu é inferior ao time do ano passado. Tem chance razoável de ir para o mata-mata, mas com o que está jogando fora de casa, são diminutas as suas chances de subir. O dilema do torcedor é que ele vê o time em condições de ganhar da Luverdense, mas não de subir.

  10. Gerson, gostaria de deixar um comentario sobre a sua coluna no Bola do Diario de 14/07/2009.
    Você dá destaque ao Rio Branco por ser o mais convincente do grupo e por ter um jogo a mais que os outros, diz tambem que apenas um dos paraenses deverão se classificar e é certa a classificação do rio branco, sempre lí gostei e leio sua coluna por ter comentários inteligentes mas acho muito cedo pra fazer esses que você fez, veja bem tá certo que o rio branco tem ainda tres jogos, mas fala-se como se ja tivesse ganhou os tres ?, e Aguia e Paysandu se ganharem os que lhe faltam ?, lembre-se que não foi Aguia e Paysandu que começaram perdendo, assim como estão dando destaque hoje ao São Raimundo na serie D por estar ganhando, “vai muito bem Obrigado” ai eu pergunto e quando perder ?, “ja vai estar desclassificado” ?, assim como o comentário infeliz do Galvão Bueno sobre o emprego do Nelsinho Piquet, acho que a impressa paraense tem que medir suas tiras, notas, colunas e reportagens, afinal vocês devem entender o poder que a noticia tem, Moderação e Imparcialidade fazem parte de um jornalismo sério.
    Abraços

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